STILO 1.8: A PARTIR DE R$ 50.895,FOCUS 2.0: A PARTIR DE R$ 55.015,GOLF 1.6: A PARTIR DE R$ 49.780,C4 1.6: A PARTIR DE R$ 53.800

Os hatches médios são a bola da vez. Depois da imensa renovação do segmento de sedãs, ocorrida nos últimos dois anos, 2009 será o ano da virada para os modelos dois volumes, um segmento que, em 2008, cresceu 7% acima do mercado. Daqui a, no máximo, dois meses, o Vectra GT muda.

Ganha a dianteira, o interior e o motor de 140 cv do novo Vectra Next Edition (leia nesta edição). Aliás, essa mudança, com data tão próxima para se concretizar, foi o motivo de termos excluído o modelo deste comparativo. Mais para a frente, chegam: Fiat Bravo (que pode aposentar o Stilo, como já ocorreu na Europa), Focus com motor flexível e Chevrolet Viva, que tem porte semelhante ao do Punto (o que, tecnicamente, não lhe conferiria o status de carro médio) mas que deverá ficar no lugar do Astra, que continua sendo produzido somente em uma versão básica, com preço atraente para frotistas. O Golf ainda não é certeza, mas também pode sofrer mudanças para ficar alinhado à VI Geração, lançada na Europa em 2008.

De qualquer forma, na iminência de tantas mudanças, comprar um hatch neste momento é uma tarefa delicada. Para tentar auxiliá-lo, decidimos comparar o novo Citroën C4 com três de seus principais concorrentes, todos em suas versões de entrada, ainda que alguns modelos das fotos sejam mais completos em equipamentos. Qual a melhor escolha? C4 GLX, Focus GLX, Stilo 1.8 Flex ou Golf 1.6 Flex?

Pesquisas apontam que 58% dos consumidores deste tipo de veículo têm no design sua principal motivação de compra. Vantagem para os mais modernos C4 e Focus (o primeiro recebeu uma reestilização na Europa ano passado e o segundo é exatamente igual ao que é vendido lá). Não que Stilo e Golf sejam feios, mas é inegável que ambos estão envelhecidos.

Mas como beleza não é tudo, o consumidor de hatches médios considera importantes também a experiência anterior (34 %) e a reputação do fabricante (18%). Isso significa que se os ex-donos de C3, Picasso e cia (e até os que no passado rodaram de Xsara) gostaram de seus carros, não tiveram problemas crônicos e foram bem atendidos no pós-venda, provavelmente devem migrar para o C4 sem titubear. Mais complicada para a Citroën é a história da reputação. É que a montadora (com fábrica no Brasil desde 2001) ainda é tida pelo mercado em geral como uma “marca de carros importados e de manutenção cara”,assim como as outras duas francesas. Fiat, Ford, GM e Volks, por estarem a mais tempo por aqui, são, inevitavelmente, vistas com outros olhos pelos consumidores, além de terem rede de concessionários maior e uma menor depreciação, com mais facilidade de revenda (com exceção da Ford, que, segundo pesquisa da Assovesp, está entre as primeiras em dificuldade de revenda). Mas, a julgar pelo sucesso de vendas do C4 Pallas, a montadora parece ter aprendido a fórmula para driblar essa “desvantagem” e conquistar o coração da classe média: um bom produto, bem equipado e com preço justo. Aliás, o nível de equipamentos é o sexto fator considerado pelo consumidor na hora da compra de um hatch médio (16%), o preço é o quinto (13%) e o conforto, o quarto (10%).

O interior do C4 tem desenho atual e o volante com a parte central fixa é um detalhe que lhe confere grande ar de modernidade. O modelo vem bem completo pelo preço básico

O novo C4 oferece de série, entre outros itens, duplo airbag, ABS, direção eletro-hidráulica, ar-condicionado, piloto automático, CD Player com MP3, rodas de liga leve e custa R$ 53.800. O Stilo (apesar de o modelo avaliado ser um Sporting, que custa a partir de R$ 61.439) oferece uma versão de entrada mais barata, que começa em R$ 50.895. Mas quando se tenta equipará-la ao lançamento da Citroën, adicionando- se airbag duplo, ABS, vidros traseiros elétricos antiesmagamento (só os dianteiros têm o recurso de série), seu preço sobe para R$ 54.473. Já o Focus GLX (o modelo avaliado era um Ghia de R$ 65.130) oferece praticamente os mesmos itens de série pelo preço de R$ R$ 55.015, mas fica devendo o piloto automático, só disponível na versão Ghia.

