AGILE LTZ R$ 42.706 SUGERIDO

NOVO FOX I-MOTION PRIME R$ 39.000 ESTIMADO / A PARTIR DE

Você lembra da polêmica propaganda de tevê do Vectra GT em que duas mulheres se beijavam no elevador? Pois bem, o comercial desta vez é mais careta, mas sua mensagem é igual e tem o mesmo destino: o coração dos consumidores arrojados, que querem fugir do convencional. Essa é a ideia da Chevrolet para o Agile.

Talvez por isso o design polêmico lhe caia tão bem. Apesar de manter um pouco do conservadorismo da GM, o novo hatch não passa despercebido, gera comentários, e, para esse tipo de público, isso é mais importante do que ser bonitinho e comum. Por outro lado, o Novo Fox busca a unanimidade, tem linhas mais harmônicas e deve agradar a maioria.

Quem apostou melhor, só o tempo dirá. Se o Agile surpreende por fora, por dentro decepciona. Não pelo visual nem pelo espaço, que é até generoso (menos para os ombros do que para as pernas, é verdade), mas sim pelo acabamento. Muito plástico duro, com rebarbas e encaixes duvidosos.

O Fox também não é um primor na qualidade dos materiais, mas é mais agradável ao toque e aos olhos e, comparado ao anterior, com aquele quadro de instrumentos que beirava o ridículo, deu um belo salto.

No Agile, o ponteiro do contagiros que começa no alto e desce, em vez de subir, é estranho, assim como a pedaleira deslocada para a direita. No Fox, a perna do motorista esbarra no console central e isso incomoda. Os dois modelos têm posição de dirigir alta.

No Agile, que tem altura menor que o Fox, isso foi conseguido com o posicionamento dos bancos dianteiros mais para cima. Apesar de as potências serem semelhantes, o propulsor 1.4 de 102 cv do Agile tem comportamento diferente do motor 1.6 de 104 cv do Fox. Sua curva de torque é mais aguda, e o pico de 13,5 kgfm se dá a 3.200 rpm, contra 15,6 kgfm a 2.500 rpm do rival da VW.

No dia a dia, isso se traduz em uma dirigibilidade menos elástica para o Chevrolet: ele retoma velocidade com menos agilidade e o motor parece se esforçar mais, o que comumente as pessoas chamam de “carro pesado”.

As relações de marchas do Fox são mais curtas (com exceção da primeira, mais encurtada no Agile para favorecer a arrancada), o que aumenta a sensação de vigor em todas as faixas de rotação, mas piora ligeiramente o nível de ruído e o consumo. De qualquer forma, ambos oferecem boa dirigibilidade para uma proposta urbana.

Acima, o painel de instrumentos de leitura difícil e o ar com visor digital do Agile. À esquerda, o painel do Novo Fox, quase igual ao do Polo (e muito superior ao do Fox antigo) e o arcondicionado, tão funcional quanto o do GM, mas sem fingir que é automático e sofisticado

No caso do Fox, a transmissão automatizada do modelo top avaliado ajuda no conforto em congestionamentos, mas não exime o motorista de trancos nas passagens de marcha, apesar de melhor do que os sistemas Dualogic (Fiat) e Easytronic (GM), que, aliás, deve equipar o Agile em breve.

No novo Chevrolet, os engates manuais são precisos e a alavanca tem boa empunhadura. O volante tem regulagem de altura, mas não de profundidade, assim como no Celta, cuja plataforma seviu de base para a criação do novo modelo. No Fox, regula-se altura e profundidade. Em relação aos itens de série, nenhum merece elogios, mas o GM oferece mais.

Mesmo adquirindo o Fox top, para equipará-lo ao Agile o consumidor teria que pagar mais pelo banco traseiro bipartido, pelos vidros elétricos dianteiros, pelo CD com entradas auxiliar e USB, pelos retrovisores elétricos, pela trava elétrica das portas, pela roda 15″ e pelo ar-condicionado. O piloto automático, de série no rival, não é nem opcional no VW.

Já o Agile fica devendo a abertura do porta-malas a distância (opcional no Fox) e o ajuste do volante em profundidade (de série no Fox). Em comum, ambos têm direção hidráulica e computador de bordo e cobram por airbags e ABS. Se o preço de entrada agrada (R$ 37.708), a configuração mais cara do Agile, a LTZ, custa R$ 42.706, um preço salgado, se considerarmos que um Punto HLX 1.8 custa R$ 43.700 e um Astra completinho sai por R$ 45.000.

Até o fechamento desta edição, a VW não havia divulgado os valores do Fox, mas eles não devem subir muito, já que a tabela do Polo é um limitador natural. Estimada em cerca de R$ 39.000, a versão Prime I-Motion 1.6 deverá ficar com preço igual ou superior ao do Agile quando os equipamentos forem equiparados. Boas compras em suas versões de entrada, ambos são caros demais quando mais completos.

O painel do Novo Fox, acima, evoluiu muito em relação ao anterior, e seu acabamento, apesar de simples, ainda é superior ao do Agile (abaixo). Observe os bancos: eles têm o mesmo formato, para dar mais apoio para as pernas. O câmbio automatizado, por enquanto, só é oferecido no Fox, mas o Chevrolet deve receber o Easytronic em breve. O porta GPS do Agile só serve para alguns aparelhos