Atualmente há combustíveis para todos os “gostos” e bolsos nos postos de serviço: há carros que andam com gasolina, álcool, a mistura de ambos em qualquer proporção ou GNV (gás natural veicular). Há ainda aqueles que podem funcionar com qualquer um deles indistintamente, como o Siena Tetrafuel, por exemplo. Foi principalmente o desenvolvimento da eletrônica aplicada ao carro que propiciou tanta diversificação. Ajustes eletrônicos permitem ao motor adaptar-se às diferentes características físicas e de queima de cada um dos combustíveis, dando sempre condições para uma boa performance com o mínimo consumo.

CONTOS DA CAROCHINHA

Essa flexibilização na utilização dos combustíveis criou também algumas “lendas” que devem ser esclarecidas para que se tire o máximo proveito na utilização, principalmente, dos carros flex. Um assunto ainda estranho para boa parte dos consumidores.

Com relação aos motores bicombustíveis surgem as histórias mais desencontradas. Nas próprias concessionárias, alguns consultores, talvez por ignorar o assunto, fazem recomendações incabíveis aos proprietários. Uma delas diz que o dono de carro flex deve escolher desde o início: ou usa gasolina ou usa álcool. Essa indicação não procede, uma vez que os carros flex são preparados (desde a bomba de combustível até a linha de alimentação e os injetores) para suportar a característica solvente da gasolina e a acidez e menor lubrificidade do álcool. Assim, qualquer que seja o combustível escolhido, o carro deve funcionar perfeitamente e com o mesmo nível de durabilidade dos componentes.

A outra afirma que se deve esperar sempre acabar um combustível para colocar o outro. Outra inverdade, tanto que uma das vantagens do carro flex é que se pode misturar os combustíveis em qualquer proporção.

CARRO NÃO É GENTE!

Existe ainda uma outra lenda que diz que não se pode usar apenas um combustível durante todo o tempo. Segundo alguns “entendidos de plantão”, é preciso, de vez em quando, trocar de combustível para o motor “não acostumar”. Não é verdade. O motor é uma máquina. Não é gente e, por isso, não se acostuma com nada. Nos flex pode-se usar qualquer um dos combustíveis, se quiser, por toda a vida do carro. Sem prejuízos.

Um caso muito mais sério em que as lendas e inverdades podem causar sérios desastres é no uso do gás natural veicular. Jamais faça adaptações nos reservatórios de gás. Os originais foram concebidos para suportar pressões na casa dos 300 bar (cerca de 300 vezes a pressão atmosférica), qualquer que seja a temperatura externa ou mesmo quando submetidos a impactos, como nos acidentes.

Adaptações de botijões de gás de cozinha, por exemplo, que suportam, quando em bom estado, pressões inferiores a 30 bar, causam explosões destrutivas, com mortes potenciais. Essa recomendação garante a sua segurança e a de quem estiver por perto do carro na hora do abastecimento ou em uma colisão.