05/03/2020 - 12:35
O Renault Duster 2021 chegou com preços a partir de R$ 71.790 . O SUV já teve mais de três milhões de unidades vendidas no mundo. Nasceu da mesma base do Logan, outro grande fenômeno de vendas. Chegou até a ser o utilitário esportivo mais vendido do Brasil em 2012, quando ele e Ford EcoSport tinham um terço do mercado total, e vice em 2013 e 2014 (depois chegaram Jeep Renegade, Honda HR-V e Nissan Kicks, complicando sua vida). Desde então, ganhou um facelift e o irmão chamado Captur, com a mesma base, mas exibindo um design que mira outro público.
Alguns carros, como o Hyundai HB20, mudam e causam polêmica. O Renault Duster 2021 seguiu outro caminho: sabiamente, mudou boa parte do que era necessário, mas não a essência da fórmula de sucesso do SUV – para não espantar seu consumidor cativo (a taxa de fidelidade ao modelo é alta). O design quadradão, sem toques de cupê como é moda, sempre foi um charme. Lembrando um SUV de verdade, tem porte generoso, mais pra médio que pra compacto, e um toque lúdico.
Apesar de todas as chapas externas do Renault Duster 2021 serem diferentes, do para-brisa estar mais inclinado e das lanternas terem ficado quadradas (e parecidas com a do Jeep Renegade), ele ainda é, basiamente, o velho Duster. Os novos LEDs em forma de C nos faróis deram certa sofisticação e detalhes foram aprimorados, mas não se estragou o que consideramos – e o mercado prova – ser uma fórmula de sucesso.
REVOLUÇÃO NECESSÁRIA
O design do Renault Duster ajuda no espaço, que também parece mais de SUV médio do que de compacto. Mas, embora a cabine fosse elogiada pela amplitude e pelo porta-malas, que manteve ótimos 475 litros (o melhor da categoria), ela era bastante criticada pelo design e pela qualidade de acabamento.
Por isso mesmo, as mudanças internas do Duster 2021 foram bastante substanciais. A revolução foi declarar independência dos irmãos, o sedã Logan e o hatch Sandero. Agora, o Duster tem interior próprio. O teto é preto e os acabamentos estão mais caprichados, com tecido imitando jeans nas portas e plásticos de melhor qualidade que agradam aos olhos. Os controles do ar-condicionado estão mais bonitos, imitando aço escovado, e a única decepção aparece nos comandos de áudio: o velho satélite na coluna de direção que resiste a diferentes gerações dos Renault.
Os bancos agora têm abas maiores, contendo melhor o corpo, e o cluster ganhou desenho clássico e de fácil leitura, com tela monocromática, porém útil e simples de operar. Limitador e regulador de velocidade têm controle no volante (também novo) e o comando dos retrovisores está melhor posicionado, à esquerda do volante, junto do que ativa o monitor de ponto cego (novidade útil no trânsito).
Também em busca de mais sofisticação, o Renault Duster, mais uma vez, ficou mais equipado. A central multimídia é igual à do Clio europeu (faltam botões para controle rápido de volume e estação/faixa) e a versão Iconic, top, além de couro e monitor de ponto cego, tem faróis automáticos com DRLs e câmeras 360o (o consumidor gosta, nós questionamos a utilidade). Faltam, porém, sensor de chuva e airbags laterais.
BASE EVOLUÍDA
Na plataforma B0 Plus, as medidas quase não mudam, mas há benefícios notáveis pro motorista. O principal novidade é o sistema de direção – melhor tanto na ergonomia (há ajuste de profundidade do volante) quanto no uso. Enfim aposentando o sistema eletro-hidráulico, o Duster ganhou uma direção elétrica que contribui no consumo e na dirigibilidade. Embora não muito direto, para mais conforto, o sistema é mais leve em manobras e mais preciso na estrada. E é no ambiente rodoviário que se nota a redução do ruído, que veio da melhora no isolamento acústico.
Nas retomadas, o conhecido 1.6 16V precisa subir bem de giro, seja com o também conhecido câmbio no modo automático, que simula seis marchas para cortar o tédio, ou no manual, quando você terá que reduzir até a terceira para retomar de 100 a 120 km/h com (alguma) rapidez. Nessas situações, o motor se faz ouvir, mas no uso normal, a 120 km/h o motor segue quieto, a 2.000 rpm (marcamos bons 10,5 km/l com etanol, bem mais do que indica o Inmetro – dados na ficha técnica).
O desempenho do Renault Duster 2021 é pacato, com 0-100 km/h na faixa de 12 segundos, mas melhor do que eu imaginava, considerando as especificações. Serve bem ao uso urbano ou em estradas mais planas, mas nas serras e ultrapassagens rodoviárias senti falta do 2.0, agora aposentado – mas ele dará lugar ao um ótimo 1.3 turbo (o mesmo do Mercedes Classe A desta edição, que chega em breve, como deixou escapar um executivo da marca).
As suspensões seguem como um ponto fortíssimo do SUV. Além da conhecida robustez e da generosa distância do solo, de quase 24 cm, a calibração é ótima para asfalto ruim ou para estradas de terra com costelas de vaca e buracos, como encaramos no interior paulista. Até merecia continuar com a versão 4×4, mas devido à baixa procura, ela também foi aposentada. Ah, e há uma última novidade: agora o Duster tem ESP, que por sinal ficou muito bem calibrado, com atuação discreta, porém decisiva, tanto na terra quanto no asfalto.
O Duster 2021, por enquanto, será vendido em três versões: Zen, manual ou automática, e as sempre automáticas Iconic e Intense. O pacote Outsider, com faróis extras e detalhes diferentes, pode ser adicionado às mais caras. Mais detalhes de equipamentos e preços você vê clicando aqui.
Renault Duster Iconic CVT Outsider
Preço básico: R$ 71. 690 Carro avaliado R$ 87.490 Motor: quatro cilindros em linha 1.6, 16V Cilindrada: 1598 cm3 Combustível: flex Potência: 118 cv (g) e 120 cv (e) a 5.500 rpm Torque: 16,2 kgfm a 4.000 (g/e) Câmbio: automático CVT, seis marchas simuladas Direção: elétrica Suspensões: MacPherson (d) e eixo de torção (t) Freios: disco ventilado (d) e tambor (t) Tração: dianteira Dimensões: 4,376 m (c), 1,832 m (l), 1,693 m (a) Entre-eixos: 2,673 m Pneus: 215/60 R17 Porta-malas: 475 litros Tanque: 50 litros Peso: 1.279 kg 0-100 km/h: 12s4 (g) e 12,3 (e) Velocidade máxima: 172 km/h (g) e 173 km/h (e) Consumo cidade: 7,2 km/l (e) e 10,7 km/l (g) Consumo estrada: 7,8 km/l (e) e 11,1 km/l (g) Emissão CO2 128 g/km com etanol = 0 g/km Consumo nota C Nota do Inmetro: C Classificação na categoria: A (SUV Grande)
Fotos Roberto Assunção