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A história da indústria automobilística da América Latina é cheia de curiosidades. Basta ver o caso de modelos como o Grumett, o Chevrolet Chevette feito em fibra de vidro no Uruguai. E outro capítulo interessante é o do Porsche Teram, um esportivo feito na Argentina dos anos 1950 com a mecânica da marca alemã. E com a autorização do fabricante.

Desde 1953, a Teram (sigla em espanhol para Oficinas Especializadas em Reparação de Automóveis e Motores), era a empresa responsável pela importação dos carros da Porsche no país vizinho. Com planos de dar um passo adiante e se tornar uma fabricante de veículos, a Teram aproveitou o golpe de estado que derrubou o governo do general Juan Domingo Perón, em 1955, e comprou as carrocerias remanescentes do Justicialista Gran Sport, um cupê com mecânica Porsche produzido pela estatal I.A.M.E., cujo projeto era bancado pelo general-presidente e que acabou saindo de linha com a mudança no poder.

Em 1958, a empresa argentina obteve autorização da Porsche para produzir o novo veículo, com o nome de Porsche Teram. Sobre a base do Porsche 356, os técnicos da Teram montaram a carroceria do Justicialista com frente e traseira modificadas para lembrar o modelo que emprestou o conjunto mecânico.

O Teram era oferecido em três versões: a de entrada era equipada com um motor 1.5 de 56 cv e alcançava os 155 km/h. Mas havia também duas opções de motores 1.6, com diferenças na carburação e taxa de compressão. Na mais potente, batizada como Carrera, o motor de 102 cv levava o cupê até os 175 km/h de máxima.

Foram produzidas 144 unidades do modelo até o ano de 1963.