07/06/2016 - 8:00
O Chevrolet Omega foi um marco no mercado brasileiro de carros de luxo. O Omegão, como ficou conhecido por aqui, foi lançado em 1992 (quando ainda era produzido na Alemanha pela Opel) e foi produzido até 1998, quatro anos após o fim desta primeira geração na Europa. Na época, era um carro muito à frente de seu tempo, que chegou para tomar o lugar do Opala e o fez com galhardia.
Um ‘carraço’ como costumavam dizer alguns. Na Europa o Omega nasceu em uma evolução natural do Opel Rekord (o carro que gerou o Opala) e do Opel Senator. Como era um carro destinado ao exigente consumidor europeu, possuía requintes construtivos e de projeto muito sofisticados, como sua suspensão traseira independente com semieixos e diferencial fixado à estrutura da carroceria. O motor era longitudinal dianteiro e a tração traseira. A mesma configuração construtiva que utilizavam os grandes construtores alemães, como a Mercedes-Benz e BMW .
A Opel consumiu muitas horas no túnel de vento para desenvolver uma carroceria onde se conciliou a aerodinâmica e um design de personalidade. O sedã obteve um coeficiente aerodinâmico de 0,30, valor espantoso para a época e muito bom até mesmo para os dias atuais. O Omegão não brincava em serviço quando o assunto era tecnologia construtiva.
Quando o carro foi lançado no Brasil, a versão GLS era equipada com um motor 2.0 da Família 2, que com injeção multipoint desenvolvia 116 cv na versão a gasolina e chegava a espantosos 130cv na versão a álcool. Na época, era tido como o motor 2.0 de oito válvulas mais potente do mundo.
Existia ainda uma versão topo de linha batizada de CD, equipada com um motor idêntico ao do Omega alemão: 3 litros, seis cilindros em linha, todo fundido em ferro e que desenvolvia 165cv de potência. Um motor que encantava os entusiastas pela suavidade, silêncio e relativa economia de combustível quando se comparava ao seu desempenho.
Outra característica deste propulsor era sua grande resistência e durabilidade. As versões seis cilindros poderiam ser equipados com cambio manual de 5 marchas ou um excelente cambio ZF automático de 4 marchas, que se destacava pela suavidade de trocas. Todo Omega automático, além do motor seis cilindros, tinha também um belíssimo e funcional painel digital que valorizava ainda mais o requintado sedã. Um luxo só visto em modelos bem mais caros encontrados por aqui. Uma bola dentro que a Chevrolet deu no mercado.
Esses carros, de uma maneira geral resistentes e com uma ótima dinâmica, cativaram e conquistaram os consumidores brasileiros. E olha que o Omegão chegou o mercado brasileiro em um período em que as importações já estavam liberadas e o consumidor mais exigente tinha a opção de olhar para a vitrine do mundo dos automóveis e escolher aquilo que cativasse o seu gosto. Mesmo assim o sedã da Chevrolet foi preferencia de muito desses exigentes consumidores de 1992 até 1998.
Até hoje o Omega desperta o suspiro de muitos marmanjos quando aparece algum em bom ou ótimo estado de conservação. Continua espaçoso e com uma performance que não faz feio mesmo frente aos modernos sedãs de seu porte.
Eu, particularmente, convivi em 1992 durante um bom período com um Omega CD automático completíssimo, que havia sido comprado pela revista Quatro Rodas, onde na época eu era editor de testes. Esse carro esteve em uso pela redação por cerca de 8 a 10 meses, com uso intenso, fazendo viagens para todos os cantos do país.
Era sempre um prazer viajar horas e horas a fio no interior do Omegão seis cilindros. Silencioso e veloz sem gastar muito combustível (na estrada), esse sedã era conhecido entre os jornalistas da redação por fazer as viagens renderem: não perdia velocidade nas subidas e, com isso, mantinha boas médias horárias. Um sonho para todo aquele que gosta de dirigir.
Para as famílias, a Chevrolet chegou a lançar a versão Suprema,station que possuía principalmente uma maior capacidade de bagagem. Como as vendas do Omega foram declinando em virtude da forte concorrência dos importados, a Chevrolet optou por paralisar sua produção no final de 1998 e passar a importar de sua subsidiária Holden da Austrália outro Ômega. Que, não por acaso, utilizava uma plataforma derivado do bom e velho Opel Ômega alemão. Esse sim senhor absoluto de todos esses filhotes. Quer sejam brasileiros ou australianos.
Confira abaixo um dos comerciais de época do modelo:
https://youtu.be/PLXvFHFaFig