18/08/2025 - 9:12
Todos os anos a Fórmula 1 desembarca em múltiplos países ao redor do mundo. Atualmente, o calendário oficial abrange quase todos os continentes do globo, deixando de fora apenas a África.
Entre viagens e autódromos é comum que algumas pistas não tenham seus contratos renovados e os motivos para a exclusão são variados – incluindo: perda patrocínio, falta de segurança ou até mesmo queda no número de corridas ao longo do ano.
Pensando nisso, a MOTOR SHOW elaborou uma lista de circuitos lendários que não fazem mais parte do anuário elaborado pela FIA (Federação Internacional do Automobilismo).
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Veja quatro pistas que deixaram de integrar o calendário da F1
Nürburgring – Alemanha
Construído em 1927 sob o apelido de “anel da morte”, o circuito de Nürburgring foi palco para diversos momentos cruciais na história do automobilismo. Após diversas complicações em corridas logo após seu lançamento, o espaço teve que passar por uma reformulação para poder voltar a sediar as provas.
Entre os acontecimentos que ganharam destaque estão: a primeira vitória de Mark Webber na F1, grandes disputas entre Fernando Alonso e Felipe Massa pelo título em 2007 e o acidente quase fatal de Niki Lauda em 1976.

Lauda teve grande parte de seu corpo queimado depois de perder o controle, bater e a carroceria entrar em combustão no Grande Prêmio da Alemanha da época – o austríaco foi retirado do carro em chamas e suas chances de sobrevivência eram mínimas, mas o tricampeão sobrevive e veio a falecer aos 70 anos em 2019.
A explosão fez a organização se atentar a quão perigoso Nürburgring ainda era e buscar novas formas de tornar os automóveis mais seguros. Embora tenha saído do calendário oficialmente em 2013, os pilotos chegaram a correr na pista em 2020.
Jacarepaguá – Brasil

Garantindo a presença do Brasil na lista, o Autódromo Internacional Nelson Piquet, carinhosamente conhecido como Jacarepaguá, é outra prova que não permaneceu no calendário da F1 depois de 1989.
Com 11 curvas e duas retas, a pista passou por algumas alterações até sua versão final ser usada no GP do Brasil por cerca de 10 anos. Além do calor excessivo – que chegava a fazer pilotos desmaiarem durante a condução – o ambiente parou de ser aproveitado em decorrência do gerenciamento precário da organização.
Antes de ser demolido e substituído pelo Autódromo de Interlagos, em São Paulo – onde o GP do Brasil é realizado até os dias atuais –, o local continuou a sediar corridas do MotoGP, da Stock Car e de outros campeonatos nacionais.
Hockenheim – Alemanha
Com formato similar ao GP de Ímola, na Itália, Hockenheim é uma das provas mais tradicionais e antigas do esporte. Construído em 1932, abrangendo cerca de 12 km e uma Guerra Mundial no meio das temporadas, o circuito deixou de integrar o guia anual em 2019.
Embora tenha sido um espaço popular e amado pelos fãs do país, o traçado ainda possuía muitas desvantagens. Mesmo estando longe dos 12 km do perímetro original, o circuito continuava a ser especialmente grande – o que dificultava o mantimento de um ritmo e um tanque que tivesse a quantidade de combustível suficiente para percorrê-lo por completo.

O Hockenheim foi sede de brigas envolvendo Nelson Piquet, explosão no pit stop de Jos Verstappen – pai do tetracampeão Max Verstappen – e o acidente fatal de Jim Clark em 1968. Em sua última visita, o grid passou por um grande susto com o carro de Luciano Burti capotando e ficando de ponta cabeça logo na largada.
Adelaide – Austrália
Assegurando a presença de um circuito de rua na lista, antes de ser sediado em Albert Park, o GP da Austrália era realizado no meio dos bairros de Adelaide. Com 3,780 km e 16 curvas, o espaço possui um recorde inédito.
Em novembro de 1991, debaixo de chuva torrencial, o pelotão entrou na pista para disputar a prova australiana. Embora seja uma das condições climáticas preferidas dos fãs da emoção, se tornou impossível continuar a corrida em segurança, o resultado: a corrida mais curta a ser realizada. Com apenas 26 minutos e 14 voltas, o ícone brasileiro Ayrton Senna levou a vitória, seguido por Nigel Mansell e Gerhard Berger.
“Não acho que foi uma corrida, era apenas uma questão de permanecer lá, e não havia motivo para tentar ir rápido. Era impossível! Tivemos uma corrida muito ruim aqui há alguns anos e era impossível, e hoje foi ainda pior! Havia ainda mais água na reta”, afirmou Senna na época.
Além do clima desfavorável anualmente, Adelaide perdeu espaço após a construção do atual autódromo do país. Com um destino fixo e menos encontros com a chuva, o circuito de rua perdeu seu lugar – a última competição de F1 efetuada no traçado foi em 1995.

*Estagiária sob supervisão