No fim de 2008, quando a crise internacional parecia perto de chegar ao Brasil, as montadoras, temerosas, enfiaram o pé no freio – cortando ou adiando os investimentos previstos para 2009 – e as perspectivas para o mercado nacional de automóveis no ano seguinte não eram boas. Mas, com a ajuda do governo, que reduziu o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos automóveis logo que a crise bateu à porta, estimulando as vendas, 2009 acabou sendo melhor que o esperado, com novos recordes de produção e emplacamentos no setor. Apesar disso, como os investimentos já haviam sido cancelados ou postergados, 2009 cou marcado como o primeiro ano, desde 2003, em que houve redução (cerca de 24%) no investimento das montadoras no País. Mas por que voltar tão longe no tempo? A resposta, de dezembro de 2009, é de Jackson Schneider, então presidente da Anfavea, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo: “A crise enxugou os investimentos no primeiro semestre deste ano [2009]. A decisão de voltar a investir ocorreu no segundo semestre, em razão da retomada do mercado. E o reflexo disso veremos em 2010.”

CATEGORIA GERAL

MERCEDES C 180

Mesmo enfrentando outros fortíssimos concorrentes a ganhar este nosso prêmio principal, como os novos Fiat Uno e Bravo, o Ford New Fiesta, o Renault Fluence, o Nissan Tiida Sedan e o Citroën Aircross, entre outros importantes lançamentos do ano passado, o Mercedes C 180 CGI tem vários motivos para ter sido escolhido o maior destaque entre todos os nossos destaques. Trata-se de um carro bem mais caro que os citados, mas que merece o prêmio por ser o melhor representante do “luxo acessível”: outros modelos, como o BMW 320 e o novo Audi A1, têm a mesma proposta – mas este Mercedes oferece bem mais que o preço baixo para um sedã alemão de luxo com tração traseira. Seu motor 1.8 turbo com injeção direta tem consumo bastante reduzido (um belo exemplo de downsizing), sem entregar um desempenho que deixe a desejar – muito pelo contrário. Além disso, emprega diversas outras tecnologias para redução do consumo e da poluição e, finalmente, tem dirigibilidade e um comportamento dinâmico que mostram por que, afinal, a marca alemã é tão desejada.

CARRO DE ENTRADA

GOL ECOMOTION

O design ultrapassado da carroceria não foi empecilho para a escolha do Gol Ecomotion. Para o consumidor que busca preço baixo, acima de tudo, o design não é prioridade (e Celta, Palio e Mille, seus rivais, não são exemplo de linhas arrojadas). O que importa, além do baixo custo de aquisição, é a economia no uso e na manutenção. Com exceção do seguro, alto em certas regiões, sua mecânica é simples, suas peças são baratas e o consumo de combustível, baixíssimo. Isso graças a mudanças simples, principalmente nos pneus e no gerenciamento do motor, que pouco somaram ao custo do modelo. Além disso, ajuda a deixar o ar mais limpo.

HATCH PEQUENO

FIAT NOVO UNO

Quando o primeiro Uno, vendido até hoje como Mille, chegou, representou, para o mercado, uma verdadeira revolução em design e aproveitamento de espaço e, para a marca Fiat, em qualidade mecânica. Renascido na linha Fiat 2011, esta nova geração apresentou, mais uma vez, um design surpreendente (embora, em certos pontos parecido com o Kia Soul, não tenha exatamente lançado tendências) e um excelente uso das limitadas dimensões internas. Apesar de a Fenabrave insistir em classificá-lo como hatch de entrada, pelo preço e pelo status que alcançou perante o consumidor, o “promovemos” a hatch pequeno – e lhe damos a vitória.

HATCH MÉDIO

FIAT BRAVO

Comparado nesta edição com Ford Focus e Hyundai i30, líderes de vendas do segmento, o substituto do Stilo deve alcançar grande sucesso, repetindo o feito de seu irmão menor, o Punto. No conjunto, o Bravo se mostrou mais atraente que os dois rivais, com bom preço, um dos melhores acertos do motor 1.8 E.TorQ até agora, lista de equipamentos com itens exclusivos (muitos opcionais, é verdade) e um design totalmente atualizado com a Europa (fato hoje raro em sua categoria). O chinês Cielo Hatch chegou perto, e merece destaque pela boa relação custo/benefício (completo, custa R$ 42.900) – mas ainda precisa evoluir um tanto como produto.

