01/06/2008 - 0:00
A nova Suzuki B-King parece uma moto conceito. Gigantescos escapamentos, tanque enorme de combustível, motor aparente: parece até que o piloto está montado em um touro bravo. E ela é mais ou menos tudo isso. Apresentada pela primeira vez no Salão de Tóquio em 2001, a B-King era um estudo de design, sem tradicionalismo – feita para chocar, causar impacto, chamar atenção. E conseguiu, tanto que ganhou um lugar na linha de montagem. Mas não é uma motocicleta qualquer…
A começar por seu visual, com aletas gigantescas no tanque de combustível, passando pelo tom escuro nos detalhes e, por fim, chegando às enormes ponteiras de escapamento. Se Batman andasse de moto, Gotham City o veria pilotando uma B-King: diferente, valente no acelerador e nada comportada no design. O problema é que, nascendo como conceito, alguns atributos mecânicos (ou melhor, refinamentos) foram deixados de lado. Por isso, é pesada (235 kg) e pouco ágil para o dia-a- dia. Andar entre os carros? Deixe isso para os motoboys.
Fugindo do trânsito e tratando o acelerador com suavidade, fica fácil passear com a B-King. Grandalhona, tem temperamento suave e funcionamento liso. Acelerou? Comprima as pernas no tanque, prenda a respiração e esteja disposto a romper os 100 km/h em menos de três segundos! Com motor derivado da Suzuki Hayabusa (por muito tempo considerada a moto mais veloz do planeta, com máxima de 308 km/h), a B-King é ainda mais violenta. São 184 cv oriundos de seus 1.340 cc, quatro cilindros, 16 válvulas. A primeira marcha chega a 150 km/h; a segunda, perto dos 200 km/h. E neste momento ainda temos mais quatro marchas e provavelmente você irá se lembrar dos freios. São dois discos dianteiros com 310 mm cada um, “mordidos” por pinças de quatro pistões. Na traseira, um disco simples com 260 mm dá conta do recado, afirma a Suzuki. Um fato curioso da BKing é que, através de um botão na manopla direita, o piloto pode reduzir a potência do motor, mudando os mapas de injeção, em até 30 cv. É um procedimento recomendável para os mais cautelosos, principalmente na chuva.
Acima e ao lado, detalhes dos enormes escapamentos, uma das características mais marcantes do design extremamente agressivo – compatível com o desempenho da moto
Como a idéia é chamar ao máximo a atenção de todos, a iluminação também é um prato cheio. Os piscas dianteiros ficam embutidos nas enormes aletas do tanque, e o painel é um show extra, graças à tonalidade azul forte que esbanja luminosidade. Tem ainda marcador redondo do conta-giros analógico, com computador de bordo, nível de combustível, temperatura e velocímetro digitais.
Originada de um conceito feito para chocar, a B-King exibe com orgulho seu enorme motor
Ah, mas com uma moto dessa a garupa não pode ficar de fora, não é mesmo? Tudo bem, desde que seja apenas para uma voltinha, pois o banco é muito mais alto que o do piloto e as pernas precisam ficar bem encolhidas. Enfim, a BKing chama a atenção – demais até. Sem dúvida vale cada centavo dos seus quase R$ 70 mil.