Ao volante, no que depende de motor, câmbio, suspensões, freios e respostas de direção, mal se nota a diferença. Nascido em 1973, o Passat chega à sétima geração sem uma nova plataforma (e nem precisava). As maiores novidades estão nos detalhes e, principalmente, nos itens de luxo e tecnologia (além, é claro, do visual alinhado ao dos demais modelos desenhados pelo italiano Walter de Silva).

Quem conhece o Passat notará que se mantiveram características consagradas, como a condução silenciosa, o volante preciso e as suspensões refinadas (Four-Link na traseira). Difícil, provavelmente, será perceber a diferença nas respostas do motor 2.0 TSI – turbo com injeção direta -, agora com 211 cv (eram 200 cv). Digo “provavelmente” porque não foi ele que avaliei na Espanha. Como lá a emissão de CO2 é prioridade, as versões para o mercado brasileiro – a 2.0 já citada e a V6 (com os mesmos 300 cv de hoje e tração integral) – não estavam disponíveispor serem as maiores emissoras do gás.

Avaliamos, então, a versão 1.8 TSI, com 160 cv e câmbio automatizado de sete marchas – contra seis do 2.0 e do V6. O desempenho é bom (assemelha-se ao de um Fusion 2.5), mas não empolga. Segundo a VW, a vantagem no consumo é pouca em relação ao 2.0: economiza 300 ml a cada 100 km (nos testes europeus; na prática, pode-se até economizar mais).

Mas a maior evolução do Passat está no nível de tecnologia embarcada: se ele acha que você está com sono, emite um alerta; se você começa a mudar de faixa sem dar seta, ele “puxa” o volante de volta à pista; o novo sistema de estacionamento automático (cuja primeira geração está disponível aqui no Brasil apenas no Tiguan) agora também sai das vagas e manobra em espaços perpendiculares, como em shoppings; o piloto automático adaptativo funciona no anda-e-para do trânsito; os novos faróis de xenônio direcionais enxergam outros carros (usando uma câmera que também lê placas de trânsito), mas, em vez de baixar o farol ao cruzar com outro carro, eles os “escurecem” a parte do faixo de luz alta, que ofuscaria os demais motoristas; uma camada de metal transparente no para-brisas proporciona melhor isolamento termoacústico; para abrir o porta-malas, com as mãos cheias de compras, basta ter a chave no bolso e passar o pé debaixo da traseira do carro. Já o sistema city emergency braking freia sozinho o carro, em velocidades de até 30 km/h, para evitar acidentes em cidades.

Para os suecos, haverá um 1.4 de 150 cv, com turbo e compressor, que roda com gasolina pura ou com até 85% de etanol (E85). Poderiam adaptá-lo para 100% etanol e vendê-lo aqui (como a Audi já prometeu). Quem sabe?

À esquerda, o sistema Park Assist, que agora funciona para vagas perpendiculares. À direita, o piloto automático adaptativo, que reduz a velocidade de forma automática quando detecta carros mais lentos adiante

 

Abaixo, sistema de refrigeração dos bancos (esq.), nova posição do freio de mão elétrico (centro) e botões que acionam o sistema Park Assist (dir.)

 

VW Passat 1.8 TSI

/Motor 4 cilindros em linha, 1,8 litro, 16V, turbo, injeção direta/ Transmissão automatizada sequencial, dupla embreagem (DSG), borboletas no volante, sete marchas, tração dianteira, recuperação de energia de frenagem/Dimensões comp.: 4,77 m – larg.: 1,82 m – alt . : 1,47 m/ Entre-Eixos 2,712 m/ Porta-Malas 565 litros/Pneus 205/55 R16/Peso 1.517 kg Gasolina/ Potência 160 cv de 5.000 a 6.200 rpm/Torque 25,5 kgfm de 1.500 a 4.200 rpm/Vel. máx. 220 km/h/0 – 100 km/h 8,5 segundos/ Consumo 14,1 km/l (média cid./est., na Europa)/Cons. real n/d