01/08/2010 - 0:00
Pilotar uma moto esportiva é sempre uma experiência divertida. Não é diferente com esse exemplar da Kasinski. Com um motor de V2 de 650 cm³ roletado, DOHC com quatro válvulas por cilindro, ela oferece 89,6 cv de potência a 9.250 rpm e torque de 6,9 kgfm a 7.250 rpm. Para manter os limites de emissão permitidos pela legislação, um sistema de injeção eletrônica, que melhora a mistura de ar e combustível, e um câmbio de seis velocidades. Esse conjunto garante uma pilotagem mais prazerosa, com respostas sempre rápidas nas retomadas.
Apesar de eficiente, a Comet GT 650R não é uma moto arisca e suas reações não assustam – mesmo quando se acelera ao máximo. Por ter um motor de dois cilindros, pode-se dizer que é uma excelente moto para quem quer começar a andar em esportivas, muito fácil de pilotar.
O mesmo pode ser dito de seu preço, bastante convidativo para uma moto da categoria. Ela sai por R$ 24.800 com a charmosa pintura Dual Tone (de duas cores) e por R$ 24.300 se o consumidor optar pela pintura sólida. São quatro cores disponíveis: vermelha, preta, branca e preta ou vermelha e preta (como na unidade avaliada). Os novos grafismos fazem a Kasinski Comet GT 650R parecer com as motocicletas italianas.
Seu farol único de duas parábolas – na traseira com LEDs – e novas carenagens laterais dão maior robustez ao modelo. Fica difícil passar despercebido pelas ruas. No painel, o contagiros é analógico, enquanto os marcadores de velocidade, combustível e temperatura do motor são digitais. Seus bancos também foram remoldados, ficando mais estreitos e mais altos. Bom para quem está pilotando, que encontra facilmente a melhor posição de dirigir com o tanque de combustível envolvendo ergonomicamente as pernas. Para o garupa, a situação pode não ser tão confortável: o banco e as pedaleiras mais altos deixam suas pernas muito curvadas. Mas não tem muito jeito mesmo: é algo comum em motos esportivas.
Sua suspensão dianteira invertida e traseira monochoque tem altura ajustável. Para mim, que tenho 1,70 m de altura, o ajuste de fábrica ficou perfeito, caiu como uma luva. Mas, mesmo com a opção de regulagem, para nossas ruas com muitas irregularidades e imperfeições, a Comet GT 650R não vai muito bem, pois transfere grande parte do impacto para o piloto – um ponto em que a marca precisa melhorar. Já na estrada, com sua impostação esportiva, a moto se comporta muito bem. Suas rodas de liga leve de 17 polegadas com pneus 120/70 na dianteira e 160/60 na traseira proporcionam curvas mais seguras. Como uma boa esportiva, esta moto dispõe de freios dianteiro com dois discos, pinças de quatro pistões e disco único na traseira. Isso dá firmeza nas frenagens mais bruscas. Não seria nada mau oferecer também um sistema ABS, como algumas rivais!
Mas será que esta Comet tem potencial para abalar as vendas da Honda Hornet, uma das mais vendidas da categoria? Com preço na faixa de R$ 25 mil, a marca brasileira Kasinski (monta motos chinesas em Manaus) oferece um produto com bom custo/beneficio, motor de cilindrada parecida e design mais atraente. A Hornet, por outro lado, acena com motor quatro cilindros, freio com sistema ABS Combined (quando acionado o traseiro, o dianteiro é acionado na mesma proporção) e a confiabilidade inegável da marca japonesa. Boa briga!