Para muitos entusiastas e antigomobilistas não havia nenhum modelo de Kombi 1957 de fabricação nacional sobrevivente ao tempo. No entanto, a empresa OK Oldtimer, dedicada à restauração e revenda de carros clássicos, encontrou essa mosca branca em uma coleção de um brasileiro.

Ele saiu do país e havia deixado o carro com os filhos, que não cuidavam devidamente da raridade. Após cinco anos de negociações, o proprietário resolveu abrir mão e vendeu à empresa.

Kombi 1957 – Crédito: Divulgação/Ok Oldtimer

Para se ter uma ideia, foram produzidas apenas 371 unidades desse clássico na fábrica da Volkswagen de São Bernardo do Campo (SP). Metade dela tinha peças nacionalizadas.

O motor é 1.192 cm³, que produzia até 36 cv de potência, associado ao câmbio de quatro marchas.

Por dentro, os bancos são em corino e possuem alças.

Bancos em Corino da Kombi 1957 – Crédito: Divulgação/OK Oldtimer

“Ela está restaurada no padrão, tem uma manivela para ligar o motor 1.200 e seta bananinha original”, conta Alexandre Fares, sócio da empresa, com exclusividade para o site MOTOR SHOW. Além dele, Marcella Daibert também é sócia na OK Oldtimer.

Motor 1200 com manivela da Kombi 1957 – Crédito: Divulgação

Viagem à Europa

O clássico chega à Europa no dia 9 de outubro e ainda não tem cliente definido. Fares afirma que a Kombi 1957, devido a sua raridade, não possui valor estimado. No entanto, projeta que o preço dela parta de 200 mil euros ou R$ 1,21 milhão, em conversão direta.

“O carro não tem parâmetro, nem de compra, nem de venda. A gente vai colocar ele lá [na Alemanha] para ter uma expectativa e trabalhar o valor.”

Kombi 1957 – Crédito: Divulgação/OK Oldtimer

O veículo ainda será legalizado pelo governo alemão, assim como o pagamento de todos os impostos vigentes para a operação.

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Ok Oldtimer

A empresa brasileira, com sede também em Berlim (Alemanha) e Miami (EUA), comercializa Kombis e outros carros, principalmente da Volks, para 18 países.

Até 2028, a projeção é que a OK Oldtimer abra filiais na California, Boston, Copenhague, Hamburgo, Lisboa, Munique, Oslo, Paris e Roma.

“O público na Europa, por exemplo, é muito mais amplo. Aqui no Brasil é muito mais voltado para colecionador, até pelo poder aquisitivo. Lá um professor, um mecânico, um trabalhador médio pode comprar. Ele não é necessariamente um colecionador, às vezes lembra do pai ou tem uma memória afetiva.”

Fares diz que a ideia é trazer carros da Alemanha e Estados Unidos para o Brasil também. Mas o forte do negócio ainda são carros Volkswagen, como Kombi, Karmann-Ghia, SP2.