De semblante tranquilo, fala firme e de piloto com bagagem, foi assim que Caio Collet, 21, recebeu a reportagem. Ele sonha em chegar à Fórmula 1, mas pondera dizendo que hoje o mais importante é ter uma carreira promissora.

Caio disputou a Fórmula 3 este ano e conquistou o nono lugar. Agora, o talento busca entrar na Fórmula 2.

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Automobilismo brasileiro

Collet enxerga que o automobilismo brasileiro está em alta e ressalta que as empresas devem patrocinar os pilotos nacionais.

“Nós tivemos uma fase muito ruim nos últimos 5, 6 anos. Agora temos pilotos muito bons. Eu estou tentando, tem também o Gabriel da F3. O Felipe (Drugovich), que recentemente ganhou a F2. Cabe as empresas investirem.”

Ídolos na F1

O brasileiro afirma que começou acompanhar Fórmula 1 com mais entusiasmo em 2008, quando Felipe Massa perdeu o título para Hamilton.

“Era o auge do Felipe, eu tenho ele como uma referência. E, lógico, o Senna, não posso deixar de citar. Essas são minhas duas grandes referências.”

Origens

Carlo Collet – Reprodução

Ao falar sobre a inspiração que recebeu para pilotar, não pensou duas vezes e ressaltou seu pai, Carlo Collet, sete vezes campeão do Rally dos Sertões. “É tudo dele”, diz.

“Quando eu tinha 3 anos, o meu primeiro presente foi um quadriciclo. Eu acompanhava ele (Carlo) em todos os ralis que ele estava. Só que minha mãe começou a bater de frente. Ela via ele voltando dos ralis, sempre todo quebrado. Isso aí eu não quero que meu filho faça, dizia.”

Caio Collet e Carlo Collet – Crédito: Mauro Balhessa/IstoÉ

 

Quadro Caio Collet – Crédito: Reprodução

Aos oito anos, Caio teve um acidente de moto que mudou o seu percurso definitivamente para o kart.

Até os 12 ele disputou campeonatos paulista e nacionais, e começou a se destacar. Depois, Gastão Fráguas, que trabalha com a Caio até hoje, o levou para a Europa.

“Eu achava que se eu ganhasse o campeonato brasileiro, eu era o próximo Ayrton Senna na Fórmula 1. Quando eu cheguei na Europa eu vi que não era bem assim.”

Em 2015, ano em que foi à Europa, conseguiu a terceira colocação no Campeonato Mundial de Kart. Em 2016, ficou com a quarta colocação no WSK Super Master Series e a sexta no Campeonato Europeu de Kart.

Em 2018, Collet foi para a Fórmula 4. Já em 2019, o brasileiro entrou para a Academia Renault (atual Alpine Academy) e foi contratado pela equipe R-ace GP para correr na Eurocopa de Fórmula Renault 2.0. Chegou a ser vice-campeão. Nos últimos três anos está na Fórmula 3.

“É preciso resiliência. É um dos esportes mais difíceis. Você tem que sempre estar ali, remando. No automobilismo você perde muito mais do que você ganha. Não é igual no futebol, ou no tênis, que a cada duas partidas você pode ganhar uma.”