Dos quatro carros do comparativo, o que oferece o menor preço de entrada é o Golf, que custa a partir de R$ 49.780. Mas quando se acrescenta o banco bipartido, o airbag, o piloto automático, o ABS, as rodas de liga leve aro 16 e o CD Player, seu preço sobe para R$ 57.480. Já a versão Sportline, avaliada, sai a partir de R$ 54.230, mas também carece de alguns itens, o que eleva seu preço para cerca de R$ 59.000. A potência do motor e o desempenho são o último quesito levado em consideração por quem compra carros dessa categoria (9%). Sem querer duvidar da pesquisa, é difícil acreditar que alguém compre um carro de R$ 50 mil sem, pelo menos, fazer um test drive e sentir a tocada de sua nova “máquina”. Quem o fizer, descobrirá que, nesse quesito, Golf e Focus continuam imbatíveis. Eu costumo dizer que, se você pudesse dirigir vendado, e o colocassem dentro de um Golf, não demoraria mais do que alguns segundos para descobrir que estava no comando do hatch da VW. Essa personalidade é fruto, principalmente, de um acerto de suspensão ímpar, que alia a firmeza ideal para se manter seguro à maciez necessária para não judiar dos ocupantes. É excelente. O mesmo vale para o novo Focus, que, assim como no modelo anterior, oferece suspensão traseira com multilink.

O painel do Golf já não é dos mais modernos, porém ainda oferece racionalidade na disposição dos bancos. Mas falta sofisticação a um carro dessa categoria. Isso porque a versão das fotos, disponibilizada para avaliação, é uma Sportline, cheia de opcionais. O modelo de entrada é ainda mais pelado

O resultado é que se tem um carro firme e ao mesmo tempo confortável.

A direção com assistência eletro-hidráulica (também presente no C4) garante pontos extras ao Focus, pois, ao mesmo tempo que mantém as carcaterísticas de precisão da assistência hidráulica (do Golf), oferece a leveza característica dos sistemas elétricos (do Fiat). Stilo e C4 também são adequados e seguros, mas no modelo da Fiat o acerto é mais para o conforto.

O Citroën, apesar de apresentar rispidez em terrenos irregulares, agrada na cidade e não faz feio quando exigido esportivamente.

Na motorização, a vitória vai para o Focus. Embora não ofereça a tecnologia flex, por um preço semelhante ao dos rivais, o Ford de entrada acena com um propulsor dois litros, com duplo comando no cabeçote, 145 cv e 18,9 kgfm. Uma unidade de fazer inveja aos rivais e que o faz acelerar de 0 a 100 km/h em 10s5, chegando à máxima de 204 km/h. No extremo oposto, C4 e Golf, que também oferecem motores 2.0 de 143/151 cv e 116/120 cv com preços de R$ 68.800 e R$ 56.140, respectivamente, trazem sob o capô unidades menores, ambas 1.6. No caso do C4, com 16 V, que desenvolve 110/113 cv a 5.600 rpm e 14,5/15,8 kgfm a 4.000 rpm e, no caso do Golf, com 8V, potência de 101/104 cv a 5.250 rpm, e torque de 14,3/14,5 a 3.250 rpm. O Stilo fica no meio em cilindrada, com seu propulsor 1.8 flex de origem GM, já ultrapassado e que oferece potência de 1.6 (112/114 cv) com consumo de dois litros. Os quatro usam câmbio manual de cinco marchas.

O Golf é o destaque pela precisão dos engates e o Focus é um tanto barulhento.

O painel do Focus é moderno e ergonômico, mas nessa versão de entrada, utilizada como parâmetro nesta avaliação, perde o botão para a partida sem chave, os comandos do som no volante e o arcondicionado com controle individual. Ainda assim, é um dos mais bonitos e bem resolvidos do segmento

Se você pode esperar um pouco para fazer sua compra, aguarde o Focus 2.0 Flex, o que o tornará, provavelmente, a melhor opção do segmento na faixa dos R$ 50 mil. Caso precise de uma opção imediata, o C4 é uma boa compra, seguido de Golf e Stilo. Esses dois últimos ainda têm futuro incerto.

A versão Sporting tem ar com regulagem individual, rodas aro 17, CD Player com conexão para iPod e Bluetooth, teto solar e faróis máscara negra.

O modelo de entrada perde esses equipamentos e o computador de bordo, entre outros itens

Ford Focus é o maior, tem plataforma do Volvo C30, o melhor motor, mas ainda não é flex

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