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No Brasil desde a década de 1990, o SUV baseado na picape Hilux se distancia cada vez mais de suas origens. Na última reestilização, ainda em 2011, abandonou o prenome Hilux e passou a ser chamado de Toyota SW4. Mesmo assim, não enganava ninguém: o design pouco diferente e o interior quase idêntico ao da picape o mantinham “a cara” dela, como se fosse só uma versão fechada (e de fato era). Assim, muitos seguiram o chamando de Hilux. Agora, a nova geração do SW4 chegou, e a coisa ficou bem diferente (literalmente). O SUV mudou radicalmente para não ser “confundido” com a picape. Externa e internamente, quase nada, além da marca, permite associar os dois.

Mas por que seria ruim ser associado a uma picape tão renomada como a Hilux? A imagem de carro de fazendeiro/SUV derivado de picape tem apelo em robustez e valentia, mas não atrai tanto o consumidor urbano. E se as vendas do SUV vão bem no interior e no Nordeste, a marca quer melhorá-las nas cidades – onde novos rivais forçaram o SW4 a se reposicionar. A linha 2016 chega mais refinada e cara, em versões SRX a diesel (R$ 220.000 com cinco lugares e R$ 225.000 com sete) ou gasolina (4.0 V6 de 238 cv; R$ 205.000). Nosso primeiro contato foi com o motor a diesel, que deve ter 90% das vendas até chegar o flex (no meio do ano). Sua maior rival é a Chevrolet Trailblazer, mais potente e barata, porém menos sofisticada (R$ 163.790 a gasolina/277 cv e R$ 192.090 a diesel/200 cv)

Os faróis finos remetem aos Lexus, os de neblina têm forma ousada. A lateral tem um novo “degrau” a partir da coluna C e na traseira há uma barra cromada. De fato há muito pouco da também nova Hilux, lançada há pouco (confira aqui a avaliação da nova geração da picape). No interior a revolução é ainda maior: além de não nada ter da picape além de alguns botões e volante, o SW4 ficou muito mais refinado. Ganhou generosas doses de couro (opção marrom) nas portas e painel (só faltou na parte de cima), bancos envolventes e muitos novos itens – de faróis Full LED a entrada e partida sem chave, passando pelo porta-malas com tampa motorizada e o controle do ar independente na segunda fileira. Para completar, o rebatimento da terceira fileira de bancos está mais fácil, com sistema “um toque”, e os bancos extras, embora continuem pendurados na lateral quando não em uso, têm nova fixação que evita que fiquem batendo.

Em um ponto o SW4 segue fiel às origens: a base construtiva/mecânica continua igual à da Hilux, e sofreu as mesmas evoluções. Alguns cavalos mais potente e 25% mais forte que antes, o 2.8 turbodiesel não decepciona. A prova de 0-100 km/h (12s9) não é o destaque do SUV, mas as retomadas agradam e os 45,9 kgfm sobram no off-road. Falando nisso, o SW4 ganhou muita eletrônica para ajudar em terrenos difíceis: tem auxílio em subidas e descidas e bloqueio eletrônico do diferencial, além de seletor de tração por botão (traseira, 4×4 ou 4×4 reduzida). O câmbio automático de seis marchas (eram cinco) permite trocas manuais – não muito imediatas – e ajuda a reduzir o consumo. Em nossa avaliação, o SW4 marcou 12 km/l na estrada (no modo Eco; há também o normal e o Power). Apesar do trabalho na acústica, o SUV ainda vibra muito em marcha lenta e é ruidoso nas acelerações (mas não em velocidade de cruzeiro: a 120 km/h, segue silencioso a 1.800 rpm).

A direção continua hidráulica (e boa), mas os freios ganharam discos ventilados nas quatro rodas (com melhora sensível nas frenagens, antes ruins) e as suspensões foram recalibradas. O SW4 tem um rodar quase perfeito na terra, filtrando bem as vibrações de alta frequência e garantindo bastante conforto, mas ainda pula demais nos buracos e valetas da cidade.

A posição de dirigir melhorou com o novo ajuste de profundidade do volante, e continua mais alta que nos modernos crossovers – graças também à construção sobre chassi, seu último elo com a Hilux e o mundo das picapes. É o que lhe garante tanta robustez e valentia, mas também sacrifica parte do conforto e o faz se comportar pior em curvas. É o preço a se pagar para ter um SUV “das antigas”. Sofisticado e bem acabado, é verdade, mas ainda baseado em uma picape (apesar de disfarçar tão bem).

