Texto Flávio Silveira
Reportagem Luca Cereda
Projeções Marcelo Poblete

Na Europa, o Peugeot 3008 já estreou a nova e mais importante plataforma do Grupo Stellantis. Trata-se da STLA Medium, como mostramos em nossa avaliação da versão elétrica do francês na edição de março/abril. Mas, daqui a pouco mais de um ano, um produto muito mais interessante – em volume de mercado, principalmente – também adotará essa nova arquitetura: o Jeep Compass. Sim, o SUV médio acaba de ganhar sua linha 2025 com opção do novo motor 2.0 turbo e tração 4×4, mas o desenvolvimento da nova geração está avançado (em conjunto com modelos das marcas Opel, Lancia e DS).

arquitetura STLA Medium permite fazer sedãs e SUVs (ou misturas, os “crossovers”) com 4,30 a 4,90 metros de comprimento. Terão todos eles opção elétrica? Sim, mas não só. Como mostrou o 3008, esta base permite variar a motorização em função de necessidades de cada mercado – no Brasil, o sistema híbrido flex “Bio-Hybrid” (similar ao do Avenger avaliado nesta edição) será a grande novidade da próxima geração.

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A plataforma será adotada em todas as fábricas que fazem o SUV hoje:
 Brasil,
 Itália,
 China,
 Índia,
 e México.

Antes do Jeep, porém, teremos um DS “estilo fastback” e, em 2025, o substituto do DS7, com cerca de 4,60 metros (uma reinterpretação premium do Peugeot).

O novo Compass estreia no fim de 2026 como modelo 2027 – também no Brasil, para não perder de vez sua liderança (já tem sido superado, fato inédito, pelo Toyota Corolla Cross, que acaba de se renovar e tem opção híbrida). Com a base STLA Medium no lugar da antiga, que hoje é dividida com Jeep Renegade, Fiat Toro e Ram Rampage, ele vai crescer uns bons centímetros, deixando mais espaço para uma segunda (e maior) geração do Renegade entre ele e o novo Avenger.

SUV hoje tem várias motorizações.
• Aposentará algumas e somará vários graus de eletrificação, do híbrido leve de 48 volts (“quase-completo”) do Avenger (neste caso, mais provavelmente só com o 1.3 turbo flex atual, deixando o 1.0 para os SUVs menores da Fiat e da Jeep) ao plug-in (hoje importado e caro).
 Na Europa, o novo Compass terá, também, versões 100% elétrica (que podem ser importadas para o Brasil) com tração dianteira (um motor, cerca de 200 cv) ou integral (um motor por eixo, 300 cv) e baterias de 73 e 98 kW, com até 700 quilômetros de autonomia no ciclo europeu.

Em relação ao design, nossas ilustrações seguem algumas dicas, mas com uma dose de imaginação. As influências virão do design mais “europeu” da marca, como no do jipinho Avenger, com linhas mais horizontalizadas e as sete fendas mais sutis que o normal.

(Divulgação)

Uma plataforma global

A fábrica de Goiana (PE) deve migrar rapidamente para a plataforma STLA Medium, centrada na eletrificação, mas também aberta aos tradicionais motores de combustão interna. Partilhada entre diversas marcas do grupo, vai ocupar também os segmentos C e D (representaram quase metade das vendas globais em 2022).

É uma base muito flexível, capaz de fazer florescer sedãs, crossovers e SUVs.
 Inaugurada pelo Peugeot e-3008, para os modelos elétricos disponibiliza hoje dois tamanhos de baterias NMC, 73 e 98 kWh – essa última com autonomia teórica de 700 quilômetros.
• A rede de bordo com 400V permite “recarregar” a até 2,4 kWh por minuto.
 A plataforma pode servir de base a carros com tração dianteira e integral, com a adição de um motor elétrico na traseira (4xe).
 Dependendo do modelo e da configuração, as potências dos BEVs vão de 218 e 387 cv, servindo a carros de vários tamanhos, com comprimentos e entre-eixos com variação de medidas.

(Divulgação)