27/09/2025 - 10:00
Uma tempestade com ventos de 90 km/h na tarde de uma segunda-feira (22) causaram transtornos críticos à Toyota no Brasil. A fábrica de Porto Feliz (SP), que fornece motores para as unidades de Sorocaba (SP) e Indaiatuba (SP), foi destruída – a montadora afirma que mais de 90% de sua estrutura foi danificada. O resultado: houve a paralisação total da companhia no país, desde quarta-feira, 24. A fabricante estuda importar motores de outros países para mitigar a situação, mas a previsão, por enquanto, é que a produção retome em 2026.
Falta de motores
A fábrica de motores de Porto Feliz abastece os veículos da unidade de Sorocaba (SP), onde são montados o Corolla Cross, Yaris (exportação) e Yaris Cross (que seria lançado no dia 16 de outubro, mas foi adiado), além da planta de Indaiatuba (SP), onde é produzido o Corolla na versão sedã. Os motores oferecidos são: o 2.0, para a linha Corolla, e o 1.5, para os modelos Yaris. As peças também são enviadas para a América Latina e Estados Unidos.
A Toyota não trabalhava com estoque de propulsores produzidos e eles sempre saíram de Porto Feliz e nunca foram importados.
Negociação com trabalhadores
Trabalhadores da fábrica da Toyota em Sorocaba (SP) receberam uma proposta de layoff. A medida está prevista na legislação trabalhista, que permite a suspensão temporária do contrato de trabalho ou a redução da jornada e salário por um período determinado, sem que haja demissão.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba abriu um edital para votação eletrônica sobre o layoff. A assembleia eletrônica geral extraordinária será realizada até às 10h, do dia 28 de setembro de 2025.

Empregos mantidos
Durante a reconstrução da fábrica de Porto Feliz, os trabalhadores, tanto do local quanto de Sorocaba e Indaiatuba, terão os empregos mantidos. Essa é a promessa da montadora, que se reuniu com os sindicatos de Sorocaba e Itu, na quarta-feira, 24. As fábricas envolvidas reúnem cerca de 7 mil trabalhadores.

No caso de Sorocaba, os empregados estão gastando um “banquinho de dias”. A partir do dia 1º de outubro, os trabalhadores irão entrar em 20 dias de férias coletivas. Depois, ocorre o layoff, que deve ser aprovado pelos trabalhadores e pode durar de 60 dias até 150 dias.
“Por exemplo, na pandemia nós fizemos o mesmo acordo com a Toyota. Praticamente 100% da fábrica votou a favor. Então, pela experiência que nós já havíamos vivenciado aqui, com certeza, isso não vai ter trabalho nenhum, a proposta será aprovada e será encaminhada.”
O presidente do sindicato ressalta que o mesmo deve ocorrer para os trabalhadores das demais plantas. Os sindicatos são coirmãos, da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Lançamento do Yaris Cross adiado
O lançamento do Yaris Cross, previsto para outubro, foi adiado oficialmente pela Toyota. A montadora confirmou a informação na quarta-feira, 24.
Questionada pela MOTOR SHOW, a fabricante afirma que “o lançamento do veículo será reprogramado”. Ainda não há uma nova previsão.
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Yaris Cross
Com o fim da venda do Yaris hatch e sedã no mercado brasileiro, o SUV será o modelo mais barato da Toyota no país. Ele é parte do investimento de R$ 11,5 bilhões anunciado em março de 2024.
De acordo com lojistas, o produto será comercializado entre R$ 130 mil e 190 mil e vai enfrentar Volkswagen T-Cross, Chevrolet Tracker, Nissan Kicks, Hyundai Creta e Honda HR-V, para citar.
Mesmo adiado, a pré-venda dele ocorre normalmente nas lojas paulistanas. Os interessados devem dar um sinal de R$ 10 mil para reservá-lo.
