Depois de dois dias de apresentações à imprensa, hoje o Salão do Automóvel de São Paulo finalmente abre as portas ao público. Fiz aqui a seleção do Blog Sobre Rodas com cinco destaques, mostrando o que hã de mais importante e/ou interessante para se ver na São Paulo Expo.

Trio elétrico

Com muitos anos de atraso – única exceção feita ao glorioso e maravilhoso BMW i3 (leia mais aqui) – os carros 100% elétricos enfim dão as caras no Salão. E agora não apenas como isca ou para testar reação dos clientes, como antes, mas como modelos já disponíveis para pré-venda, com entregas em breve. São três os que já têm seu preço definido: Chevrolet Bolt: R$ 175.000 Nissan Leaf: R$ 178.400 e Renault Zoe: R$ 149.900.

Chevrolet Bolt EV (Roberto Assunção)

O Chevrolet Bolt é o mais recente e moderno dos três, com potencial de disputar mercado até com o Tesla Model 3, o elétrico “popular” mais cobiçado do mundo hoje. Tem motor de 203 cv e autonomia excelente, de mais de 300 km (leia aqui nosso teste e aqui mais informações).

Divulgação

Já o Nissan Leaf é hoje o carro elétrico mais vendido do mundo. Tem motor de 150 cv e 32,6 kgfm de torque e autonomia de 380 km. Chega no primeiro semestre. (leia aqui nosso teste).

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O Renault Zoe é vendido pela marca hoje apenas no mercado europeu. Terá aqui no Brasil motor elétrico de 110 cv e 22,9 kgfm de torque – e já está até na tabela de consumo do Inmetro (leia aqui a avaliação do Zoe e aqui mais informações).

Além desse trio “popular’, ainda apareceram outros carros elétricos, inicialmente apenas para serem vistos e/ou criar expectativa, da caoa Chery (EQ1 e eQ, o QQ elétrico), da Mercedes (conceito elétrico EQ), e da Volks (ID. Crozz, SUV-cupê conceito com 305 cv e 500 km de autonomia que dará origem a um modelo de produção elétrico dentro de dois anos e a um crossover compacto a gasolina, barato e baseado no Polo, que será vendido aqui no Brasil; leia reportagem)

SUV-cupês

A moda do lançada pelo SSangyong Actyon em 2005 (veja o carro e leia mais aqui) infelizmente pegou, e hoje somos obrigados a conviver cada vez com mais e mais exemplares dessa inusitada e desnecessária mistura entre utilitário-esportivo e cupê. Há quem goste, cada vez mais, então não sou eu quem vai querer dizer que estão errados. Mas não vejo muito sentido nesse tipo de carro.

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Logo na estrada do Salão, o conceito Fiat Fastback chama a atenção não só pela cor da sua carroceria, prata reluzente, mas pela sua forma. Baseado na picape Toro, o conceito Fastback tem dianteira que adianta o facelift que a picape deve receber daqui a uns dois anos – mas, ainda mais importante que isso, aponta para um novo modelo que marcará a inserção da Fiat na categoria dos SUV-cupês. Dentro de dois anos, a versão de produção do Fastback vai ganhar as ruas com as mesmas opções mecânicas da Toro, mas linhas bem mais ousadas.

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Já citado na categoria acima, de elétricos, o VW ID. Crozz é também um SUV-cupê. Deve dar origem não só a  um modelo de produção elétrico, mas também a um novíssimo SUV-cupê “para as massas” que a marca está desenvolvendo também na plataforma do Polo.

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O Eclipse Cross é a reencarnação do cupê esportivo mais famoso da marca, mas agora ele tem forma de SUV. De certa forma lembra o Pontiac Aztek da série Breaking Bad, mas pessoalmente é mais bonito (sua avaliação completa você confere aqui).

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A gente vê que a coisa virou moda quando até mesmo a Lamborghini entrou na onda. O Urus é um furioso SUV-cupê que já avaliamos – confira aqui o teste completo. Tem motor V8 de 650 cv e quase 90 kgfm de torque e custa R$ 2,4 milhões.

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Outra novidade do segmento é o Audi Q8, mas ele é menos cupê que os demais. No Brasil, será vendido a princípio só com o motor 3.0 TFSI de 340 cv, combinado a um câmbio automático de oito marchas. Dotado do sistema híbrido-leve, o SUV pode rodar de 55 km/h e 160 km/h com o motor a combustão desligado.

Volkswagen Tarok e T-Cross

Em termos de impacto de mercado, talvez essas duas novidades da Volks estejam entre as mais promissoras do Salão. Não são para já, mas para um futuro muito próximo.

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O T-Cross, SUV do Polo/virtus, já foi totalmente revelado, inclusive já dirigimos uma versão camuflada em um rápido contato (leia mais informações aqui, a avaliação já está nas bancas). Chega ao mercado no primeiro semestre do ano que vem com preços entre R$ 80.000 e R$ 110.000.

