STILO SPORTING DUALOGIC R$ 62.550

Embora tenha saído de linha na Europa e em breve possa ser substituído aqui pelo novo Bravo, o Stilo ainda é interessante. Na versão 2008, ganhou uma sobrevida com a leve reestilização e, o mais importante, a transmissão automatizada, como na Meriva Easytronic.

Mas se a GM lançou antes a novidade no Brasil, a Fiat riu por último – e riu melhor. O câmbio do Stilo é mais rápido e, por isso, de adaptação mais fácil. Dirigindo devagar, a sensação é a de um carro automático, com trocas suaves e sem trancos – eles só acontecem em ladeiras, quando se pisa fundo no acelerador ou quando se opta pelo modo “Sport”.

Neste caso, é mais interessante passar para o modo manual e tomar controle da situação, mudando as marchas conforme sua vontade, usando a alavanca ou as borboletas opcionais atrás do volante.

Na versão de entrada, o Stilo Dualogic sai por R$ 54.300 (R$ 2.520 mais caro que com câmbio manual), um bom preço para um carro com muitos itens de série. No “Sporting”, o preço sobe para R$ 62.550, mas ele vem com ar digital de duas zonas, duto de ar para o banco traseiro, rodas especiais e teto solar gigante “Sky Window” de série, entre outros itens.

Mas uma coisa não dá para entender: como um carro com nome e visual de esportivo pode ter um motor 1.8 de apenas 114 cavalos? Concorrentes como Peugeot 307 e Citroën C4 têm motores 2.0 que passam dos 140 cv (já Golf e Vectra também deixam a desejar neste quesito). O Stilo tem bom câmbio, boa suspensão, acabamento impecável, é confortável, bonito… mas merecia um motor melhor (por isso, e só por isso, eu não o compraria). O 2.4 20V do Stilo Abarth (R$ 91.100), com 167 cv, seria muito bem-vindo.

Acima, o novo câmbio. Para engatar a ré, basta colocar a alavanca no “R”. Posicionando-a entre o “-” e o “+”, ele entra no modo automático; para mudar para o modo manual (e viceversa), deve-se empurrar a alavanca para a esquerda (D/M). Já o botão “S” ativa o modo de trocas esportivas

Não sei se as trocas de marcha são rápidas e perfeitas como descreveu o Flávio. Dependendo da utilização, elas me pareciam um pouco “burras”: na condução suave, as trocas demoravam um pouco para acontecer, exigindo alívio do pé no acelerador para o sistema “entender” que você gostaria que ele engatasse a marcha seguinte. Quando se reduz, a mesma “burrice”: às vezes, mesmo com quase 2.000 rpm de margem, o sistema não reduzia, informando que aquela operação não poderia ser feita. Concordo que no desempenho está o “calcanhar de Aquiles” do Stilo. Toda a esportividade da versão perde o sentido quando se acelera. Mas agora que o Grupo Fiat comprou a fábrica de motores Tritec, a marca terá em breve uma boa linha de propulsores para seus carros, desde modernos 1.4 e 1.6 aspirado e supercharger (com até 170 cv!) até modernos 1.8 a 2.2. Em um ano e meio, ou no máximo dois, a Fiat deverá estrear novos motores. E certamente o Stilo será agraciado com um deles.

Douglas Mendonça | Diretor Técnico