SEDÃ COMPACTO

RENAULT LOGAN

Com medidas generosas, quase iguais às de um médio, o Logan não é exatamente novidade, pois chegou em 2007. Mas, agora em 2010, uma leve reestilização externa o deixou mais re nado. Apesar de ainda car longe, em vendas, dos líderes da categoria (Corsa Sedan/Classic, Siena, Voyage e Prisma), ele tem vendas consideráveis, bem próximas das do Fiesta Sedan. Além do espaço inigualável em sua faixa de preço (parte de menos de R$ 30 mil), sem dúvida sua maior qualidade, o Renault tem baixo custo de manutenção e garantia de três anos – e é, visualmente, igual ao modelo vendido na Europa, pela mesma Renault, mas com a marca Dacia.

SEDÃ COMPACTO PREMIUM

FORD NEW FIESTA

Nesta nova categoria, concorreram sedãs compactos mais so sticados, com “algo a mais” ou construtivamente superiores – e, por isso, mais caros. VW Polo Sedan, Honda City e Peugeot 207 Passion, entre outros, não foram páreo para o New Fiesta Sedan. Ele é caro e não muito espaçoso, mas tem o ótimo motor flex1.6 Sigma (melhor nele que no Focus) e um design que todos elogiam. Além disso, representa uma guinada nas linhas da marca e, em breve, será produzido na Bahia – junto com sua versão hatch (hoje ele vem do México). O Honda City, maior, com um conjunto impecável e agora um pouco mais barato que antes, chegou bem perto – mas não levou.

SEDÃ MÉDIO

RENAULT FLUENCE

Em uma das categorias mais disputadas do mercado, o novo Renault não ameaça Civic e Corolla, mas é uma nova e atraente opção. Com a mesma mecânica do ótimo Nissan Sentra – motor 2.0 flex e câmbio CVT -, o Fluence tem três anos de garantia, um pacote completo ( ABS, seis airbags e controles de tração e estabilidade, entre outros itens) e um belo design. Merecem destaque também os ótimos preços, a partir de R$ 59.990 (R$ 64.990 no automático). O Kia Cerato, vencedor do ano passado, merece destaque pelas vendas (fechou 2010 em quarto lugar), mas seu motor flex já deveria ter chegado há tempos (o que deve acontecer já nos próximos meses).

EXECUTIVO

DENISE JOHNSON

A nova presidente da GM do Brasil, que substituiu Jaime Ardila, é a primeira mulher presidente de uma montadora no Brasil. Além do preconceito que terá de enfrentar em uma área dominada por homens (sejam mecânicos, sejam borracheiros, executivos, pilotos ou engenheiros), Denise ainda terá de superar os desafios da GM (recuperar vendas em alguns segmentos, lutar contra a invasão dos carros chineses e renovar a linha de produtos da marca) e as barreiras da nossa língua (ela só fala inglês).

DESIGN

AUDI

A1

Escolher o melhor design é tarefa difícil, pois a beleza, como se sabe, é subjetiva. Questão de gosto. O novo Audi A1 saiu vitorioso, mas o arco de ligação que vai da coluna A até a coluna C não agradou a todos na redação. Já nas ruas, só recebeu elogios (leia mais na avaliacão do modelo nesta edição). A votação terminou muito perto de um empate entre ele e o Hyundai Sonata (também nesta edição). Outros modelos que chegaram bem perto da vitória foram o Hyundai ix35, o Kia Sportage e o Peugeot 3008.

SEDÃ PREMIUM (ATÉ DE R$ 200 MIL)

MERCEDES C

180 Aqui, há um grande número de modelos: de Chevrolet Omega a BMW Série 3, de Honda Accord a Chrysler 300 C. Nosso eleito, o Mercedes C 180 CGI, levou também o prêmio principal. Entre os concorrentes, pode não ser exatamente o de melhor relação custo/benefício – Azera e Fusion V6, assim como Passat CC, em suas diferentes faixas de preços, também são fortes nisso. Mas, como já dissemos, além de tornar o luxo de um sedã alemão de tração traseira mais acessível, como fez a BMW com o 320, seu moderno 1.8 turbo com injeção direta representa um downsizing admirável e sua dirigibilidade beira a perfeição. O Hyundai Sonata perdeu dele por muito pouco.

SEDÃ PREMIUM (ACIMA DE R$ 200 MIL)

AUDI A8

A oferta nessa faixa de preços é abundante: Jaguar XJ, BMW Séries 5 e 7, Mercedes Classes E, S e CLS, Audi A6, e Lexus LS 460 são alguns exemplos. A Audi, que já levou a categoria no ano passado, foi escolhida mais uma vez. O novo A8 (R$ 505 mil) impressiona pelo luxo e pela tecnologia: 12 ajustes elétricos nos bancos, com refrigeração e massageador, sistema de visão noturna, som Bang & Olufsen com 1.300 W e 19 alto-falantes, câmbio Tiptronic de oito velocidades, carroceria em alumínio e muito mais. Não tem a tração traseira dos BMW e Mercedes – normalmente os Audi são movidos pelo eixo dianteiro -, mas compensa com o excelente sistema integral.