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Já a picape Tarok, cujos planos adiantamos com exclusividade na MOTOR SHOW de fevereiro do ano passado,  aparece em versão conceito “quase de produção”, e deve ser lançada por aqui oficialmente já no ano que vem. Com construção monobloco como a das picapinhas, mas porte de quase média, também deriva do Polo, embora com muitas modificações na plataforma, e terá versões 4×2 e 4×4, turboflex e a diesel. O alvo, obviamente, é a Fiat Toro, líder absoluta da categoria, que inclui ainda a Renault Oroch. Leia mais aqui.

Superesportivos

Claro que um Salão que se preze tem que ter esportivos furiosos, de tirar o fôlego. E dessa vez não é diferente.

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O Mercedes-AMG Project ONE é praticamente um carro de Fórmula 1 para as ruas. Já apresentado pelo mundo, aparece pela primeira vez no Brasil. É o primeiro modelo da história com o mesmo motor híbrido do Fórmula 1. O cockpit fica bem para a frente e o motor é V6 central –- um 1.6 biturbo que se combina a quatro motores elétricos, superando 1.000 cv de potência. Atinge mais de 300 km/h e atinge os 200 em menos de seis segundos. Todas as unidades já estão vendidas, sendo três delas para o Brasil.

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Já a McLaren mostra pela primeira vez no Brasil o Senna, carro de estrada mais rápido da marca inglesa: atinge 340 km/h e acelera de 0- 200 km/h em 6,8 segundos. O motor V8 4.0 biturbo tem 800 cv de potência e 81,6 kgfm de torque. A transmissão é de sete marchas com embreagem dupla e a tração é traseira. O McLaren Senna tem elementos aerodinâmicos ativos e carroceria em fibra de carbono. As 500 unidades já foram vendidas, sendo três para o Brasil, por cerca de R$ 8 milhões cada.

Chevrolet Camaro (Roberto Assunção)

Além disso, o Chevrolet Camaro aparece com um facelift e câmbio de dez marchas como o do rival Ford Mustang – que, por sua vez, aparece também em uma furiosa versão 1.000, modificada pelo preparador Batistinha.

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E, para fechar com chave de ouro, temos o carro mais rápido do Salão na pista de Nurburgring, na Alemanha. O Porsche 911 GT2 RS tem 700 cv de potência e foi capa de nossa edição de outubro, quando publicamos um exclusivo teste completo com seis horas do carro na pista (leia a matéria completa aqui)

SUVs “raíz”

Divulgação

Em meio a SUV-cupês, elétricos e SUVs e crossovers cada vez mais urbanos, é sempre bom ver que alguns SUVs “raiz” ainda sobrevivem, com construção sobre chassis e longarinas e capacidade off-road sem igual. Os maiores destaques nessa categoria, considerando apenas as novidades, são Suzuki Jimny, Mercedes-Benz Classe g e Mitsubishi Pajero Sport. Vamos lá…

Já revelado no exterior, o novo “jipão” Classe G tem um lugar especial no coração de qualquer apaixonado por carros. Um modelo icônico e furioso, seja no asfalto ou no off-road. Nascido em 1979, aparece sem grandes mudanças – é apenas sua terceira variação. O modelo exposto é um G 63 Ed1 – versão com grade especial, rodas AMG de 21” com detalhes “pimenta”. No interior,painel totalmente digital com duas telas integradas.O motor é um V8 de 585 cv, que o faz acelerar de 0-100 em 4s5, impressionante para um carro que pesa mais de duas toneladas e meia. A marca ainda não revelou o preço.

Pajero Sport (Divulgação)

Já o novo Pajero Sport será importado da tailândia apenas na configuração de topo, que no país asiático está equipada com tração 4×4 e o motor 2.5 diesel de 182 cv. Bem mais tecnológico do que o antecessor (e a própria picape L200), o SUV traz em sua lista de equipamentos itens como faróis de LED, piloto automático adaptativo e frenagem automática de emergência.

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Por fim, o Suzuki Jimny aparece, enfim, em nova geração. Mudou na mecânica e interior, mas não na essência. Deve chegar apenas no segundo semestre do ano que vem (a fila de espera no Japão, onde é feito, chega a um ano). Aqui, como conviverá com a geração atual, que continua sendo fabricada no Brasil. O motor 1.3 de 85 cv e 11,2 kgfm – que permanece na geração atual – dá lugar a um novo 1.5 de 108 cv e 13,3 kgfm, mantendo o câmbio manual de cinco marchas (ou um inédito automático de quatro marchas). Carroceria e longarinas estão mais rígidos, as suspensões de eixo rígido ficaram mais confortáveis. Claro que ele continua inclinando bem em curvas, mas segue imbatível no off-road, com 4×4, reduzida e bloqueio do diferencial. Deve partir de cerca de R$ 84.000. Terá três versões no Brasil, sendo duas com câmbio automático (leia nossa primeira avaliação aqui).

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