09/02/2017 - 8:00
- Equipamentos de segurança – todos que sejam viáveis
Segurança nunca é demais. Não compro hoje um carro sem isofix, por exemplo (aquele sistema para ficar a cadeirinha infantil com mais segurança). E esse item em breve será obrigatório nos carros vendidos no Brasil, felizmente – a exemplo do airbag e ABS que, apesar do atraso de 20 anos, já são obrigatórios. Na verdade, acho que todo item de segurança – desde que tenha um custo razoável – deve ser obrigatório. Porque se depender do consumidor… bem, vou dar um exemplo da minha própria família. Minha mãe comprou, há muitos anos, quando airbag e ABS não eram obrigatórios, um hatch aventureiro. Quando voltou da concessionária, perguntei que pacote tinha fechado. Ela disse que tinha negociado e pegou banco de couro, som, todos os opcionais. Perguntei se tinha, então, airbags e ABS. “Ah, não, muito caro”, ela disse – mas juntos custavam o mesmo que o couro. “Pelo se você morrer, será confortavelmente. E os bancos de couro não devem manchar com o sangue…”. ESP, frenagem automática, câmera de ré… se podem salvar vidas, valem a pena. - Subida e descida dos vidros e travamento das portas automático
Você estaciona, sai do carro, aperta o botão na chave (ou aperta e segura) e todas as janelas se fecham automaticamente. Na volta, antes de chegar ao carro você já aperta o outro botão e as janelas se abrem para liberar o ar quente preso lá dentro e dar uma ventilada na cabine. Um recurso que aumenta a segurança, evitando que se esqueça uma janela aberta ou porta destrancada, e ajuda a aliviar o calor quando se estaciona no sol. Está presente até mesmo nos carros mais baratos do mercado com vidros e travas elétricas, como o Fiat Mobi. Mas não é oferecido em um Volkswagen Up ou mesmo na versão topo de linha do Renault Captur, e nem mesmo em alguns importados mais caros. O porquê disso? Nunca entendi. Pode até ser questão cultural ou de preferências locais, de acordo com onde o carro foi desenvolvido, por exemplo. Isso não não explica porque o Up tem e o Gol não, explica? E por que não adaptar para nosso mercado? Um módulo que faz isso custa R$ 40 ou R$ 50. Devia ser obrigatório. Ou só eu acho tão importante assim? - Som que liga sempre em um volume determinado
Você chega em casa animado, ouvindo uma música bem barulhenta e alta no carro. Pouco ou muito tempo depois, vai sair de novo. Dessa vez, está com uma criança dormindo. Coloca a pequena com todo o cuidado na cadeirinha, senta ao volante, gira a chave e “pa-pa-par-bum!”. O maldito som liga no volume máximo, como estava antes, na mesma maldita música barulhenta, e a pobre criança acorda chorando, assustada e desesperada. Alguns sistemas de som tem uma configuração para definir um volume fixo para sempre que o som for ligado. Outros começam baixinho e vão aumentando lentamente, dando a você tempo de reagir. Isso deveria ser obrigatório. - Iluminação de porta-luvas e porta-malas
Uma lâmpada não pode custar tão caro assim! Ou melhor, duas que costumam economizar: a do porta-luvas e a do porta-malas. Pode parecer besteira, mas já passei muita raiva em noites e garagens escuras por falta de iluminação nesses locais. Por que alguém decide que eles não são necessárias? Quanto será que dá para economizar tirando essas duas lampadinhas do carro? Tinham que ser obrigatórias! - Faróis que se apagam automaticamente
Considerando que o uso da luz de posição ou lanterna de estacionamento é raro quando deixamos o carro parado, por que tantos carros deixam que essas lâmpadas fiquem acesas quando desligamos o carro sem desligar os faróis? Se o carro não tem sensor crepuscular, não é mais fácil deixar como padrão a luz apagar e, só se o motorista assim quiser, deixar as lanternas acesas? Se esse recurso fosse obrigatório, evitaria muito carro com bateria descarregada por aí. O que nos leva ao item seguinte… - Sistema de gerenciamento de energia
