O assunto do momento no mercado é a proposta de fusão de Fiat Chrysler e Renault. A poderosíssima ítalo-americana FCA – que controla Fiat, Jeep, Chrysler, Dodge, Alfa Romeo, Maserati, RAM e cia… – propôs à francesa que, com exatos 50% cada, as marcas unam forças para desenvolver novos produtos em plataformas conjuntas, usando o que cada uma tem de melhor. Nesse contexto, que carros sairiam de linha e quais ficariam?

No começo do ano, uma aliança de desenvolvimento – não uma fusão – foi anunciada entre Ford e Volkswagen, e este Blog Sobre Rodas fez uma brincadeira similar, comparando os line-ups das duas marcas por categoria e selecionando os melhores modelos de cada (LEIA AQUI). Agora o blog volta a fazer o mesmo exercício de imaginação.

O acordo em análise agora é mais complicado, pois é de fato uma fusão, e a Renault ainda tem há anos uma aliança estratégia – mais ou menos nos mesmos moldes da Volks+Ford – com a japonesa Nissan – que, há pouco, incluiu a conterrânea Mitsubishi. Essa aliança quase certamente acabaria caso as negociações da Renault com a FCA se concretizem (a Nissan tem 15% das ações da Renault). Além disso, há vários governos envolvidos – a Renault tem parte estatal e a criação da FCA teve ajuda do governo americano.

E se antes a Fiat “aproveitou” a crise da Chrysler para assumir seu controle e conquistar os EUA, agora quer usar seu poder – que aumentou junto com o da Jeep, que cresce na atual onda de SUVs – para se juntar à marca francesa. A diferença é que neste caso, uma fusão “50/50”, ela não seria dona: o conselho do novo grupo teria quatro membros da FCA, quatro membros da Renault e três independentes.

No caso de se confirmar a fusão de Fiat Chrysler e Renault, vários modelos podem ser descontinuados ou totalmente modificados. Veja, na opinião do Blog sobre Rodas, quais modelos deveriam sair de linha e quais deveriam ficar ou ser aproveitados (na mesma plataforma, a marca parceira desenvolveria nova geração do modelo correspondente). Há, ainda, os modelos vendidos em outros mercados. Mas vamos nos concentrar no brasileiro. Para saber mais sobre os carros citados, clique no nome (links para as avaliações). 

City-car (subcompacto) – Fiat Mobi x Renault Kwid

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Entre Fiat Mobi e Renault Kwid, o blog fica com o francês, por mais que esse modelo desenvolvido para Índia e Brasil tenha suas deficiências – freios ruins eram a maior, foram consertados agora. O Kwid tem um pouco mais espaço que o rival da marca italiana e ainda é melhor de dirigir, tem central multimídia melhor e um design bem mais interessante, “metido” a SUV, que imita o irmão Captur.

(Europa: Fiat 500 e Panda vs Renault Twingo – Sem dúvida o Renault: tração traseira e design mais charmoso)

Compacto – Fiat Uno vs Renault Sandero

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O Fiat Uno foi genial quando chegou, nos década de 1980. Hoje é so um carrinho barato. Ainda vale mais a pena que o Mobi, considerando a diferença de preço. Mas a Renault tem aqui nesse mesmo segmento – considerando o preço – o espaçoso Sandero, com origem na romena low-cost Dacia (do grupo Renault), mas vendido no Brasil como Renault. Pensando em custo-benefício, o Sandero é mais negócio. Ainda tem motores mais modernos – só precisa de uma reestilização e um interior melhor (a Fiat sabe colocar texturas e formas e disfarçar bem a simplicidade). Nessa faixa em que o importante é preço, espaço e consumo, o blog ficaria com o Sandero, mas criaria em uma nova geração, 100% elétrica, do Fiat Uno.

