Quer uma sugestão de carro usado muito divertido e não muito caro? Perdoem o clichê, mas o Renault Sandero R.S. entrega o melhor dos dois mundos: serve – com algumas limitações, claro – para tarefas cotidianas, e também vai bem além do visual esportivo, podendo encarar track days em finais de semana.

Trata-se de um esportivo de verdade, que usa toda a expertise da divisão Renault Sport, aplicada no acerto do motor/câmbio, nas suspensões, na direção e nos freios (a disco nas quatro rodas).

A série Racing Spirit teve produção limitada a 1.500 unidades; as exclusividades estão nos detalhes externos/internos em vermelho, nos pneus Michelin Pilot Sport 4 e na placa numerada e com o traçado do circuito de Brno, na República Tcheca, abaixo do freio de estacionamento.

Conectado ao motorista, é um carro com uma dinâmica sui generis, resultado da combinação do propulsor 2.0 16V F4R, naturalmente aspirado com o câmbio manual de seis marchas.

São 150 cv de potência e 205 Nm (20,9 kgfm) de torque quando abastecido com etanol. Um hot hatch no nível de Fiat 500 Abarth, Citroën DS3 e Suzuki Swift.

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A versão das fotos é a Racing Spirit, uma série limitada ainda mais afiada no visual, mas todos eles têm a mesma mecânica. A cabine é criticada pelo acabamento ruim

O Renault Sandero R.S. cativa seus donos com um conjunto competente, que suporta um dia de pista sem reclamar. “Ele é robusto, tem manutenção simples e as peças não são caras, mesmo sendo um modelo especial”, diz Fernando Kfouri, da Racer Preparações. Mesmo assim, ele sugere optar por componentes originais, por conta da durabilidade.

Sandero R.S.

Com boa relação peso-potência de 7,74 kg/cv, ele vai de 0-100 km/h em oito segundos. É possível escolher entre os programas Normal, Sport (muda respostas e ronco do motor) e Sport+ (desliga ESP).

“As ótimas respostas e o câmbio de relações curtas o tornam sempre divertido”, elogia Raphael Gomes da Silva.

Já Kfouri explica que “tem carro utilizado só em autódromo que nunca quebrou – mas o óleo da transmissão deve ser substituído anualmente”.Sandero R.S.

As suspensões firmes requerem paciência com nosso asfalto e cuidado com valetas e lombadas. Por outro lado, “o conjunto transmite muita confiança no contorno de curvas”, como elogia Silva.

Uma crítica recorrente aparece no consumo: “Não podemos exigir demais, pois se trata de um esportivo”, pondera Níckolas Rodrigues, outro proprietário.

De acordo com o Inmetro, o Sandero R.S. faz 6,9 km/l na cidade e apenas 7,7 km/l na estrada quando abastecido com etanol. Culpa, também, das relações de marchas.

Por dentro, os bancos do tipo concha acomodam bem o corpo, mas os proprietários reclamam do acabamento. “Os plásticos são duros e o visual é praticamente o mesmo do Sandero convencional”, diz Silva.

Para Rodrigues, a central multimídia podeia ser melhor. Mesmo assim, é uma boa e rara opção de para quem deseja um esportivo verdadeiro – não um “esportivado”, com adesivos e penduricalhos, mas fraco – sem gastar mais que em um popular “zero”.

Sandero R.S.

Pelo mesmo preço

Chevrolet Onix Effect 1.4 8V 2018: R$ 62.838

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O visual esportivado inclui spoilers, saias, rodas escurecidas, faróis com máscara negra, adesivos alusivos, assim como o acabamento preto no teto, nas colunas e nos retrovisores. O bloco 1.4 8V junto da caixa manual de cinco marchas garante apenas 106 cv e 136 Nm, com etanol.

Volkswagen Fox Pepper 1.6 16V 2018: R$ 61.474

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Também “esportivado”, tem grade e para-choques exclusivos, molduras nas laterais e rodas de 15”, enquanto o interior traz detalhes em vermelho. O 1.6 16V MSI casado ao bom câmbio manual de cinco marchas produz 120 cv e 165 Nm, com etanol.

Suzuki Swift Sport 1.6 16V 2015: R$ 63.674

É outro hot hatch capaz de entregar desempenho “de verdade”, graças à união do 1.6 16V aspirado ao câmbio manual de seis marchas. Destaque para a relação peso-potência de 7,5 kg/cv e para o ótimo acerto das suspensões. Ele tem 142 cv e 167 Nm, mas não é flex.

Renault Sandero R.S.

Renault Sandero R.S.
Racing Spirit 2018 R$ 63.939

Motor: quatro cilindros em linha 2.0, 16V, duplo comando de válvulas, variável na admissão
Cilindrada: 1.998 cm³
Combustível: flex
Potência: 145 cv (g) e 150 cv (e) a 5.750 rpm
Torque: 198 Nm (g) e 205 Nm (e) a 4.000 rpm
Câmbio: manual, seis marchas
Direção: eletro-hidráulica
Suspensões: MacPherson (d) e eixo de torção (e)
Freios: discos ventilados (d) e discos sólidos (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,068 m (c), 1,733 m (l), 1,499 m (a)
Entre-eixos: 2,590 m
Pneus: 195/55 R16
Porta-malas: 320 litros
Tanque: 50 litros
Peso: 1.161 kg
0-100 km/h: 8s (e)
Velocidade máxima: 202 km/h (e)
Consumo cidade: 9,9 km/l (g) e 6,9 km/l (e)
Consumo estrada: 11,1 km/l (g) e 7,7 km/l (e)
Emissão de CO2: 129 g/km
Consumo nota: C
Nota do Inmetro: C
Classificação na categoria: E (Compacto)