Texto adaptado Flávio Silveira
Reportagem Luca Cereda

Como o clássico 2CV, o C3 nasceu com vocação popular. Depois, o arquétipo do Citroën compacto e acessível adotou um design mais moderno, maximizou a habitabilidade e até tentou ser premium. Mas, na 4a geração, volta às origens: é um popular com ares de “micro-SUV” que briga, no Brasil, com Fiat Mobi e Renault Kwid (com vantagem: foi Compra do Ano 2024 na categoria). Agora, tem a missão de democratizar a propulsão elétrica – não só na Europa, onde já estreou na versão a bateria avaliada, mas também no Brasil, onde foi flagrado em testes e deve chegar em breve na faixa de R$ 100 mil. Sim, o preço precisa ser esse, pois, se não chegar perto disso, será mais difícil de emplacar.

Afinal, este novo C3 foi criado para ser um elétrico “pop”. Sendo compacto, esse valor não é para todos, mas é a meta para a difusão dos elétricos. Neste caso, ele é possível graças à receita industrial inédita no grupo, que envolve modelos de outras marcas – como o(s) herdeiro(s) elétrico(s) do Fiat Panda/Uno.

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Sua a plataforma é a Smart Car. Global, está não apenas na Europa, mas em mercados como Índia e Brasil, embora com características específicas.

Gera economia significativa, pois serve a modelos a combustão ou eletrificados, de subcompactos a SUVs médios.

Menos sofisticada que a E-CMP/STLA Small de modelos com Peugeot 208 e Jeep Avenger, estreia com bateria de fosfato de ferro-lítio de 44 kWh no lugar das usadas até agora pelo grupo, de níquel-manganês-cobalto. Isso reduz o preço final, mas reduz autonomia (320 quilômetros no ciclo europeu) e velocidade de carregamento.

(Divulgação)
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No design externo, o C3 elétrico é diferente do modelo a combustão brasileiro, que foi simplificado para reduzir custos. Na cabine, ele tem painel com “dois andares” (no alto). Abaixo, o seletor do câmbio/carregador sem fio, um easter egg (“divirta-se”) e a curiosa tela do cluster, que reflete dados projetados nela

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Na cabine, o painel é dividido em duas partes.
• A superior mostra elementos mais “técnicos” (quadro de instrumentos e multimídia) e foi pensada para minimizar interferências na visão do grande para-brisa.
• A inferior é revestida por tecido inspirado em capas de sofá. Pena que o “infotainment” da versão de entrada não exista: é um dock para celular com conexão por NFC.

Como na versão a combustão já vendida no Brasil, as similaridades com SUVs não aparecem só nas proporções da carroceria – frente reta, capô alto, bom porta-malas… – mas também na posição de condução “altinha”: o ponto H (a distância da pelve do motorista até o asfalto) é de 60 cm. E, mesmo calculando a distância que separa o assento do assoalho, sobem-se uns degraus, passando de 27 cm da última geração para 30.

São números consistentes com mais uma evolução do C3, que, de SUV, também tem rodas grandes e carroceria alta (com bons 16,5 cm de vão livre do solo).

Os 113 cv de potência são suficientes para andar com agilidade em meio ao trânsito, mas foram “ajustados” para conter o consumo e maximizar a autonomia: como nos rivais citados, de modo racional, a máxima é limitada a 135 km/h e o 0-100 km/h leva cerca de 11 segundos.

E o ë-C3 não deixa de ser um Citroën: apesar da economia, não abre mão de características típicas de design e de conteúdo. Entre os itens de série, por exemplo, traz a suspensão Advanced Comfort, com batentes hidráulicos que suavizam as respostas em superfícies irregulares (mas não deveremos ter em nossa provável versão nacional, por uma questão de custos).

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Citroën ë-C3 MAX

Preço na Europa (avaliado) R$ 158.000
Preço Estimado no Brasil (básico) R$ 109.000

Motor: dianteiro, elétrico, síncrono, ímãs permanentes
Combustível: eletricidade
Potência: 113 cv (83 kW)
Torque: 260 Nm
Câmbio: automático, caixa redutora com relação fixa
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: discos ventilados (d) e discos sólidos (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,02 m (c), 1,76 m (l), 1,58 m (a)
Entre-eixos: 2,54 m
Pneus: 205/50 R17
Porta-malas: 310 litros
Bateria: fosfato de ferro-lítio, 44 kWh
Peso: 1.450 kg
0-100 km/h: 11 segundos
Velocidade máxima: 135 km/h (limitada)
Consumo médio: 6,1 km/kWh (Europa)
Autonomia: 320 quilômetros (na Europa, ciclo WLTP)
Recarga máxima: 11 kW AC e 100 kW DC