Na edição de novembro, demos um “sinal vermelho” para a Nota Verde elaborada pelo Ministério do Meio Ambiente. A classificação dos carros menos (e mais) poluentes do País separava as emissões dos gases tóxicos, CO, NOx e hidrocarbonetos, das emissões de dióxido de carbono (CO2), gás responsável pelo aquecimento global – e classificava os carros conforme os primeiros dados, sem considerar os benefícios para o ambiente pelo uso do etanol (álcool), combustível renovável. Tais distorções, como você viu aqui naquela oportunidade, levavam a conclusões absurdas, como dizer que o Ford Edge, importado e com seu “motorzão” V6 somente a gasolina, era o quinto carro mais “limpo” de nosso mercado.

Agora, conforme defendíamos, as emissões de dióxido de carbono foram incluídas na classificação – e os carros a etanol dominaram o topo da lista dos mais ecológicos. Mas não esqueça que isso vale somente para quando esses modelos são abastecidos com etanol. Outra excelente novidade é que o governo pretende criar nos próximos meses o “IPI Verde”: os carros com as melhores notas pagarão menos imposto que os mais poluentes – uma boa forma, que também já defendemos aqui, de estimular a produção de carros mais limpos, independentemente da cilindrada de seus propulsores ou de seu porte.

Na nova classificação, em vez de os carros receberem uma nota de um a dez para os gases tóxicos e outra nota, de cinco a dez, para o CO2, agora são classificados com até cinco estrelas, conforme o novo critério. Quanto mais estrelas um modelo tiver, melhor ele é para o meio ambiente.

Para começar, um veículo a gasolina nunca terá as cinco estrelas, pois uma delas está reservada, exclusivamente, para veículos flex, que podem rodar com etanol. Já a segunda estrela levam aqueles que emitem pouco CO2, não levam aqueles que emitem muito.

A linha divisória é determinada estatisticamente, considerando todos os modelos, e este ano ficou nos 195 g/km. Com isso, acaba-se igualando um carro que emite 110 g/km a outro que emite 194 g/km. Não é o ideal – esta medida poderia ser mais gradual, de um quarto em um quarto de estrela, ou de meia em meia… mas já é um grande avanço com relação à primeira versão do ranking.

*Excluídos os que saíram de linha: Xsara Picasso 2.0, Grand Scénic, Mégane Cabriolet, Berlingo e L200 Triton a gasolina (agora é flex)

As outras três estrelas virão da análise dos elementos tóxicos à saúde – CO, NOx e hidrocarbonetos. Vale destacar que mesmo os carros que levam o mínimo (uma estrela) nesse quesito estão dentro (e bem abaixo) dos limites legais estabelecidos pelo Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores).

Neste ranking dos modelos produzidos em 2009, apenas 11 veículos conseguiram as cinco estrelas. O Ministério não os coloca em uma ordem, mas classificando- os, segundo a emissão de CO2 (sugerimos, inclusive, que os dois rankings sejam unidos, de maneira semelhante a esta), fizemos o ranking dos 11 carros “cinco estrelas” e também dos cinco carros que receberam apenas uma estrela. Todos eles com motor a gasolina. Ainda descartamos os veículos que saíram de linha e os com resultados duplicados por causa da análise de diferentes versões do mesmo carro. Para conferir a classificação completa, acesse www.mma.gov.br.

Um consumo mais realista

O Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular também apresentou sua tabela 2010 com dados de consumo aferidos pelo Inmetro. No site www. inmetro.gov.br/consumidor/pbe/veiculos_leves_2010. pdf você confere os dados de consumo de mais de 100 veículos. A má notícia é que a Chevrolet abandonou o programa. Por outro lado, a Toyota e a Renault aderiram. Mas a principal novidade está em um redutor que foi aplicado: usando a mesma norma de antes (NBR 7024), depois se aplica o redutor, que diminui os resultados urbanos em 23% e os rodoviários em 29%. Resultado de variações do trânsito, da temperatura, do modo de dirigir, da condiçao dos pneus, etc.

Assim, o número de consumo mostrado chega muito mais próximo do que o que o motorista consegue no uso comum do veículo – e, a partir desta edição, passamos a mostrar os dois números em nossas fichas técnicas. Confira a lista dos mais econômicos e dos que gastam mais. Como nosso teste de consumo já havia mostrado, o Mille leva aqui também o título de mais econômico do Brasil.