01/12/2007 - 0:00
RENAULT SANDERO R$ 30 MIL A R$ 40 MIL (ESTIMADO)
Renault Sandero – um novo carro chega às ruas brasileiras. “Vamos atacar o segmento de hatches compactos”, anunciou Bruno Hohmann, gerente de marketing do modelo. O Sandero foi desenvolvido nos últimos três anos e meio especialmente focado no Mercosul, em uma operação conjunta dos centros de engenharia do Brasil e da França. “Embora compartilhe a plataforma com o Logan, no Sandero o design foi meta primordial”, completa Hohmann.
Fora isso, a Renault faz questão de dizer que se trata de carros distintos, e tem motivos para isso. O primeiro é que, realmente, eles não são muito parecidos. Mas a marca fez um carro diferente não por medo de que o desenho pudesse gerar um fracasso. Tudo bem que o design de um carro é, sim, importante para o consumidor, mas nem sempre é decisivo. Quando o Logan foi lançado, por exemplo, a marca esperava vender 1.500 unidades/mês. Apesar das críticas dos que acharam o carro “horroroso”, em outubro foram emplacadas 2.407 unidades e há até fila de espera para comprá-lo. E Hohmann avisa: “o Sandero vai vender mais que o Logan”.
Outro motivo para distanciar Logan de Sandero é a estratégia de posicionamento dos novos modelos. É uma situação curiosa: enquanto o Logan virou sedã de entrada da marca e o Clio Sedan, menos espaçoso, ficou para o consumidor mais endinheirado, com o Sandero e Clio hatch ocorre o oposto. Por menos de R$ 30 mil, a marca mantém o Clio atual, mas só na versão Authentique 1.0, para enfrentar outros hatches de entrada. Acima disso, passa a vender só Sandero.
A marca não divulgou os preços dos modelos até o fechamento desta edição, mas as versões 1.0 (Authentique e Expression) ficam perto dos R$ 30 mil. Depois o preço sobe, com as versões 1.6 8V (Authentique, Expression e Privilège – com essa motorização devem ser vendidos mais de 50% dos Sandero). “O salto do 1.0 para o 1.6 8V será pequeno”, avisa Hohmann. Com motor 1.6 16V, o carro é oferecido só na versão top (Privilège), cujo único opcional é o Pack Segurança (ABS e airbag duplo que, para enfrentar o Punto – e agora Polo – deve ser vendido por menos de R$ 3 mil). Foi exatamente essa versão que avaliamos.
O tamanho, como no Logan, é a primeira surpresa: maior que os hatches pequenos, é quase um médio. O entreeixos, por exemplo, é 13 cm maior que o de um Fox e 8 cm maior que os de Punto e Golf (ele é também mais largo e mais alto que o último). E o porta-malas, de 320 litros, é maior que o de todos os hatches compactos e 10 litros menor que o do Golf. E as qualidades não param aí: ótima dirigibilidade, suspensão firme e confortável, não repassando as irregularidades do solo para o volante (mas um pouco para a cabine), o motor gera 112 cv com álcool e o consumo é adequado à potência (veja ficha técnica).
O acabamento interno é mais refinado que o do Logan, com texturas diferentes no painel, portas com puxadores maiores, mostradores com fundo branco, vidros elétricos nas quatro portas, bancos em veludo, alarme com controle remoto, computador de bordo e rodas de 15 polegadas.
Mas o Clio Privilège tinha itens que faltam no Sandero, como rádio com display remoto e controle na coluna de direção, ajuste de altura do volante, indicador de temperatura externa… Além disso, ele peca pela localização dos controles elétricos do retrovisor (debaixo do freio de estacionamento) e dos vidros, tanto dianteiros (no console central) quanto traseiros (atrás do freio de mão). Mas, no final das contas, o Sandero oferece um pacote atraente, é espaçoso, confortável e gostoso de dirigir, e seu preço deve ser competitivo. A Renault tem agora mais um produto que pode abalar o mercado.
O painel é diferente do usado no Logan (mas não muito). O volante não tem regulagem de altura. As portas ganharam um puxador melhor que o do Logan e os espaços traseiro e do porta-malas são maiores que a média