O ano era 1959. Numa época em que as barbatanas dos enormes Cadillac ultrapassavam um metro de altura, é difícil de imaginar que uma empresa dos Estados Unidos tenha resolvido apostar em um pequeno carro elétrico baseado no francês Renault Dauphine, o mesmo que seria lançado naquele ano no Brasil pelas mãos da Willys-Overland. Conheça a história Henney Kilowatt.

O Kilowatt foi criado pela National Union Electric Corporation, um conglomerado que reunia fabricantes de eletrodomésticos e a Henney Motor Company, firma especializada na produção de ambulâncias e carros funerários sobre chassi Packard ou Ford.

A Henney buscava um carro leve e de pequenas dimensões para servir de base para o projeto de um carro elétrico. Os compactos dos EUA tinham dimensões dos veículos europeus de luxo, então a escolha recaiu sobre o Dauphine, com a Renault recebendo a encomenda de 100 unidades do compacto sem motor e câmbio. O projeto era conveniente também para a marca francesa. Com vendas em baixa nos EUA, era a oportunidade de se livrar de parte do estoque de carros encalhados.

O Henney Kilowatt era externamente idêntico ao Renault Dauphine. Mas trazia um motor elétrico de apenas 6,8 cv, que podia ser combinado a dois conjuntos de baterias: o básico ligava em série 12 acumuladores de 6V, permitindo atingir 64 km/h e uma autonomia de 64 km. Já a versão mais potente usava 14 baterias, para atingir 80 km/h e percorrer até 75 km. A área ocupada pelo conjunto elétrico era tão grande que não havia porta-malas, com o espaço para cargas na dianteira ocupado por parte das baterias.

Das 100 unidades produzidas, apenas 47 unidades foram comercializadas, das quais 32 para empresas do setor elétrico. De acordo com a Renault, menos de 12 unidades do Henney Kilowatt sobreviveram até os dias atuais, sendo uma delas o exemplar preservado pelo departamento de clássicos da marca francesa.

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