07/12/2022 - 15:51
A época de chuvas intensas está chegando e pode pegar o motorista de surpresa. Se você não tiver como evitar cruzar uma área de enchente com seu carro, deve tomar certos cuidados.
Aqui vamos ensinar como dirigir em alagamentos. O coordenador técnico do Centro de Experimentação e Segurança Viária (CESVI) à época, Gerson Burin, concedeu algumas dicas a respeito. O texto é de Raphael Panaro e foi publicado na edição 425 da revista Motor Show. Veja abaixo:
O básico
Sempre que puder, procure caminho alternativo ou espere a água escoar. Caso não tenha opção, a recomendação do CESVI é que o motorista engate a primeira marcha e siga em baixa velocidade (10 km/h) durante a travessia, mantendo o motor em rotação constante de cerca de 2.500 rpm – a chance de haver aspiração de água pela tubulação de admissão (causando o temido calço hidráulico) é maior com os giros mais altos na maioria dos veículos.
Antes de se arriscar, porém, verifique se a altura da água não está acima do meio da roda de seu carro (ou de outro de mesmo porte que esteja já cruzando, para usar como referência).
Siga (ou não) o mestre
Seguir a trilha do carro à frente pode ser uma boa tática. Mas, como dirigir em alagamentos não é um ciência exata, é melhor quando se pode esperar ele terminar a travessia para ver se foi bem sucedido. Se você atravessar junto, muito próximo, não conseguirá saber se a trajetória dele é a melhor.
Veículos grandes (como ônibus e caminhões) baixam bem a água ao passar, “esvaziando” a pista atrás, e por isso é tentador ir “colado” neles. Mas, dependendo da forma da rua, da calçada e dos muros, entre outros fatores, há o risco de as ondas que formam voltarem mais rápido – e no caso de veículos grandes “podem chegar a encobrir o veículo de menor porte”, alerta Burin. “O melhor é manter distância”.
Ar-condicionado
Como dirigir em alagamentos exige mais do motor, segundo Burin, desligar o ar-condicionado evita que parte da força destinada à tração seja perdida no funcionamento do compressor. Isso faz diferença principalmente em carros 1.0, com pouca potência. Mas não adianta desligar e ficar com os vidros embaçados: lembre-se que é sempre importante ver muito bem para onde está indo, então deixe se possível ligado e na posição para desembaçar o para-brisa.
Trocando de marcha
O ideal é não trocar de marcha enquanto está cruzando o alagamento, mas em caso de subidas ou descidas, ou se precisar ganhar velocidade por causa de outro veículo, pode ter de optar pela segunda marcha. Saiba, no entanto, que o desacoplamento do disco de embreagem do platô pode causar danos nesses dois componentes, além de poder fazer o carro perder o embalo. “Engatar a segunda aumenta a velocidade, e isso não é recomendado”, alerta Burin.
Se você já estiver com a segunda marcha engatada quando perceber o alagamento e tiver de diminuir a velocidade, a única opção será reduzir a marcha. Nesse caso, dizem por aí que fazer a troca acelerando ajuda a evitar a entrada da água no motor.
Mas o especialista do CESVI alerta que o método pode aumentar o patinamento do conjunto, fazendo o carro perder velocidade e embalar novamente – o que forma uma onda sobre o capô e aumenta a chance da água molhar áreas delicadas (e ainda pode elevar demais a rotação, mais uma vez aumentando a chance de calço hidráulico).
“Morreu” no meio do caminho
Se o motor do carro “morrer” na área alagada, não se deve tentar dar a partida novamente, pois isso pode afetar o motor ou causar pane elétrica. A água e a sujeira podem inutilizar conectores e sensores, causar fuga de corrente nos cabos de vela, contaminar o óleo do motor e desgastar componentes móveis.
Já o calço hidráulico é causado pela entrada de água no cilindro, que pode empenar a biela – ou quebrá-la –, além de danificar pistão, bloco, virabrequim, cabeçote…
Carros automáticos
Se o carro tiver essa opção, selecione o modo de trocas de marcha manuais/sequenciais (M, S ou +/-, normalmente). Em carros sem essas alternativas, opte pelos modos reduzido (L), Sport (S) ou, em modelos mais antigos, a posição 1. Dessa forma o veículo não ganha muita velocidade.
Em carros que têm apenas o modo D (Drive), pode-se alternar manualmente entre N e D, de modo a manter a velocidade baixa sem descuidar da rotação do motor (que deve ficar sempre em torno de 2.500 rpm).
MAIS NA MOTOR SHOW:
+ IPVA 2023: calculadora mostra quanto você vai pagar no imposto; acesse
+ Prepare o bolso: IPVA vai ficar 10% mais caro em 2023, diz especialista
+ Produção de veículos em 2022 vai superar a do ano passado, diz Anfavea
+ Lei da cadeirinha: veja as novas regras para o transporte de crianças
+ Jeep faz recall de Renegade, Compass e Commander; veja os detalhes
+ IPVA PCD: Estado de SP estende prazo para pedidos de isenção
+ Chevrolet Montana: lote inicial da picape está esgotado
+ Fórmula 1 confirma 6 corridas sprint para 2023, incluindo o GP de SP
+ Avaliação: O que joga a favor e contra no Volkswagen Nivus
+ Carro por assinatura vale a pena? Confira um guia completo com preços, vantagens e desvantagens
+ Pioneer lança três subwoofers, de 8, 10 e 12 polegadas; conheça
+ Licenciamento em SP: pagamento para placa final 0 vence em dezembro
+ Veja qual é o significado dos códigos de erro nos painéis dos Chevrolet
+ MPF entra com ação contra a Jeep por 22 problemas no Compass
+ Preços de carros usados vão cair a curto prazo; entenda os motivos
+ Comparativo de Carros Elétricos: Peugeot e-208 GT vs. Mini Cooper SE vs. Fiat 500e vs. Renault Zoe
+ Avaliação: Hyundai Ioniq 5, um elétrico incrível, é verdadeira revolução coreana
+ SUVs mais vendidos: motivos pra comprar (e pra não comprar)