FICHAS TÉCNICAS
TOYOTA SW4 SRX 2.8 TDI
Preço básico: R$ 220.000 (5 lugares)/ R$ 225.000 (7 lugares)
Motor: 4 cilindros em linha 2.8, 16V, turbo common rail, geometria variável
Cilindrada: 2755 cm3
Combustível: diesel
Potência: 177 cv a 3.400 rpm
Torque: 45,9 kgfm de 1.600 a 2.400 rpm
Câmbio: automático sequencial, seis marchas
Direção: hidráulica
Suspensão: duplo triângulo (d) e four-link (t)
Freios: disco ventilado (d/t)
Tração: 4×2 ou 4×4, com reduzida e bloqueio eletrônico do diferencial traseiro
Dimensões: 4,795 m (c), 1,855 m (l), 1,835 m (a)
Entre-eixos: 2,745 m
Pneus: 265/60 R18
Porta-malas: cerca de 575 litros
Tanque: 80 litros
Peso: 2.130 kg
0-100 km/h: 12s9 (medição MOTOR SHOW)
Velocidade máxima: não divulgada
Consumo cidade: 9,0 km/l
Consumo estrada: 10,5 km/l
Emissão de CO2: SEM DADOS
Com etanol: não é flex
Nota do Inmetro: não participa (diesel)

 

VERSÃO A GASOLINA:
TOYOTA SW4 SRX 7L 4.0 V6
Preço básico: R$ 205.000
Motor: 6 cilindros em V 4.0, 24V, duplo comando variável
Cilindrada: 3956 cm3
Combustível: gasolina
Potência: 238 cv a 5.200 rpm
Torque: 38,3 kgfm a 3.800 rpm
Câmbio: automático sequencial, seis marchas
Direção: hidráulica
Suspensão: duplo A (d) e four-link (t)
Freios: disco ventilado (d/t)
Tração: 4×2 ou 4×4, com reduzida e bloqueio eletrônico do diferencial traseiro
Dimensões: 4,795 m (c), 1,855 m (l), 1,835 m (a)
Entre-eixos: 2,745 m
Pneus: 265/60 R18
Porta-malas: cerca de 575 litros
Tanque: 80 litros
Peso: 2.060 kg
0-100 km/h: não divulgada
Velocidade máxima: não divulgada
Consumo cidade: 6,0 km/l
Consumo estrada: 7,6 km/l
Emissão de CO2: 209 g/km*
Com etanol: não é flex
Nota do Inmetro: E*
Classificação na categoria: D (Fora-de-estrada)*
*estimados

LISTA DE EQUIPAMENTOS (SRX)
Acendimento automático dos faróis, ar-condicionado automático digital com saídas para três fileiras e ajuste independente de intensidade na segunda, airbag frontais, de joelho, cortina e laterais dianteiros, assistentes de descida, de reboque e de subida (HAC), banco do motorista com ajuste elétrico, banco traseiro bipartido, rebatível e reclinável, bancos em couro, bloqueio do diferencial traseiro, câmera de ré, direção com regulagem de altura e profundidade, porta-luvas refrigerado, computador de bordo com tela 4,2″ TFT com visualização do navegador e de áudio, controles de estabilidade e tração, entrada e partida sem chave, estribos laterais, farol alto e baixo de LED com nivelamento automático, faróis de neblina dianteiros e traseiros, freios com ABS/EBD, isofix, limpador do para-brisa com temporizador, luz de leitura individual dianteira de LED, lanternas e luzes diurnas (DRL) em LED, maçanetas cromadas, modos Eco e Power, para-sol com espelho de cortesia e luz, piloto automático, porta-luvas com chave, porta-óculos no teto, retrovisor interno eletrocrômico, retrovisores externos elétricos e rebatíveis, sensor de estacionamento traseiro, sistema multimídia 7″ sensível ao toque, com navegação (GPS), tevê digital e leitor de DVD, rádio com CD Player/ MP3, conexão bluetooth, USB e AUX, 6 alto-falantes e antena no teto, tomada de energia (12V) no painel, console central e porta-malas, trava automática das portas, trava de segurança nas portas traseiras, vidros elétricos um toque, volante com paddle shift e comandos de telefone, áudio, vídeo e computador de bordo, porta-malas com tampa motorizada