16/05/2024 - 14:50
A CEO da BYD América Stella Li afirmou que a companhia não tem interesse em aumentar a participação no mercado norte-americano neste momento.
A declaração foi dada em entrevista coletiva na concessionária da marca, na Cidade do México, na quarta-feira, 15. No mesmo dia, a Casa Branca anunciou um aumento nas taxas para diversos produtos chineses, entre eles os carros, que será de 100% no final de 2024.
“Não estamos focados no mercado norte-americano neste momento. Nosso objetivo é aumentar a nossa presença em países que já temos fábricas”, afirmou.
+ Olhando para o agro, BYD lança primeira picape híbrida
+ Novo BYD Song Plus chega com autonomia de 1.200 km
Uma novidade que foi divulgada na véspera do lançamento da picape BYD Shark é que a companhia pretende lançar uma fábrica no México em até três anos. Stella afirmou que a expansão não visa o mercado dos EUA.
“O México é um país muito estratégico para nós e a fábrica vai atender o mercado interno e a América Central”, explicou.
De acordo com a executiva, o anúncio oficial de onde a fábrica será construída ocorrerá no fim do ano e que ela deve demorar três anos para começar a produzir. A BYD também deve anunciar em breve uma nova planta na Europa, além da que vai estrear na Hungria.
China conta com política clara sobre eletrificação de veículos
A BYD e outras companhias chinesas do setor automotivos têm sido regularmente sobretaxadas nos EUA e na Europa. Como pano de fundo dessa política fiscal, muitos países afirmam que as empresas chinesas praticam concorrência desleal por receberem subsídios do governo.
A CEO lembra que a China tem uma política clara de eletrificação de veículos há 20 anos e que os outros países ficam “indo e voltando”, fazendo com que os chineses tomem a liderança no mercado.
“A disputa entre as empresas chinesas é sangrenta e essa reclamação só existe porque não se acompanha a tecnologia chinesa. O governo tem uma política clara há 20 anos sobre a eletrificação dos carros e nos outros países existe um ‘vai e vem’ sobre esse tema”, acredita.
Evolução das baterias
O tempo de recarga das baterias também foi uma questão levantada. Hoje, com o carregador próprio da marca, uma recarga total da bateria do BYD Dolphin Mini dura em média 8 horas.
Stella afirma que, no curto prazo, a companhia está trabalhando em um equipamento que pode recarregar 80% da bateria em até 10 minutos.
“Em 10 anos, acreditamos que uma recarga completa deva demorar o tempo de uma ida rápida ao banheiro”, afirmou.
Modelos híbridos serão estratégicos no Brasil
Além da Shark, que deve chegar ao país ainda esse ano, a companhia conta com o modelo híbrido plug-in Song Plus.
Stella ressalta que o desafio de convencer o consumidor a comprar um carro 100% elétrico no Brasil é parecido com o que foi na China, já que os dois países contam com extensões continentais.
“A experiência na China nos ensinou muito porque os consumidores tinham a preocupação com a recarga. Percebemos que o primeiro passo é o carro híbrido, que dá uma tranquilidade maior e é um elemento muito importante na transição para um elétrico”, explicou.
A CEO disse que um dos projetos que os engenheiros da empresa estão trabalhando é no motor híbrido com etanol no Brasil e que novidades podem ser anunciadas no fim deste ano.
O jornalista viajou ao México a convite da BYD*