A GWM completou um ano de vendas em solo brasileiro. A montadora, que emplacou 11.479 unidades em 2023 (10.703 do Haval H6 e 776 do Ora 03), prevê somar 31 mil carros comercializados em 2024, que deve incluir também um novo SUV na conta – a estimativa é que seja o H4, um irmão menor que o H6.

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Haval H4

Um modelo inédito que poderá sair da planta é provavelmente o Haval H4. Trata-se de um SUV menor que o Haval H6, já comercializado pela marca.

“O primeiro produto, até pela mudança do imposto de importação, tem que ter volume e tirar a importação. Hoje, o Haval, seja o H6, com até uma versão diferente que estamos trabalhando, ou o H4, um pouco menor, são opções que temos hoje na prateleira”, afirmou Ricardo Bastos, diretor de relações institucionais e governamentais da GWM Brasil, com exclusividade à Motor Show, no começo do ano.

Ele deve sair com versões híbridas convencional e plug-in.

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Na fita métrica, o SUV menor tem 4,47 m de comprimento, 1,89 m de largura e 1,62 m de altura. Isso fica próximo a veículos como o Jeep Compass ou o Toyota Corolla Cross.

A motorização do Haval H4 pode seguir a configuração de entrada do irmão maior, o H6 HEV: 1.5 turbo de quatro cilindros, que desenvolve 171 cv de potência e 29 kgfm de torque, associado a um propulsor elétrico dianteiro com 136 cv e 25 kgfm. Ao todo, o conjunto desenvolve 243 cv e 54 kgfm.

Mais lançamentos

Até 2025 serão lançados dez modelos. Uma picape média da Poer já foi confirmada e promete ser uma das primeiras híbridas flex produzidas no País. Ela faria a estreia junto com a planta paulista, mas os planos da montadora mudaram para os possíveis SUVs citados acima.

Picape Poer – Crédito: Divulgação

Investimento de R$ 10 bilhões

Planta da GWM em Iracemápolis (SP) – Crédito: Divulgação

Ao todo, a chinesa pretende realizar o aporte de R$ 10 bilhões no mercado brasileiro. Serão dois ciclos de investimento na sua fábrica em Iracemápolis (SP): cerca de R$ 4 bilhões de 2022 a 2025 e R$ 6 bilhões entre 2026 e 2032, com a expectativa de geração de 2 mil empregos diretos até 2025.

“Fizemos uma viagem à China no ano passado, vimos o que tínhamos na prateleira. Temos bastante coisa dentro do planejamento, mas ocorrerá em um tempo diferente. Teve essa mudança de imposto (de importação), temos a questão do IPI Verde chegando. A fábrica está prevista para o segundo semestre. E o produto estamos terminando de fazer o molde, baseado de acordo com o ajuste que veio, de cotas, imposto (de importação) e IPI (Verde)”, explicou Andre Leite, diretor de marketing, em fevereiro.

A fábrica em Iracemápolis (SP), que inicialmente estava programada para estrear em 1º de maio, vai começar a atuar no segundo semestre e atualmente passa por uma modernização, que inclui processos digitais na produção e linha de montagem inteligente. 

Esta será a quarta base completa de produção da GWM no mundo, a primeira da América Latina e também um centro de exportação para o continente americano.

A montadora também tem planos de ampliar a rede autorizada para 120 concessionárias – um crescimento de 70% em relação aos 70 pontos de venda inaugurados em 2023.

Andre Leite, diretor das linhas Haval e Ora – Crédito: Mauro Balhessa/IstoÉ

A companhia aguardava a regulamentação do Mover para definir os lançamentos e prioridades. Basicamente, ele vai reduzir imposto de quem polui menos e aumentar exigências de sustentabilidade.

Mudanças com o programa Mover

O governo federal lançou em 30 de dezembro o “Mover”, programa nacional de mobilidade verde e inovação. Trata-se de uma nova fase do antigo Rota 2030, no qual vai contar com um incentivo fiscal de R$ 19 bilhões até 2028. Com a medida, o objetivo é ampliar a descarbonização da frota e estimular a produção de novas tecnologias, seja para carros de passeio, ônibus e caminhões.

Para a companhia, isso vai acelerar a produção no Brasil e provocou mudanças no planejamento.

“A GWM tem um plano de desenvolvimento de fornecedores. Agora (com o programa Mover), estamos revendo esse plano de forma positiva. Se eu estava prevendo a chegada de fornecedores em dois três anos, talvez eu consiga trazê-los em um ano ou dois.”

Imposto de importação

Outro ponto citado pela GWM, como visto acima, é a volta do imposto de importação.

“Quem dita preço é o mercado e o consumidor. A questão do custo é interna e está dentro do planejamento do ano. A ideia da GWM é de vir para o Brasil para ficar. E isso faz parte da construção de marca. Ė uma linha que tem um tíquete médio mais alto e consegue absorver as variações. E isso faz parte do Brasil, nem é criticando, mas ele tem essa volatilidade. Já tínhamos isso dentro do planejamento para 2024.”

A retomada do tributo está em vigor e envolve automóveis elétricos e híbridos no Brasil. O aumento das alíquotas será realizado de forma gradual, até chegar a 35% em julho de 2026. Veja abaixo.

Híbridos

  • A alíquota do imposto começa com 15% em janeiro de 2024; 25% em julho de 2024; 30% em julho de 2025; e alcança os 35% apenas em julho de 2026.

Híbridos plug-in

  • Serão 12% em janeiro de 2024; 20% em julho de 2024; 28% em julho de 2025 e 35% em julho de 2026.

Elétricos

  • A escala é de 10% (janeiro de 2024), 18% (julho de 2024), 25% (julho de 2025) e 35% (julho de 2026).
Crédito: Mauro Balhessa/IstoÉ