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No fim de 2013, a BMW lançou o elétrico i3, que chegaria um ano depois ao Brasil, onde foi pioneiro (apesar de mundialmente ter nascido após o Nissan Leaf). Ficou um ano fora do mercado e volta atualizado, com para-choques e faróis novos e baterias melhores. Nos EUA, ele custa o mesmo que o Tesla Model 3 (maior e mais potente), enquanto aqui vai de R$ 199.950 a R$ 239.950 na versão topo de linha REX Full avaliada, com som Harman/Kardon, couro (ecológico, claro), piloto automático adaptativo e estacionamento automático.

Há três anos andamos no primeiro i3, e, após outra semana com ele agora, podemos dizer que, apesar dos cinco anos de idade, que o fazem um carro do futuro “do passado”, continua incrivelmente futurista (ou atual, se preferir). O interior tem design clean como no Tesla, mas com muito mais classe e ousadia (e um toque escandinavo). As superfícies de madeira clara, as telas TFT – do cluster, à frente do motorista como se deve, e da multimídia –, o porta-luvas que se abre para cima, o teto-solar dividido ao meio… tudo é diferente, mas de bom gosto e fácil de usar. A cabine leva quatro com conforto, mas o porta-malas é pequeno (260 litros) e o acesso é prejudicado pelas portas traseiras “suicidas” (ao contrário), que exigem abrir primeiro as dianteiras.

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É ao volante, porém, que o i3 conquista de vez. A posição de dirigir é incrivelmente flexível, com amplos ajustes de direção e banco. O motor elétrico é ligado diretamente ao eixo posterior, uma marcha à frente e outra à ré, e tem potência e torque de 1.6 turbo – 170 cv e 25,5 kgfm. A partida é dada pelo botão à direita da coluna de direção, na alavanca de câmbio.

As acelerações são incrivelmente ágeis e silenciosas (foi estranho voltar a um carro com motor a combustão) e um indicador mostra o tempo todo se está gastando energia ou “recuperando” – o que acontece sempre que se alivia o acelerador, resultando em um forte freio-motor. Boa parte da diversão, aliás, está nesse “one pedal driving” (dirigir com um pedal): em vez de usar o freio, você tira o pé e ele para; quanto mais preciso, mais energia recupera. É um carro prazeroso e confortável de guiar, seja na cidade ou na estrada – onde a máxima é limitada a 150 km/h, velocidade que atinge com facilidade.

A capacidade da bateria foi de 22 para 33 kWh, e a autonomia, de 180 para 235 km. Não é muito, mas no meu uso cotidiano dura uma semana. Ainda assim, os i3 trazem o REX (extensor de autonomia): um motor de moto, a gasolina, alimenta a bateria se necessário e permite rodar mais 150 km (a cada nove litros do tanque) até achar um carregador. E essa não é mais tarefa difícil em São Paulo, onde já há boa oferta de pontos de recarga (McDonald’s, Pão de Açúcar, postos, shoppings…). Em uma hora de almoço ou compras, já se carrega cerca de um quarto da bateria. Dá até para viajar entre São Paulo e Rio de Janeiro pela Via Dutra, onde foi inaugurado um “corredor” de carregadores. E sem pagar um centavo! O i3 é o carro dos sonhos, mas real. E hoje o único elétrico à venda no Brasil.


Ficha técnica:

BMW i3 94 REX

Preço básico: R$ 199.950
Carro avaliado: R$ 239.950
Motor: elétrico síncrono, traseiro e transversal + motor auxiliar a gasolina (2 cilindros, 8V, 0,6 litro, 34 cv)
Combustível: não usa (move-se por eletricidade); gasolina para o REX
Potência: 170 cv de 4.500 a 5.000 rpm
Torque: 25,5 kgfm de 75 a 4.800 rpm
Câmbio: uma marcha à frente, uma marcha à ré
Direção: elétrica
Suspensões: não divulgada
Freios: disco ventilado (d/t)
Tração: traseira
Dimensões: 4,011 m (c), 1,775 m (l), 1,578 m (a)
Entre-eixos: 2,570 m
Pneus: 155/60 R20 (d) e 175/55 R20 (t)
Porta-malas: 260 litros
Peso: 1.340 kg
0-100 km/h: 8s1
Velocidade máxima: 150 km/h (limitada)
Consumo: 7,7 km/kWh (média cidade/estrada)
Tanque do gerador: 9 litros
Baterias: íons de lítio, capacidade de 33 kWh
Autonomia: 225 km (elétrica) + 150 km (extensor, a gasolina)
Recarga: 16h (110 V) ou 8h (220 V) ou 4h (carregamento rápido)
Nota do Inmetro: A
Classificação na categoria: Emissão Zero