E foi exatamente o que vimos: mesmo com o m da redução do IPI, em março, que supostamente elevaria os preços – o que não aconteceu – e geraria redução na demanda, 2010 foi mais um ano excepcional para nossa indústria automobilística: as vendas de carros, até novembro, quase se igualaram ao total de 2009. A previsão, até o fechamento desta edição, era de terminar o ano com 3,27 milhões de automóveis e comerciais leves emplacados (alta de 10,32% sobre o ano anterior), nada menos que o sétimo ano seguinte de recordes consecutivos de vendas.

Comparando nosso mercado em 2003, último ano de queda nas vendas, com 2010, o crescimento nos emplacamentos de automóveis e comerciais leves, nacionais e importados, chega a 142%! Isso sem falar no aumento da produção (de 14,4%) e das vendas externas (de 64,2%, apesar da valorização do real) de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, segundo previsões da Anfavea em dezembro. E o Salão do Automóvel, realizado em outubro com recorde de público, ajudou a aquecer ainda mais nosso mercado, assim como a invasão dos carros chineses, cujas vendas, até setembro do ano passado, haviam crescido 602% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Antes que você estranhe a ausência de carros chineses entre os nosso eleitos, ca a explicação: eles merecem, sem dúvida, um grande destaque como conjunto. Mas, se na edição passada nossa matéria de capa mostrava como eles estão evoluindo rápido, isso não foi su – ciente para que, individualmente, um deles entrasse nessa seleta lista. Nenhum chinês, hoje, é ex, e, tanto em vendas quanto no pós-venda, eles ainda precisam evoluir mais.

Finalizado, portanto, este ano de recordes de lançamentos – cerca de um por semana -, a equipe da MOTOR SHOW se reuniu, como já é de costume, para eleger os maiores destaques entre os lançamentos do ano – ou seja, os destaques da linha 2011. Depois de muita discussão, chegamos aos escolhidos aqui. Não foi uma tarefa fácil, considerando a quantidade de ofertas.

STATION

VW SPACEFOX

A perua evoluiu nesta segunda geração apresentada em 2010. Externamente, alinhou-se com a nova identidade da marca. Já o interior, antes pobre, ganhou um acabamento caprichado. O preço não subiu, e ela roubou a liderança da Palio Weekend – que ganhou o motor E.TorQ, mas cuja nova geração deve chegar este ano. Ainda no mesmo segmento, a 207 SW é menos espaçosa e a Hyundai i30 CW não é ex; as mais caras Jetta e Passat mudam nos próximos meses. Quem quase roubou o título foi a boa Renault Mégane, maior e agora com preço mais baixo – mas que, além disso, não teve novidades (e seu sedã deu lugar ao Fluence).

MINIVAN

NISSAN LIVINA

Com um forte crescimento nas vendas, que já a faz se aproximar do trio Honda Fit, Fiat Idea e Chevrolet Meriva, a vencedora do ano passado é, novamente, o destaque – e por vários motivos: conseguiu romper parte do preconceito contra a japonesa Nissan, ainda não respeitada pelo consumidor como as compatriotas Honda e Toyota; foi apresentada em novas versões e séries especiais; e, apesar de não ter mudado, tem mais espaço e melhor dirigibilidade que o (novo) Idea e a cansada Meriva – com um preço mais atraente que o do Fit. Com sete lugares, a irmã Grand Livina supera a GM Za ra, mas não tem chance contra o Grand C4 Picasso – mais caro, porém.

CROSSOVER (ATÉ DE R$ 100 MIL)

PEUGEOT 3008

Se inicialmente os crossovers eram SUVs com carroceria monobloco – uma mistura de utilitários com carros de passeio -, hoje o termo se aplica a automóveis com as mais diferentes misturas de conceitos. Utilitários como o CR-V continuam sendo chamados pelo consumidor de SUVs. Já o signi cado atual de crossover se aplica bem ao 3008, que tem carroceria alta (mas com centro de gravidade e posição de dirigir não tão altos), dirigibilidade de sedã e praticidade de minivan. Por R$ 80 mil, capricha na tecnologia e na dirigibilidade (motor 1.6 turbo que parece 2.0 e amortecedores ativos) e é páreo difícil para SUVs, minivans e até sedãs – com um design que impressiona.

