O novo sedã de luxo da Chevrolet não era novidade aqui na redação. Já havíamos anunciado sua chegada em setembro de 2008 e, ao mesmo tempo, andamos com o carro nos Estados Unidos e publicamos nossas impressões. Posteriormente, em março de 2010, publicamos uma reportagem de capa completa, dando todos os detalhes do carro que estava aportando em nosso mercado. Agora, na edição de junho, comparamos o Malibu, analisando preço e o que ele oferece em relação a seus principais concorrentes.

Mas estava faltando ainda utilizar o Malibu normalmente, como o consumidor comum faz por aqui, no seu dia a dia, queimando nosso combustível, por nossas esburacadas ruas e estradas.Vale lembrar que o Malibu vendido no Brasil é flex, igual ao comercializado no mercado americano. Essa característica permite que o modelo se adapte melhor e com mais competência a nossa gasolina, que possui normalmente cerca de 22% de etanol anidro. Por que não é oficialmente divulgado? Porque o etanol americano possui 15% de gasolina para evitar a utilização da partida a frio. Como nosso etanol é puro e isso poderia acarretar problemas nas partidas, a Chevrolet optou por recomendar apenas a utilização de gasolina, o mesmo que ocorre com a Captiva.

Um ponto positivo é o silêncio ao rodar. A forração que isola o motor do habitáculo, as buchas de borracha do sistema de suspensão e o preenchimento com espuma sólida nas colunas A e B foram parte do trabalho da engenharia, que visou à redução do ruído interno. E funcionou. Na estrada, pode-se conversar em um tom normal ou ouvir música em um volume contido.

O painel tem desenho agradável e a lista de itens de série é completa, mas o acabamento, no geral muito bom, peca em alguns detalhes

Acima, o sistema de som, com bons alto-falantes Bose, e o ar-condicionado automático. À esquerda, a alavanca do câmbio de seis marchas (como no Fusion), que funciona bem em conjunto com o eficiente motor quatro cilindros

O espaço no banco traseiro é amplo, graças à grande distância entre-eixos, um dos maiores destaques do carro. Acima, o ajuste elétrico do banco do motorista

Apesar do porte do carro e do motor de quatro cilindros de 171 cv, a performance é su ciente e, com nossa gasolina, não é difícil fazer 8 km/l na cidade e 11 km/l na estrada. O espaço interno também é elogiável. Com a maior distância entre-eixos entre os concorrentes, o Malibu oferece bom espaço no habitáculo, inclusive entre os bancos. Outro ponto positivo. A única grande pedra no caminho do Malibu é o Fusion, que, como já mostramos, custa mais barato (R$ 80.920) e oferece praticamente as mesmas qualidades.

CONTRAPONTO

Com 4,87 metros de comprimento, o Malibu impõe respeito. Mas o desenho inusitado das lanternas causou certa controvérsia na redação

Assim como o Douglas, também usei etanol para ver como o Malibu se comportava – e ele se saiu muito bem. Infelizmente, a marca decidiu vender o sedã como apto a “beber” apenas gasolina e muitos consumidores, mesmo sabendo de sua capacidade de usar etanol, vão preferir não “desobedecer” recomendações do fabricante. No cotidiano, como ele é grande, senti falta do sensor de estacionamento: apesar de não constar na lista de opcionais, ele é vendido como acessório nas concessionárias (e eu recomendo). Concordo com o Douglas quanto ao baixo ruído, mas é o que se espera de um carro deste valor – e os rivais não são piores neste quesito. Achei bem útil a tomada 110V na parte traseira do descanso de braços, que permite ligar um notebook sem adaptador. Gostei do carro (apesar do design da traseira), mas, considerando seu preço, eu não o levaria para casa: ficaria com o Fusion