Agora sim a família Fox está atualizada. O último modelo a ganhar a nova roupagem, apresentada para o hatch há alguns meses, foi a SpaceFox – também o último modelo da família lançado no Brasil, em 2006. Uma de suas maiores peculiaridades é que ao mesmo tempo em que disputa os consumidores dos monovolumes Honda Fit, Chevrolet Meriva e Fiat Idea, ele também concorre com as peruas Fiat Palio Weekend, Peugeot 207 SW (versões top) e até mesmo com a Renault Mégane Grand Tour mais básica. Isso porque a perua segue um conceito definido pela marca como Sportvan – união do amplo espaço e do teto elevado de um monovolume com o visual de uma perua.

A frente é praticamente a mesma do Fox hatch: as únicas diferenças são um filete de ponta a ponta na altura dos faróis de milha e dois na grade dianteira, com acabamento cromado. A grande novidade está na traseira, cujo destaque ficou nas lanternas que invadem um pouco as laterais. Para acompanhar as atualizações da carroceria, a perua ganhou novos parachoques dianteiros e traseiros. Luzes de seta incorporadas aos retrovisores, frisos laterais cromados e novas rodas de liga-leve completam as novidades visuais externas do modelo. Além de estar mais bonito, essas mudanças renderam ao modelo uma melhora de 6% em seu coeficiente aerodinâmico – o que, de maneira sutil, ajudou a melhorar o desempenho e também o consumo da SpaceFox.

Acima, o interior, agora mais refinado (só faltou o ar-condicionado digital) e portas revestidas com tecido em todas as versões. Acima, a alavanca do câmbio automatizado e o CD player opcional

Por dentro, a SpaceFox ganhou o bem-resolvido visual da nova geração do Fox. Agora todas as versões têm portas com revestimento em tecido como item de série. Outro destaque são as três opções de acabamento dos bancos: tanto no modelo de entrada (R$ 49 mil) como na Sportline (R$ 55 mil), o motorista pode escolher duas novas opções de tecidos, e a forração em couro continua disponível, como opcional, na versão mais cara. Mesmo na configuração mais barata, ela já vem com direção hidráulica, ar-condicionado e trio elétrico. Mas peca por não oferecer ar-condicionado digital nem como opcional.

A praticidade continua sendo uma de suas principais virtudes. Além do banco traseiro, que pode ser ajustado para liberar mais espaço no portamalas (diminuindo o espaço no banco traseiro), a perua ganhou outro item bastante útil: o sistema eletrônico de abertura do porta-malas. O aparato é o mesmo do CrossFox: com a chave em mãos, basta dar um toque em um botão no puxador da tampa para abrir o bagageiro.

Na dianteira, ela sofreu as mesmas mudanças já apresentadas na versão dois volumes

O teto alto garante o espaço de um monovolume – mas com as linhas de uma perua

Os bancos, no alto, ganharam novas opções de tecido. Quem viaja atrás tem bandejas à disposição. Ao lado, a rede para segurar os objetos menores na lateral do porta-malas

O motor 1.6 de 104 cv, o mesmo da antiga geração, continua como a única opção. A principal novidade mecânica é o câmbio manual automatizado (ASG) de cinco marchas com opção sequencial (que rende o sobrenome I-Motion). Os motoristas que pretendem dispensar a embreagem poderão equipar o SpaceFox com este aparato pagando R$ 2.500 a mais em qualquer versão escolhida (nas fotos, uma Sportline I-Motion). Se o sistema já faz sucesso nos outros veículos da marca, como Gol, Polo e Fox, a estimativa é que neste familiar a adesão seja ainda maior – por causa do perfil de seu consumidor. Sua dirigibilidade não teve alterações perceptíveis. Assim como a estabilidade, o desempenho não decepciona. A única coisa que me desagrou um pouco foi a posição elevada do motorista, mas, para a maioria dos compradores da Space- Fox este fator é percebido como uma qualidade. Para aqueles que preferem dirigir com o banco mais baixo, porém, pode ser um incômodo. Mesmo com a regulagem de altura na posição mais baixa, ainda se fica mais alto que nos demais veículos.

A marca não divulga o quanto pretende vender de SpaceFox. Mesmo com uma oferta atrativa, a perua terá um páreo duro pela frente. Afinal, bons concorrentes não faltam.

O banco traseiro, além de deslizar para liberar mais espaço, pode ser rebatido. Mas não deixa o assoalho totalmente plano como alguns dos monovolumes com os quais ela concorre