20/01/2019 - 9:00
Os amortecedores não são mais os mesmos. Os tubos metálicos cheios de óleo, que servem para controlar as oscilações da carroceria dos veículos, nos últimos anos têm se tornado cada vez mais tecnológicos, com a adoção de sensores capazes de ler as imperfeições da pista ou de “conversar” com os outros sistemas do automóvel. Esses componentes recebem o nome de amortecedores inteligentes.
Os amortecedores inteligentes são subdivididos entre os semi-ativos e os ativos, se diferenciando pela complexidade da tecnologia empregada. “Os ativos utilizam sensores e ativadores exclusivos para monitorar o terreno, componentes de custo mais alto e com alto consumo de energia. Por esse motivo, são usados apenas por poucos modelos de luxo. Já os semi-ativos são mais simples e não contam com sensores exclusivos, trabalham em conjunto com outros sistemas existentes no veículo”, explica Juliano Caretta, supervisor de treinamento técnico da Tenneco.
Para o motorista, a principal vantagem dos amortecedores inteligentes é a capacidade de ajustar automaticamente o comportamento de veículo, podendo deixar o conjunto mais macio ou mais firme de acordo com as condições de uso e da pista. A tecnologia possibilita ainda a existência de sistemas que são capazes de usar as imagens da câmera frontal do veículo para preparar a suspensão para o impacto com um buraco ou ondulação.
No mercado brasileiro, os SUVs Volvo XC40 e Jaguar E-Pace estão entre os modelos dotados de amortecedores inteligentes. Conforme explica Caretta, o custo elevado — mesmo dos amortecedores semi-ativos — ainda é uma barreira para a popularização da tecnologia nos veículos de entrada. “Um amortecedor inteligente é de oito a dez vezes mais caro do que o convencional, devido à complexidade dos componentes. Mas com o advento da quarta revolução industrial podemos esperar pela popularização da tecnologia até 2022”.