(Europa: Fiat Tipo vs Renault Clio – O Renault é mais vendido e mais elogiado)

Compacto “Premium” – Fiat Argo vs Renault Sandero

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O hatch “maiorzinho” da Renault é o Sandero. Mas, nessa categoria, custo-benefício não é tudo, aí é melhor ter um carro como o Fiat Argo – e na faixa de preços acima de R$ 65 mil o Argo é melhor que o Sandero. No fim, entre os dois nacionais, o blog manteria os dois. Atualizaria o Sandero sem gastar muito para vendê-lo cada vez mais barato e apostaria no Argo em versões mais refinadas, com os novos motores 1.3 turbo já anunciados (leia aqui). Mas não seria má ideia aposentar os dois e voltar a ter o Clio por aqui.

Sedã compacto – Fiat Cronos vs Renault Logan

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Esses sedãs são as versões três volumes dos dois carros anteriores, então como no caso deles, o Renault de origem Dacia agrada no segmento de entrada, o Cronos é um pouco mais refinado. Usaria a mesma estratégia, vendendo os dois: Logan como nas origens, por um preço muito abaixo do mercado para compensar a simplicidade – e também sua obsolescência, como a Chevrolet fez com o (Corsa) Classic por muito tempo.

Sedãs médio e grandes  – simplesmente desistam

Há tempos os modelos do grupo perderam competitividade nesses segmentos. O blog não gastaria neles agora.

Hatch médio – só Europa – Fiat Tipo vs Renault Mégane

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O segmento está em decadência e as duas marcas o abandonaram no Brasil. Olhando para a Europa, o Renault Mégane é um carro mais bonito e com versões mais interessantes, como a R.S. (Renault Sport), 2.0 turbo de 180 cv com eixo traseiro esterçante. Mas o Fiat Tipo também é bom, e tem motor 1.4 T-Jet de 120 cv. Seria uma opção mais racional, pois usa plataforma da família Renegade/Compass/Toro, já feitos aqui. Não gastaria com eles, mas, se o segmento ressuscitar, o Tipo seria o carro a fazer no Brasil.

Perua média – só Europa – Fiat Tipo vs Renault Mégane

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Versões esticadas dos hatches acima, são de um segmento que também está “indo para o buraco”. Esse blog defende peruas (leia aqui), mas acha que o grupo ‘FCA Renault” não deveria investir nelas. Não adianta gastar dinheiro e tempo com o que o consumidor não quer.

“Aventureiro” – Fiat Argo Trekking vs Renault Sandero Stepway

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Mantendo os hatches em linha, como explicado no tópico mais acima, o blog deixaria os dois aventureiros em linha com posicionamentos diferentes (mesma estratégia). Mas o desenvolvimento das suspensões ficariam a cargo da FCA – que ja fez muito disso na linha Adventure e depois aprendeu mais com a Jeep.

SUV “baby” – Jeep Baby Renegade vs Fiat Panda 4×4

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O projeto de um SUV abaixo do Renegade estava em andamento, mas por enquanto foi desativado, pois ficaria muito próximo do próprio Renegade em tamanho. Esse blog simplificaria e, a partir da base do Panda 4×4 faria  outro SUV, mas como cara, e pegada de Jeep. E isso não exigiria matar o Panda: poderia ter uma nova geração

SUV “low cost” – Renault Duster

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Como preservaria Logan e Sandero, o blog também manteria o Duster em linha – é da mesma família e poderia seguir como opção mais barata e espaçosa, apostando no custo-benefício que está no seu DNA romeno (Dacia). Nenhuma marca da FCA tem um modelo que se encaixe nesse segmento – daria para fazer uma bela versão Fiat para o Duster, considerando a boa experiência da marca italiana com modelos baratos.

SUV compacto – Jeep Renegade/Fiat 500X vs Renault Captur

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O Renault Captur vendido no Brasil não é europeu, mas adaptação com design parecido e plataforma de Duster. Na faixa de R$ 90 mil a R$ 100 mil, deixaria tudo a cargo da Jeep – que já tem nesse segmento o Renegade e sua versão Fiat, o 500X (mesma base, pegada mais urbana). Como SUV parece que nunca é demais, o blog manteria o Renegade, imbatível em estilo e dirigibilidade, atualizando sua mecânica, como previsto – e ainda faria no Brasil o 500X e um novo Captur, com a evolução do estilo atual do francês, mas com uma base melhor.

