Que o Golf é um supercarro, isso é um assunto que não deixa dúvidas no mercado mundial. O carro sempre foi um sucesso, em todos os lugares onde foi lançado – inclusive no mercado nacional, onde apareceu em 1994, ainda como importado. Suas vendas no Brasil foram tão convincentes que a marca alemã resolveu investir em sua produção nacional, que se iniciou em 1998.

Uma moderna fábrica instalada em Curitiba, no Paraná, passou a produzir nosso Golf. Começamos a fabricar a quarta geração do hatch quase simultaneamente com a Europa. Na época, um orgulho para o consumidor brasileiro. Em contrapartida, os europeus hoje estão na sexta geração do carro e nós continuamos com a mesma geração quatro, lançada em 1998. Neste período, o modelo passou apenas por leves reestilizações de faróis e lanternas. Mesmo assim, apesar dos 12 anos que separam o design e a plataforma de nosso Golf da geração europeia atual, aqui ele continua sendo muito bem reverenciado pelo consumidor que gosta do carro. Mas as vendas vêm caindo porque o modelo não suporta a pressão de concorrentes mais novos, com propostas de design – e até de preço – mais atraentes.

A primeira geração do Golf, lançada em 1974, durou nove anos; a segunda, de 1983, durou oito anos; a terceira geração durou seis anos, de 1991 até 1997; a quarta chegou em 1998, quando teve início a produção nacional, e foi até 2003, com duração de cinco anos; a quinta durou quatro anos, de 2004 até 2008, quando foi apresentada a sexta geração, comercializada hoje no mercado mundial (nos EUA desde 2009 e na China desde 2010).

 

Considerando-se essa cronologia, a sétima geração deverá ser apresentada ao consumidor mundial no segundo semestre de 2012, garantindo à sexta geração também quatro anos em produção. Uma clara indicação de que o Golf dá continuidade à sua carreira de sucesso: é o carro da marca que quase tem vida própria, pois, mundialmente, as pessoas têm em mente que Golf é um bom produto, independentemente da marca Volkswagen.

E a Volks não poderia desconsiderar a importância do Brasil, hoje quinto mercado mundial, e continuar vendendo aqui uma geração descontinuada mundialmente em 2004. Por isso teremos, simultaneamente com a Europa, o lançamento da geração VII no segundo semestre de 2012, como modelo 2013, provavelmente no Salão do Automóvel de 2012. Os protótipos estão em fase adiantada de testes em todo o mundo. Inclusive aqui, onde o flagramos na rodovia Fernão Dias, na região de Atibaia (SP).

Acima, uma projeção de como deve ficar a traseira. Ao lado, o modelo flagrado no Brasil: os para-lamas alargados mostram que a bitola crescerá e o “calombo” no tanque testa novas tecnologias para redução de emissões evaporativas

 

 

No painel do Golf VI europeu, a qualidade dos materiais de acabamento, criticada na quinta geração, foi uma prioridade

O carro flagrado, um geração VI duas portas, é conhecido como “mula”, pois carrega as alterações mecânicas da geração VII, mas mantém a aparência do modelo atual. Com placa de teste de fábrica, nota-se que a carroceria é um disfarce: os para-lamas alargados indicam que a próxima geração terá bitolas mais largas. Além disso, uma deformação da carroceria próxima ao bocal de abastecimento indica que novas tecnologias de controle de emissões evaporativas estão sendo testadas para atender às exigências europeias a partir de 2014 – exatamente como nos protótipos que rodam na Europa.

O novo modelo é projeto da equipe de Walter de Silva, o italiano que desenhou a sexta geração – amarrado às limitações técnicas de manter a plataforma (a base que contém a mecânica) anterior. Mas agora, na sétima geração, ela será totalmente nova. Os técnicos alemães desenvolveram uma plataforma que chamam de modular: uma base que poderá ser utilizada tanto para os modelos pequenos quanto para os maiores – alterando entre-eixos e bitolas. Com isso, a VW pretende, em longo prazo, otimizar os custos de produção de seus produtos globais fabricados em grande escala. Aqui, esta plataforma deverá servir de base para novos projetos de Gol, Fox, Polo e suas variantes. Um grande passo da Volkswagen rumo à sua meta de maior fabricante mundial, prevista para ser atingida em 2015 e que se iniciará com essa nova plataforma modular.

No modelo flagrado, o sistema de som é mais simples e os bancos são de tecido. Como se trata de uma “mula” para testes mecânicos, o painel é o mesmo da sexta geração – mas o novo modelo terá, certamente, um interior com linhas renovadas

 

Europa

 

 

GOLF I: 1974 a 1983

A primeira geração, feita para substituir o Fusca, era vendida na África do Sul até o ano passado.

 

GOLF II: 1983 a 1991

Na foto, a versão GTI. Ele cresceu em tamanho e ganhou uma versão com tração integral e 160 cv.

 

GOLF V: 2003 a 2008

Chegou aos EUA três anos depois que na Europa – onde, em 2004, nasceu sua versão Plus (maior).

 

 

GOLF VI: 2008 até hoje

Manteve a plataforma e corrigiu detalhes do Golf V que sofriam críticas, como o acabamento.

 

Brasil

 

 

GOLF I: 1974 a 1983

1994 a 1998 (Brasil)

“Carro europeu do ano” em 1992, quando nasceu seu sedã, o Jetta.

 

GOLF IV: 1997 a 2003 (Europa)

1998 a 2007 (Brasil)

Vendido nos EUA até 2006 e, aqui, até hoje – reestilizado em 2007.

 

GOLF “4,5”: 2007 até hoje

Facelift do Golf IV – só no Brasil.