O Classe E nunca foi o modelo esportivo da Mercedes. Ele é, e sempre foi, um sedã de luxo – posicionado abaixo do enorme Classe S, linha “top” da marca. Isso não quer dizer que ele não possa ser esportivo e há, inclusive, uma versão E63, com motor V8 de 514 cavalos, preparado pela divisão de esportivos da marca, a AMG. Toda a cavalaria deste motor faz mais sentido nos chassis dos modelos Classe C, CL e SL, mas se o cliente quiser, a opção está aí.

E350

AMG R$ 299.000

Mas o E63 AMG custa cerca de R$ 587 mil (com o dólar a R$ 2,50). Para quem não faz questão de um desempenho de superesportivo, a marca ainda tem o E500, com motor V8 de 388 cv (R$ 369 mil) e este modelo avaliado, o E350, com um V6 de 3,5 litros e 272 cv – com preço sugerido de R$ 299 mil. A maior novidade é que, se estes dois últimos não têm o desempenho do AMG, eles agora vêm com visual – pelo menos em parte – da versão esportiva. O chamado “pacote esporte AMG” agora é item de série deles.

Seu design não é exatamente o mesmo do modelo AMG. No exterior, ele vem com saída de escape dupla (no E63 são quatro), rodas de 18 polegadas com a inscrição AMG e pinças de freio com logo da marca, além de spoilers laterais e pára-choques (tanto dianteiros quanto traseiros) iguais ao do superesportivo. No interior, as únicas novidades trazidas pelo kit são os tapetes com o logo AMG, os pedais em alumínio e o volante com desenho esportivo e borboletas para trocas de marcha (mas, sem dupla embreagem, as reduções demoram um pouco para acontecer, mesmo no modo seqüencial). Um toque esportivo que rejuvenesce o sedã, mas que, embora deixe seu design mais agressivo, não o torna um verdadeiro AMG.

Mecanicamente, as únicas alterações foram o rebaixamento da suspensão em 15 milímetros e os amortecedores que ficaram mais rígidos – o que alterou suavemente sua dirigibilidade, e sem sacrificar o conforto de maneira notável. Lembrando que o objetivo é ser esportivo só no visual, o motor V6 dá conta – e muito bem – do recado. Com 1.690 kg, este E350 acelera de 0 a 100 km/h em 6,9 segundos e atinge os mesmos 250 km/h que qualquer outro Mercedes – todos têm a máxima limitada eletronicamente nesta velocidade. Mas, claro, demora mais para chegar nela. Em compensação, o V6 é mais barato, gasta menos combustível e, conseqüentemente, polui menos.

No mais, um excelente carro, como sempre: o silêncio a bordo é impressionante e os itens de conforto são abundantes: ar-condicionado de quatro zonas, airbags em toda parte, bancos com regulagem elétrica que até inflam ou desinflam para prender melhor motorista e passageiro, persiana traseira, disqueteira de DVDs, som Harman-Kardon e muito mais. Para quem não faz questão de um desempenho exagerado, esta é a melhor opção de Classe E, pelo menos hoje – porque sua nova geração chega este ano.