30/10/2019 - 7:00
Ninguém está livre de sofrer avarias no seu veículo. Riscos, amassados ou até mesmo trincas ocasionadas por pedras ou pedriscos são algumas das “marcas de guerra” do uso cotidiano de um carro. O que nem todos sabem é que, no caso dos vidros danificados, muitas vezes é possível evitar a troca, fazendo o reparo em empresas especializadas. Mas há algumas restrições, que são determinadas por lei.
Os vidros laterais dos carros são quase sempre temperados, o que impede seu reparo. Já o para-brisa é de vidro laminado, que utiliza camadas de resina ou de plástico polivinil butiral (PVB), produto derivado do petróleo. Esses materiais fazem com que ele estilhace ao invés de quebrar em pedaços maiores, que poderiam machucar os ocupantes. Por isso, só o para-brisa pode ser consertado. Uma curiosidade: a cola que fixa os vidros na carroceria é produzida à base de poliuretano, exatamente o mesmo material que é empregado também na fabricação de almofadas e colchões.
Quando ocorre uma trinca no para-brisas, o vidro perde parte de sua resistência. Mas não há motivo para desespero: “Dependendo do tipo e do tamanho da trinca, ele pode ser reparado”, explica Milton Bissoli, diretor comercial da Carglass. De acordo com a Resolução Nº 216 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), em caminhões ônibus não pode haver mais do que três danos no para-brisa, cada um com trincas de até 20 centímetros de comprimento. Nos demais veículos, a regra é de no máximo dois danos reparados no para-brisa, cada um de até dez centímetros de comprimento e com configuração circular não superior a quatro centímetros de diâmetro.
Contudo, trincas situadas na área crítica de visão do condutor ou na faixa periférica de 2,5 centímetros de largura das bordas externas não podem ser recuperadas.“Por isso, quando ocorre o dano, é recomendado colocar um adesivo no local para evitar a entrada de sujeira e procurar o mais rápido possível um serviço especializado”, orienta Bissoli. Isso reduz as chances de a trinca se alastrar, dificultando o reparo. “O reparo é sempre a primeira opção, tanto pelo custo quanto pela questão ambiental”, explica o especialista. Como os para-brisas usam plástico polivinil butiral nos para-brisas, é inviável reciclá-los).
O conserto leva cerca de 30 minutos e é feito com uma máquina de vácuo que aspira a poeira e a umidade. Depois é aplicada uma resina, e a secagem é feita com o uso de raios ultravioleta. Os preços do reparo ficam na faixa de R$ 130 por trinca. Porém, no caso de veículos blindados, por questões de segurança, a recomendação é sempre substituir a peça. E lembre-se: trafegar com o para-brisa trincado fora das especificações do Contran é uma infração grave, com multa de R$ 195,23, cinco pontos na CNH e possível retenção do veículo para regularização.
Para-brisa também é estrutural
Há 25 anos no Brasil, a Carglass empresa começou suas atividades como importadora de adesivos para colagem dos vidros. “Anteriormente, eram encaixados na carroceria; o Chevrolet Kadett foi o primeiro carro à venda no Brasil a oferecer esta inovação”, explica Bissoli. A solução ajudou a tornar os veículos mais leves e seguros. “O vidro faz parte da estrutura do carro e, dependendo do modelo, coopera em até 30% no reforço estrutural e também ajuda na torção do monobloco”, conta. Em capotamentos, ele ainda previne que o teto abaixe muito. Mais que transmitir proteção, conforto acústico e térmico, os vidros são um item de segurança.
Além das trincas
Conhecida pelo trabalho com vidros, a Carglass diversificou sua linha de prestação de serviços e adquiriu a Disk Reparo, cujo ramo de atuação inclui serviços de funilaria e pintura expressa. Entre eles estão “Super Martelinho” (recuperação de pequenos e médios amassados, por exemplo) e “Reparo Rápido” (conserto de amassados ou arranhados nos para-choques ou na carroceria). O serviço deve ser agendado e demora até quatro horas, podendo ser realizado em danos de até 50 centímetros. Também há planos individuais, a partir de R$ 6,80/mês.