Precisar de uma chupeta em uma rua no meio da madrugada, além de levar a piadas sem graça, pode ser perigoso. Mesmo que seus faróis se apaguem automaticamente, você pode esquecer uma lâmpada ligada, o som ou algum outro acessório. Sem bateria, o carro não liga: é preciso pegar no tranco (não recomendado) ou ligar sua bateria à de outro carro para dar a partida. Para evitar isso, alguns modelos tem um sistema de gerenciamento que corta a energia, justamente para poupar a bateria e evitar problemas. Não me parece ser nada caro ou complicado, e pode ser uma mão na roda. - Android Auto e/ou Apple CarPlay
Somos dependentes de nossos smartphones. E se vamos ficar grudados neles o tempo todo, até dirigindo, que seja com a máxima segurança. Mais que qualquer sistema multimídia sofisticado por aí, esses apps (ao menos o Android Auto, que uso) permitem uma simbiose perfeita entre telefone e hardware do carro (telas, botões, comandos no volante…). Você conecta o cabo USB (sim, ele é necessário, e é bom porque mantém seu celular carregado) e tem acesso a todo seu telefone – contatos, músicas, comandos de voz (“Ok, Google, tocar Beatles”, “Previsão do tempo”, “navegar para casa”, etc.). E ainda lê as mensagens de WhatsApp que chegam e permite que responda sem tirar as mãos do volante, tudo por voz. Torna tudo tão mais fácil e seguro que fiquei viciado. Hoje, se o carro não é compatível, perde pontos comigo. Devia ser obrigatório.
PS: o app Android Auto funciona também só na tela do celular. Perde parte das funções, mas ainda quebra um bom galho, com telas com botões e letras grandes e todas as funções de mensagens/voz). Se seu carro não é compatível, instale o app, compre um suporte com ventosa ou para de saída de ventilação (melhor, mantém o aparelho refrigerado e aumenta a vida da bateria), um carregador e experimente. - Assistente de partida em rampa
Moro em perdizes, bairro cheio de ladeiras. Em um dos quarteirões da rua Bartira, já virou costume: um semáforo fica no meio de uma subidona, exigindo uma saída de rampa – aquela que ensinaram lá na auto-escola, lembra? Agora não tem ninguém olhando, você pode queimar a embreagem, puxar o freio de mão… Mas quando o tal sinal fecha, motoristas mais preguiçosos (ou menos habilidosos) preferem ficar esperando o farol abrir lá antes da subida, a meio quarteirão de distância. A luz verde surge, eles sobem a rampa já embalados, na boa e passam pelo cruzamento… já quase no amarelo. Assim, em vez de passarem vários carros a cada luz verde, passam poucos. Ou a pessoa decide encarar a rampa, deixa o carro morrer e também atrasa tudo. Ou, ainda, sai queimando pneu, fazendo barulho, motor urrando. Por isso, embora me considere um bom motorista, pensando na coletividade, acho que o assistente de partida em rampas (HSA, HLC… depende da marca) bem que poderia ser obrigatório (e acho legal que a Ford o ofereça já no Ka). E, cá entre nós (perdoe o trocadilho), é bem prático, não? - Seletor de modo de condução
Há horas em que estou sozinho, há horas em que estou com minha com a minha família. Às vezes estou com pressa, às vezes estou tranquilo. Posso pegar trânsito, ou a estradada pode estar bem livre. É legal quando a cada mudança de cenário dessas, conforme a situação, o carro seja capaz de se comportar de um jeito, se “adaptando” ao momento e ficando mais arisco ou mais econômico, mais confortável ou mais empolgante ou até mais barulhento ou silencioso. Isso não é novidade em modelos de luxo – que permitem escolher rigidez de amortecedores, respostas de direção e pedais, etc.. – e está cada vez mais presente em modelos baratos. O Fiat Mobi Drive, por exemplo, tem dois ajustes para o volante; alguns Honda e Renault têm modo Eco, para gastar menos… e por aí vai. Alguns ajustes são caros e inviáveis, mas o mais esportivo ou mais econômico e o da assistência do volante bem que todos podiam ter… - 400 cv, tração traseira, teto conversível…
Bem, no fundo, no fundo esse blog queria é que todos os carros obrigatoriamente tivessem pelo menos uns 400 cavalos de potência e tração apenas traseira. Como o maravilhoso BMW M2 que ilustra esse post (clique aqui para ler a avaliação, e aqui para ver o comparativo com o Audi RS3). Só isso, e já tava bom.