O processo é lento, mas, aos poucos, os carros elétricos chegam ao mercado brasileiro. Não são ainda exatamente acessíveis, mas já temos uma oferta de modelos mais ampla, com preços que vão dos R$ 150 mil do Renault Kwid E-Tech aos quase R$ 2 milhões do Mercedes-AMG EQS 53. Avaliamos os dois nesta edição, justamente para mostrar os contrastes entre o modelo francês, um elétrico urbano por excelência, prático e econômico, e o alemão, que tenta levar para o mundo dos carros a bateria todo o luxo do Classe S e, ao mesmo tempo, a esportividade da AMG.

E claro que os SUVs, de novo, se destacam. Novos deles chegaram recentemente, como o Chevrolet Bolt EUV e o Peugeot e-2008, e outros estão para chegar – alguns tentando inovar a fórmula SUV, se aproximando de cupês ou até de sedãs, como o esquisitão Citroën ë-C4 X, que acaba de ter sua patente registrada no Brasil pela marca e também já avaliamos nesta edição (já o Hyundai Ioniq 6 tenta fugir da “prisão” dos SUV e surge como opção sedã-cupê ao irmão Ioniq 5, outro confirmado para nosso mercado).

A preferência por SUV também ajudou a levar o Volvo XC40 ao topo do ranking de vendas de elétricos. E é ele que o BYD Yuan Plus, novo modelo da maior fabricante global de elétricos, desafia no comparativo desta edição – e eles já têm preços mais próximos de similares a combustão.

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Agora, para saber se já vale a pena comprar ou não um carro elétrico, há de se levar em consideração muitos outros fatores envolvidos. Um deles, que tem ganhado destaque, é a possibilidade de aumento de preços no segundo semestre, com a retomada escalonada do Imposto de Importação para carros elétricos, que está sendo discutida. Esse fator, por si só, diz: compre logo, antes que aumentem. Por outro lado, a tendência é que os carros elétricos continuem ficando mais baratos – juram os fabricantes – com aumento na produção e desenvolvimento de novas tecnologias. Sobre a velocidade desse suposto barateamento, ninguém pode falar.

Mas o maior problema ainda é a infraestrutura. Hoje, no Brasil, só vale comprar um elétrico para usar na cidade, se você tiver um carregador em casa, ou para viagens curtas, dentro da autonomia do veículo, caso tenha no destino também. Isso porque carregar na rua é impraticável: depende de muita sorte de achar raros eletropostos, com filas que demoram horas – e, se ele não for gratuito, você vai pagar o dobro do que em casa, chegando mais perto do custo de circulação de um carro a combustão.

Afinal, o volume de elétricos em circulação, embora ainda discreto, tem crescido mais rápido que os eletropostos. E os carregadores de supermercados e shoppings (quando funcionam, pois é cada vez mais comum achá-los abandonados), são, na maioria, iguais ao wallbox que você instala em casa: têm 7,2 kW de potência e servem bem a quem pode deixar o carro plugado a noite inteira, mas, durante uma compra, são inúteis.

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