SUV médio – Jeep Compass

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A Renault não tem um carro que seja exatamente desse segmento, com comprimento na faixa de 4,40/4,50 m, e achamos que a Fiat não precisa de um. O blog manteria o Jeep Compass.

SUV médio/grande – Cherokee/Grand Cherokee vs. Koleos

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O Cherokee continua com um design estranho – o do francês Renault Koleos é mais harmonioso. Para manter a Renault forte no segmento de SUVs mais urbanos, o blog importaria só o Koleos para o Brasil. Já da Jeep o blog traria só o Grand Cherokee, um clássico da marca e ainda um belíssimo carro para pegar estrada e trilhas.

SUV-Cupê – Renault Arkana vs Fiat Fastback Concept

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Enquanto a Jeep, talvez por purismo, não ataca o segmento que mais cresce dentro do mercado de SUV, o dos horríveis SUV-cupês. A Fiat mostrou o conceito Fastback, baseado na picape Toro (base de Renegade) que parece seguir nessa direção (será que a Jeep só vai fazer esses carros com outros logotipos?) e a Renault mostrou a versão de produção do Arkana, seu SUV-Cupê. O blog acha que daria para ter os dois, já que um é derivado de picape, sobre chassi, e o outro tem a base (“evoluída”) do Duster. Ambos teriam clientela – e assim a Jeep poderia esperar mais para entrar nesse controverso segmento.

“Picapinha”: Fiat Strada

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Um dos maiores sucessos da história da Fiat no Brasil precisa ganhar uma nova geração.
Dada a tradição, o blog a manteria como única picape pequena do grupo.

Picape quase-média: Fiat Toro vs Renault Oroch

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Aqui o mercado brasileiro já decidiu: a Fiat Toro inovou e, com mais qualidades e mais opções mecânicas, ganha de lavada no mercado brasileiro. O blog manteria em linha só a Fiat Toro (mas acha que não seria ruim arriscar uma versão Jeep, com um visual com toques de Renegade).

Picape média: RAM 1000 vs. Fiat Fullback

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Tantas marcas e nenhuma picape média tradicional, sobre chassi, como Toyota Hilux e cia. Mas o projeto da menor picape da marca, que deve se chamar RAM 1500, já está em desenvolvimento. Será bem vinda, a julgar pelas irmãs maiores, pois a Fiat Fullback vendida na Europa é, no fundo, um quebra galho: uma Mitsubishi L200 com logo da Fiat (e fracassou: acaba de sair de linha na Europa).

Picape grande: Jeep Gladiator vs. RAM 1500/2500

 

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Com as picapes maiores da RAM – 1500, 2500 – esse blog não se anima muito (e o mercado também não). Para um restrito público, o blog importaria o Jeep Gladiator, derivada do Wrangler (leia mais aqui). Além de ter um visual muito mais interessante, é baseada no 4×4 mais legal do mercado. O Gladiator tem 5,54 metros de comprimento, contra cerca de 4,40 de uma Chevrolet S10.

Jipe “raiz” – Jeep Wrangler

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É difícil (ou impossível?) achar um 4×4 mais valente e legal de guiar que o Jeep Wrangler. O “jipão” é um clássico, acaba de ganhar uma nova geração fiel às origens, e achamos que deve seguir assim. O blog manteria as vendas do Wrangler como importado, mesmo que para vender meia dúzia por ano. E nada de versões com outra marca.

Esportivos/superesportivos – Maserati vs SRT vs Abarth vs R.S…

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Pena que a Ferrari deixou a FCA em 2016. Ainda assim, são muitas opções de esportivo. Investiria pesado em superesportivos da Maserati – totalmente novos, de preferência. Para os esportivos mais “pé no chão” bastaria a divisão R.S., da marca francesa, com os espetaculares Mégane R.S. e R.S. Trophy e alguns modelos da Abarth. E, finalmente, para honrar as raízes do grupo, investiria nos Alfa Romeo Quadrifoglio.

Emissão Zero – Renault Zoe

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A FCA ainda não tem nenhum carro 100% elétrico e o Renault Zoe seria uma excelente base para começar (leia aqui).