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Enquanto 99% dos crossovers e SUVs em versões esportivas não faz sentido, o Mercedes-Benz GLA, justamente por ser mais “crossover” do que “SUV” – sua carroceria lembra a de um hatch “bombado” –, é muito mais adequado a esse papel. Como mesmo em suas versões “normais” seu design parece com o de um Classe A após anos de academia, esses músculos todos acabam combinando melhor com uma proposta de dirigibilidade “nervosa” – e ouso dizer que, mesmo para aqueles que procuram um hot hatch, essa versão AMG do crossover pode ser uma compra interessante.

Como o GLA 45 AMG não tem nada de fora-de-estrada, a tração integral 4Matic está aqui para garantir melhor aderência no asfalto mesmo (os demais GLA têm tração dianteira, inaceitável para um esportivo dessa cavalaria). Vale lembrar que a Audi adota a receita de tração integral em seus esportivos há décadas e a BMW vai entrar na onda em breve com o novo X1, que será nacional. Claro que se você pegar uma estrada de terra, o GLA 45 AMG também vai ficar mais grudado ao chão, mas não é esse o seu habitat: as suspensões têm acerto muito firme, embora até aceitável no dia-a-dia, a altura do solo não é nem um pouco generosa e os apêndices estéticos e aerodinâmicos não ajudam.

Debaixo do capô, esse AMG traz o 4 cilindros mais potente da atualidade. Trata-se de 2.0 turbo com 360 cv e nada menos que 45,9 kgfm de torque – coisa de V8 aspirado – disponíveis na totalidade entre 2.250 e 5.000 rpm. Mas, depois de apertar o acelerador, essa força toda é entregue apenas após alguns agonizantes instantes de espera. Parte da demora é culpa do turbo lag exagerado, parte vem da lentidão de reação do câmbio de dupla embreagem, que não sabemos como passou pela aprovação dos exigentes engenheiros da AMG (a linha 2016 chega ao Brasil até o fim do ano; tem 381 cv e 48,4 kgfm e transmissão retrabalhada, mais rápida).

De qualquer forma, se as reações demoram um pouco, depois elas vêm brutais, com 0-100 km/h em 4,8 segundos e retomadas de grudar no banco. Além disso, como em todo AMG, a direção é muito bem calibrada, o volante de alcantara tem pegada excelente e o som dos escapes, apesar do turbo, é digno de um V8 aspirado. Como já dissemos, os músculos exagerados do GLA casam até melhor com a proposta AMG do que o visual mais comportado do Classe A – e sem que o design prejudique sensivelmente a dinâmica, nesse caso raro. É a vantagem de ser um crossover menos utilitário e mais esportivo. Mas há também uma desvantagem: os tradicionais espaço interno amplo e versatilidade desses “SUVs modernos” aqui quase inexistem. Quem compra um AMG, porém, não vai mesmo ligar para isso.

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Ficha técnica:

Mercedes-Benz GLA 45 AMG
Preço oficial: R$ 298.900
Motor: 4 cilindros em linha, 16V, injeção direta, turbo, start-stop
Cilindrada: 1991 cm3
Combustível: gasolina
Potência: 360 cv a 6.000 rpm
Torque: 45,9 kgfm de 2.250 a 5.000 rpm
Câmbio: automatizado, sete marchas, dupla embreagem
Tração: integral
Direção: elétrica
Dimensões: 4,417 m (c), 1,804 m(l), 1,479 m (a)
Entre-eixos: 2,699 m
Pneus: 235/45 R19
Porta-malas: 421 a 1.245 litros
Tanque: 56 litros
Peso: 1.585 kg
0-100 km/h: 4s8
Velocidade máxima: 250 km/h (limitada)
Consumo cidade: 8,9 km/l
Consumo estrada: 10,9 km/l
Emissão de CO2: 138 g/km
Nota do Inmetro: C
Classificação na categoria: D (Grande)