MOTOR

FPT E.TorQ

Aqui, a escolha cou entre três motores: Mercedes 1.8 CGI (C 180, C 200 e C 300), Ford Sigma 1.6 (New Fiesta e Focus), e Fiat Powertrain Technologies E.TorQ (Palio, Siena, Strada, Idea, Bravo, Linea…). O primeiro, turbinado e com injeção direta, permite potências diferentes em diversas aplicações e é fabricado na Alemanha. Já o motor Ford, feito em Taubaté (SP), cou ótimo no New Fiesta, mas não tão bom no Focus. Mas o propulsor da FPT acabou ganhando o Destaque 2011. Primeiro, porque foi aplicado em quase toda a linha Fiat (com alguns acertos melhores, outros piores). Além disso, o E.TorQ 1.8 consegue proporcionar um desempenho equivalente ao de um 2.0 (e o 1.6, de 1.8), mas com consumo menor. E foi, ainda, responsável por manter aberta a antiga fábrica da Tritec (agora da FPT) em Campo Largo (Paraná), que havia encerrado as atividades com a extinção da parceria Chrysler/BMW (que a construiu).

CROSSOVER (ACIMA DE R$ 100 MIL)

BMW X1 sDRIVE 18i

Assim como o Peugeot 3008, o BMW mescla conceitos e qualidades de diferentes tipos de automóveis. Propõe-se a tanto que, no lançamento, o consideramos pretensioso – até porque a versão xDrive 28i, com tração integral, era cara (e ainda é: R$ 198 mil). Merece nosso destaque, sim, o X1 sDrive 18i, que chegou depois: com tração traseira, motor 2.0 (de apenas 150 cv, mas e ciente) e uma lista de equipamentos bem mais enxuta (mas ainda com quatro airbags, bancos esportivos, sensor de chuva e rodas aro 17, entre outros itens), ela parte dos R$ 114.900 – mesmo preço do Mercedes C 180 e mais um bom exemplo do “luxo acessível”.

SUV (ATÉ R$ 100 MIL)

KIA SPORTAGE

Com preços a partir de R$ 83.900, o Kia é irmão quase gêmeo do Hyundai ix35, que parte de R$ 88 mil (eles compartilham plataforma e mecânica). Acrescentando o câmbio automático, os preços do Sportage começam em R$ 87.900 e os do ix35, em R$ 93 mil. Por cobrar menos pelo (quase mesmo) produto, o Kia é o Destaque 2011. Os dois são tão parecidos que o preço foi o critério de desempate. Ambos têm motor 2.0 com duplo comando variável e quase 170 cv, e transmissão automática de seis marchas. O Mitsubishi ASX, 2.0 turbo com 160 cv e um pouco mais barato – mas ligeiramente menor – quase causou briga (e chegou muito perto de levar o prêmio).

SUV (ACIMA DE R$ 100 MIL)

PORSCHE CAYENNE

O utilitário é um destaque desde quando nasceu. Recebido com protestos pelos fãs puristas da marca – que não admitiam a fabricante alemã de esportivos entrar na onda norte-americana dos SUVs -, o modelo logo atingiu o topo do ranking de vendas da marca na América Latina (no Brasil, representa 60% das vendas) e passou os 911 nos EUA. Nesta terceira geração, adotou tecnologias que reduzem o consumo, como o sistema start/stop e inovações nos motores. Além disso, merece destaque porque, apesar de a Porsche não ser especializada em SUVs, fez um ótimo trabalho. Seja no off-road, seja nas pistas – ou mesmo na cidade -, o Cayenne é quase insuperável.

CARRO VERDE

FORD FUSION HYBRID

Finalmente os híbridos chegaram ao Brasil. Apesar de o Mercedes S 400 Hybrid ter começado a ser vendido primeiro, o Fusion merece o Destaque 2011 por ser “mais híbrido”: enquanto o sedã alemão usa um motor elétrico que jamais trabalha sozinho e só auxilia o V6 a gasolina (que, sem a ajuda, seria um V8), o Ford pode funcionar, em diversos momentos, só com eletricidade. Se dirigido corretamente (ele faz questão de ensinar no painel), tem consumo de 1.0. E, apesar de ainda caro, é bem mais acessível que o S 400.

