01/08/2007 - 0:00
-1.8 de 124 cv
-R$ 67.590
Está aberta a temporada de caça aos consumidores de hatches médios. Há muito tempo sem novidades, o segmento ainda oferece muito espaço para exploração e o Nissan Tiida chega de olho nessa oportunidade. Eleito o Carro do Ano 2007 pela Federação Interamericana de Jornalistas de Automóvel, deixando para traz o novo Civic, o modelo é produzido em sete países e vendido em todos os continentes.
Mas um sucesso de vendas não se faz apenas com um bom currículo. E a Nissan tem uma grande missão pela frente. Para provar o potencial do Tiida, precisa ganhar um voto de confiança do consumidor, já que é muito mais conhecida pela produção de utilitários. “Com o Sentra, a montadora mostrou que não é especialista apenas em veículos 4×4, mas também sabe fazer carros de passeio de alta tecnologia. Agora, com o Tiida, oferecemos a mesma qualidade por um preço mais acessível”, afirmou Thomas Besson, presidente da Nissan Mercosul.
Mas o consumidor precisa de incentivos reais para experimentar o novo. O diretor de marketing da Nissan, Arisson Souza, sabe disso e preparou um atraente pacote de benefícios. Apesar de não oferecer a garantia de três anos como sua co-irmã Renault, a Nissan está dando mais do que a média do segmento: dois anos de garantia, pacote de revisão com preço fechado e, nos primeiros três meses de comercialização, um valor de seguro a partir de R$ 860 (com a seguradora Mapfre), independente do perfil da apólice. “Isso traduz confiança”, afirma Souza.
Além disso, a Nissan vai se esforçar para transmitir dois conceitos básicos no lançamento do modelo. Primeiro, que se trata do único hatch médio japonês do mercado nacional. Segundo, que estar a bordo do Tiida é como estar na primeira classe de um avião.
A marca quer vender o carro de dentro para fora e, de fato, tem argumentos para isso. Com seus 4,30 m de comprimento e 1,55 m de altura, mesmo os ocupantes mais altos não encontram dificuldade para se acomodar. Um habitáculo confortável, mas para quatro pessoas. Apesar de ser um pouco mais comprido e mais alto que a maioria de seus oponentes, o Tiida é mais estreito e isso acaba se refletindo no espaço que os passageiros traseiros dividem ombro a ombro. O porta-malas, pequeno para a categoria, conta com o auxílio do banco traseiro deslizante que aumenta sua capacidade de carga de 289 para 463 litros (disponível apenas na versão top de linha avaliada).
O design recebeu elogios nas ruas. Sua carroceria alta garante espaço mesmo para os passageiros com maior estatura
A idéia de um carro pensado de dentro para fora não está apenas no tamanho do habitáculo. A qualidade de vida a bordo foi fator primordial no projeto. Os bancos têm área de assento ampla e as alavancas de regulagem ficam do lado da fivela do cinto de segurança, o que permite o uso de porta-mapas maiores nas portas. Os apoios de braço são altos e largos e há vários porta-objetos. “Este segmento valoriza muito a parte externa do carro, com ênfase no apelo esportivo. O Tiida vem para mudar isso”, afirma Mário Furtado, gerente de marketing de produto da Nissan.
À versão S, de entrada, no entanto, falta sofisticação. A lista de equipamentos de série oferece o básico, mas fica devendo alguns itens. Quem optar pela versão mais barata (R$ 53.290) tem como opcional apenas o câmbio automático (R$ 4.000) e leva ar-condicionado, airbag duplo, direção com assistência elétrica e ajuste de altura, trio elétrico, CD Player, alarme imobilizador e rodas aro 15.
Nessa versão, ficam de fora os assentos traseiros deslizantes (o que limita o porta-malas), os portacopos e até os apoios de braço, que só aparecem na versão SL, avaliada (R$ 63.590 com câmbio manual). Nela, o ar-condicionado passa a ser automático e digital e somam-se, além dos itens citados, bancos de couro, freios com ABS e EBD, teto solar e faróis de neblina. Piloto automático e computador de bordo não aparecem na lista de equipamentos. O câmbio automático aqui também é opcional.
A transmissão CVT, comercializada nos EUA, não será vendida no Brasil. Temos a opção do câmbio manual de seis marchas ou do automático de quatro. De concepção mais antiga, essa transmissão deixa um pouco a desejar na agilidade das trocas . Mesmo assim, o desempenho do carro não é ruim. Equipado com o motor 1.8 de 124 cv e 17,5 kgfm, ele acelera de zero a 100 km/h em 11,9 segundos e chega à màxima de 181 km/h. Já o bom consumo, que fica na casa dos 11,6 km/l na cidade e 16,8 km/l na estrada, poderia ser ainda melhor com a transmissão CVT. Uma pena.
A maioria dos itens de conforto são exclusivos desta versão top. Entre eles, ar digital, couro, apoio de braços e teto solar
Com 124 cv, o motor 1.8 do Tiida tem mais potência que seus principais concorrentes, mas o desempenho acaba sendo equivalente, principalmente por conta do acerto da transmissão automática utilizada na versão avaliada, cuja regulagem prioriza o consumo
Acabamento esmerado e materiais de boa qualidade favorecem a habitabilidade do Tiida. Os detalhes cromados e o mostrador transparente do arcondicionado dão um charme a mais ao interior