Sem muitas novidades para apresentar este ano, a Honda aposta em modelos sustentáveis para atrair os olhares dos visitantes do Salão. Mas essa proposta ecológica tem um sentido oculto. Segundo fontes ligadas à marca, ela se prepara para produzir, aqui, uma versão híbrida (e flex) do Civic. Por enquanto, sua estrela é o CR-Z, um cupê híbrido que avaliamos na Europa antes de sua vinda ao Brasil.

Ao tomar o assento do motorista, a sensação é de que se trata de um cupê esportivo: carroceria duas portas, visibilidade traseira ruim, grande contagiros central, posição de dirigir rebaixada e câmbio manual de seis marchas unido a um motor bem -disposto desde os baixos regimes. Mas conforme se roda com o modelo, ca claro que sua proposta central é mesmo gastar menos combustível. O motor térmico (um quatro cilindros 1.5 semelhante ao do Fit e City), unido ao elétrico (que nunca movimenta o carro sozinho), garante uma potência máxima de 124 cv, o que, em um carro de 1.275 kg, resulta em uma relação peso/potência de cerca de 10 kg/cv – alta para qualquer esportividade. E, de fato, o CR-Z não proporciona nenhum o de emoção – nem mesmo quando a luz-espia do painel passa rápido do verde ao azul, indicando uma dirigibilidade mais desrespeitosa para o meio ambiente.

A Honda bem que se esforçou para fazer um carro com duas personalidades distintas. À esquerda do painel, o motorista pode escolher o modo de condução: econômica, normal ou esportiva. Dependendo da opção selecionada, o sistema muda a interação entre os motores a gasolina e o elétrico, altera o peso do volante e as respostas do acelerador. Até a gestão do ar-condicionado se modi ca. Mas, mesmo quando se seleciona o modo mais agressivo, o feeling geral não é de estar dirigindo um cupê. O motor, bem acertado para baixos e médios regimes, não mostra nenhuma bravura quando gira alto, o esterço é bom, mas não o su ciente para um ingresso preciso na trajetória e o controle de estabilidade se esforça para controlar a traseira – que tenta se esparramar, prejudicada ainda mais pelo peso das baterias instaladas sob o porta-malas. A plataforma do CR-Z é a mesma do Insight, mas a distância entre-eixos e as bitolas foram aumentadas e os braços da suspensão são feitos de alumínio para conter o peso.

O melhor mesmo é encarar esse Honda CR-Z como um carro ecologicamente correto que só tenta parecer um esportivo. Assim, você conseguirá se concentrar na boa dirigibilidade urbana, no sistema start-stop, no marcador de combustível que nunca baixa e cará feliz da vida. É tudo uma questão de mudar a ótica.

 

 

– CONFIRA TAMBÉM…

E AINDA TEM MAIS…

Não é só com conceitos e híbridos que a Honda atrai visitantes: toda a linha, claro, estará exposta. Destaque para as novas versões, mais baratas, do CIVIC (que não foi detalhada até o fechamento da edição) e do CITY (chamada DX, com preço a partir de R$ 55.420). Os preços mais baixos vieram com a redução do conteúdo de série.

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Um conceito puro: a emissão zero de poluentes foi conseguida com o uso de células de combustível (em inglês, Fuel Cell – daí o nome). São só três lugares, com o piloto posicionado bem ao centro.

 

HONDA INSIGHT

Com a plataforma do CR-Z, foi o primeiro híbrido da marca feito em grande escala. Tem motor a gasolina, 1.3, e também o mesmo motor elétrico do CR-Z – mas ainda não tem data para chegar aqui.