AVENTUREIRO URBANO

CITROËN AIRCROSS

Entre os “off-road light”, o EcoSport ainda é líder de vendas, mas muda logo. No início de 2010, o Ford sofreu pequenas mudanças visuais e teve a garantia ampliada, mas, a cada dia, seus desa antes melhoram ou surgem novos modelos em busca de seu consumidor. Um exemplo do primeiro caso é o CrossFox, que, na linha 2011, sofreu a mesma evolução que a SpaceFox. Levaria o prêmio, não fosse a chegada do Aircross – um exemplo do segundo caso. O modelo, bonito e totalmente novo, de niu “novos padrões de so sticação para o segmento”, como dissemos no comparativo (MOTOR SHOW out./2010), no qual derrotou seus rivais. Por isso, é nosso Destaque 2011.

PICAPE PEQUENA

GM MONTANA

Não foi unanimidade: a Saveiro, na eleição passada, perdeu por pouco para a Strada Cabine Dupla – que mereceu o Destaque, pela inovação na carroceria. Agora, alegouse que a Saveiro ainda seria melhor, em motorização e opções (cabine simples e estendida, mais versões…) que este modelo da Chevrolet, e, por isso, merecia o Destaque. Talvez seja (e a Hoggar também é boa). Mas não há como negar – decidiu a maioria – que o Destaque 2011 é a Montana: bem equipada, com design novo e bonito, preço bom, motor potente e econômico e o melhor espaço na cabine (com uma caçamba tão grande). A Fiat Strada, apesar do novo motor, precisa se atualizar logo.

PICAPE GRANDE

VW AMAROK

Em 2010, MOTOR SHOW (ed. 326) fez um comparativo entre a picape média da Volks e as versões top de Toyota Hilux e Nissan Frontier. Alguns trechos: “a Amarok é a única com controle de tração e bloqueio eletrônico do diferencial, além do ESP”, “e ainda traz assistência em descidas e em subidas”; “a Amarok oferece (com exclusividade) o ABS off-road”; “as medidas da caçamba e a capacidade de carga só aumentam sua vantagem”. Um de seus problemas continua sendo a falta do câmbio automático. Apesar disso, há uma versão menos equipada (Trendline, por R$ 101.900) e a cabine simples, além da nova transmissão, estão para chegar.

ESPORTIVO

LANCER EVOLUTION X

O Mitsubishi merece o Destaque 2011 por proporcionar o mesmo que esportivos mais caros. Ele custa R$ 199.900, e um Audi TTS, R$ 282 mil. Ambos têm motor quatro cilindros 2.0 turbo, câmbio de dupla embreagem e tração integral; mas, se o “Evo” tem 295 cv e 37,3 kgfm de torque, o Audi tem 272 cv e 35,7 kgfm. Essa foi a votação mais polêmica: por R$ 185 mil, o Chevrolet Camaro tem um “V-oitão” 6.3 com 409 cv e 55,6 kgfm. Mas coloque os dois em uma estrada com curvas e a “reencarnação” do mito dos anos 1960 não se mostrará muito superior, pois não é um primor em dirigibilidade (dado seu tamanho) e, além disso, tem um consumo mais alto.

SUPERESPORTIVO

MERCEDES SLS AMG

O superesportivo avaliado na MOTOR SHOW de maio (edição 326) foi eleito aqui por vários motivos: é o primeiro modelo feito pela AMG (divisão de esportivos da marca) sem um equivalente com a mesma carroceria na linha Mercedes; apresenta as novas linhas de design da marca, já seguidas pelo CLS e que de nirão o desenho de outros modelos; revive um clássico dos anos 50, o 300 SL, vencedor de uma das competições mais difíceis do mundo; tem portas do tipo asas de gaivota; e, para terminar, representou uma vitória para a AMG que, apesar der ser a preparadora o cial de superesportivos da marca, não fazia o SLR McLaren – que o SLS AMG substitui.

CUSTO-BENEFÍCIO

NISSAN TIIDA SEDAN

Por R$ 44.500, o Nissan Tiida Sedan é uma verdadeira pechincha. Bem mais espaçoso que os rivais e com boa mecânica – motor 1.8 flex e câmbio manual de seis marchas -, o sedã japonês peca, apenas, no design e na lista de itens de equipamentos, que não oferece airbag, ABS nem rodas de liga. Mas, mesmo assim, é barato, econômico e tem dirigibilidade excelente. Derrotou, por pouco, a Renault Mégane Grand Tour 1.6 flex (agora só Grand Tour, já que o Mégane Sedan saiu de linha) que, apesar de não ser novidade, teve seu preço reduzido para R$ 48.490 (com ABS e airbag duplo), tornando-se uma a perua com a melhor relação custo-benefício de sua categoria.