07/01/2023 - 15:37
Ao vivo, a “Kombi elétrica” é exatamente como na foto: um carro simpático. Aliás, até mais. Após dirigi-lo, porém, podemos acrescentar: também é bom de dirigir.
Não é uma van, nem um carro: é um automóvel único, com essência própria. Sim, a Volkswagen reinterpretou a lendária Kombi, aproveitando a transição elétrica como oportunidade.
Podemos defini-lo como um monovolume dos tempos modernos, de certa maneira. Mas, na realidade, oferece ainda mais espaço, considerando as medidas externas relativamente contidas (4,71 m de comprimento), é multitarefa (pode servir de furgão) e, ainda por cima, é melhor de guiar.
Talvez, no futuro, o ID. Buzz (“zumbido”, em inglês) seja estudado como um caso histórico e se torne um símbolo: é verdade que há precedentes para o renascimento de modelos icônicos, como Mini e Fiat 500, mas este Volks chega justamente em um ponto de virada histórico para o mundo automotivo.
Por isso mesmo, pode contar com o maior aproveitamento de espaço garantido pela plataforma elétrica MEB.
E tem grande responsabilidade: a Kombi original da década de 1950 era um modelo popular utilizado sobretudo para transporte de carga, enquanto o ID. Buzz foi feito para levar pessoas e… tem preços nada populares, a partir de € 66.500.
Se viesse ao Brasil hoje (não está confirmada), custaria mais de R$ 350 mil!
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Sala de estar
Vamos aos fatos: você entra na Kombi elétrica… ou melhor, no ID. Buzz, e se surpreende com as cores vivas, as combinações originais, as formas modernas e as superfícies inusitadas. O ambiente é arejado, hospitaleiro.
A madeira que percorre todo o painel faz com que você se sinta em uma sala de estar, não em um carro. O para-brisa fica distante (antes era colado na cara do motorista), a linha de cintura é baixa e as duas grandes colunas não atrapalham a visão porque, entre elas, há uma grande janela.
O assento é ao estilo alemão, confortável e com bom apoio. A ausência da alavanca de câmbio e de um túnel conectado ao painel deixa o ambiente desta Kombi elétrica bastante amplo – uma sensação já experimentada nos demais modelos da família ID.
Os acabamentos internos da Kombi elétrica não são feitos de materiais macios – ao contrário –, mas as superfícies distinguem-se pelas suas cores refinadas, habilmente alternadas entre si.
Você quase sente que está em uma moderna sala de estar, projetada por um arquiteto. Parabéns aos departamentos de marketing e, sobretudo, de design.
Atrás, há espaço de sobra, e as duas mesas dobráveis farão a alegria de muitas crianças. O porta-malas, obviamente muito regular, tem capacidade para enormes 1.121 litros – que se tornam 2.205 com os bancos rebatidos.
Se o design da dianteira remete ao mítico modelo de 1949, a traseira lembra a Multivan europeia. Abaixo, os bancos traseiros, acessados pela porta lateral corrediça, e os dianteiros, só para dois ocupantes
Bem plantada
Logo nos primeiros metros, somos conquistados pela agilidade do ID. Buzz. “Grande coisa”, você diz, “é elétrico”! Mas nem todos os elétricos são iguais, e são únicas a progressividade e a extrema naturalidade como se move. A bateria tem 77 kWh líquidos, tamanho entre médio e grande, com autonomia (oficial) de 423 km.
Tração e motor de 204 cv são traseiros, como antes, e permitem a “Kombi elétrica” se movimente com certa facilidade, mesmo que os números não sejam surpreendentes: a prova de 0-100 km/h é feita em 10,1 segundos. Afinal, é um veículo que pesa 2.471 kg. Ao menos as suspensões a apoiam bem e o sistema de direção é honesto.
Minivans não são gratificantes de guiar, mas o ID. Buzz transmite um prazer inesperado, especialmente considerando a capacidade de carga. A tração traseira ajuda a ter a direção menos reativa e permite um raio de giro de só 11,1 metros.
E se à primeira vista sua máxima limitada a 145 km/h nos faz torcer o nariz, é bom se acostumar com esses números, porque no mundo elétrico se tornarão uma regra (e a velha Kombi não passava disso mesmo…).
Um mero quilômetro por hora a mais, nessa altura, é uma facada letal no consumo. Especialmente para veículos com área frontal grande como o ID. Buzz (embora o Cx de 0,29 revele que houve atenção à aerodinâmica).
Enfim, sobre o conforto ao rodar, as suspensões têm calibração não muito compatível, mas que, no geral, absorve bem, sem solavancos ou ruídos indesejados. Um aspecto que homenageia o enorme logo ostentado orgulhosamente na dianteira.
“Kombi elétrica” de carga: semelhante por fora, diferente por dentro
Se externamente a versão de carga do ID. Buzz é reconhecível apenas pela falta de janelas, por dentro as coisas mudam bastante.
Há apenas uma fileira de bancos – e tanto o motorista quanto o passageiro precisam se espremer um pouco –, os assentos são mais espartanos e o assoalho é estofado.
Os plásticos distinguem-se pela maior simplicidade (e resistência) e a parte superior do painel é diferente, com várias bandejas de arrumação.
As rodas têm aro de 18” ou 19” (contra até 21” na de passageiros), enquanto o compartimento de carga tem capacidade para incríveis 3.900 litros (dois “europallets”); a superfície de carga a 63 cm do solo seria baixa para um carro comum, mas é até alta para um furgão.
Volkswagen ID. Buzz Pro+
Preço Europa € 66.000 (R$ 350.000)
Carro avaliado € 68.500 (R$ 353.000)
Motores: traseiro, elétricos síncronos
Combustível: a bateria
Potência: 204 cv Torque: 310 Nm
Câmbio: caixa redutora com relação fixa
Direção: elétrica
Suspensões: n/d
Freios: disco ventilado (d) e disco (t)
Tração: traseira
Dimensões: 4,71 m (c), 1,99 m (l), 1,94 m (a)
Entre-eixos: 2,99 m
Pneus: n/d
Porta-malas: de 1.121 a 2.205 litros
Bateria: íons de lítio, 82 kWh (77 líquidos)
Peso: 2.471 kg
0-100 km/h: 10s2
Velocidade máxima: 145 km/h (limitada)
Consumo médio: 4,6 a 4,9 km/kWh (oficial)
Emissão de CO2: zero g/km*
Consumo nota: B
Autonomia: 402-423 km
Nota do Inmetro: B (estimada)
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