Resumir a temporada 2011 de F-1 em números já é suficiente para ter uma noção de como será o campeonato. Serão 20 etapas – sendo uma delas a estreia do GP da Índia; 24 pilotos, cinco deles estreantes e cinco campeões mundiais, que juntos somam 12 campeonatos e que disputarão mais um título. Além disso, um novo regulamento pretende deixar as disputas ainda mais acirradas. Uma das novas regras prevê que, durante os treinos, haverá um tempo mínimo para o piloto completar a volta. É o retorno da lei dos 107%, abandonada em 2002. Na prática, é o seguinte: o melhor tempo obtido por um piloto no Q1 (primeiro treino) passa a ser a referência. Os demais pilotos podem ser, no máximo, 7% mais lentos do que ele em sua melhor volta. Quem não estiver dentro desse limite de tolerância ficará fora da corrida. As exceções serão julgadas pelos comissários.

Outras medidas importantes são a proibição dos dutos frontais e a utilização de uma asa traseira móvel, que o piloto poderá ajustar (por comandos no volante) durante toda a corrida, dependendo da sua necessidade. “Quem souber extrair uma boa pressão aerodinâmica da asa levará vantagem”, afi rma Luiz Razia, piloto de testes da Team Lotus.

Uma das maiores expectativas está nos pneus Pirelli, que substituirão os Bridgestone. De acordo com o piloto, eles ainda estão em desenvolvimento. “Será uma evolução clara e consistente durante a temporada.” Para Luiz Fernando Ramos, jornalista especializado na categoria, esses pneus tendem a se desgastar mais rápido. “O segredo será protelar esse desgaste ao máximo”, diz. Segundo ele, a tendência é de que haja mais paradas, o que pode tornar as corridas mais emocionantes do ponto de vista estratégico. “A ideia é sempre melhorar o espetáculo”, afi rma Razia.

 

Este ano, o Brasil só terá Felipe Massa na Ferrari e Rubens Barrichello na Williams como representantes (leia quadro sobre as promessas do Brasil). Lucas di Grassi e Bruno Senna fi caram de fora. O sobrinho de Ayrton Senna chegou a ser cogitado para substituir Robert Kubica (afastado por conta de um acidente sofrido em fevereiro), mas perdeu a vaga para o alemão Nick Heidfeld.

É difícil dar palpites, mas Razia, se arrisca: “será uma disputa acirrada entre Ferrari e Red Bull, com a McLaren correndo por fora e todas as outras, exceto Virgin e Spania, brigando para ser a quarta força”, comenta. Vamos ver se as previsões se confi rmam. Afi nal,treino é treino e corrida é corrida!

Red Bull

Depois de um 2010 surpreendente, a equipe austríaca espera se consolidar como melhor time da categoria e repetir os resultados do ano passado. O modelo RB7 com motor Renault foi bem-nascido e tem tudo para proporcionar isso. Criação de um dos melhores projetistas da F-1 atual, Adrian Newey, o modelo será guiado por Sebastian Vettel (acima e à dir. de touca) e Mark Webber, mesma dupla que quase deu a dobradinha à equipe em 2010. É o time a ser batido!

Ferrari

A escuderia de Maranello tem uma importante missão este ano: levar Fernando Alonso ao seu terceiro título na categoria. Com o modelo F150, o principal foco da equipe é ser constante em bons resultados. Para Felipe Massa, 2011 deve ser mais um ano difícil com toda a atenção voltada para Fernando Alonso, que costuma ser possessivo e encrenqueiro quando as coisas não saem como deseja

 

McLaren

O time tem uma das duplas de pilotos mais equilibradas do grid. Em um carro, o arrojado e talentoso – mas, às vezes, inconsequente, Lewis Hamilton. No outro, o veloz, racional e focado Jenson Button. Mesmo assim, a fórmula não foi su ciente para dar à equipe o título de 2010. Com o carro MP4-26, equipado com motor Mercedes, o time 100% inglês deve dar trabalho e colocar seus dois pilotos na briga por mais um título.

Mercedes

O time que faturou o Mundial de 2009 e foi adquirido pela Mercedes em 2010 acabou sendo uma das decepções do ano passado, por não ter vencido nenhuma prova. Este ano, a equipe desenvolveu o modelo W02 ao gosto de Schumacher, que agora não terá mais desculpas para seu baixo desempenho. Por outro lado, Nico Rosberg também terá que provar seu potencial, deixando de ser uma promessa para virar um verdadeiro campeão.

Williams

O tradicional time inglês quer voltar a ganhar corridas. No ano passado, a equipe só chegou a pontuar por conta do excelente desempenho do experiente Rubens Barrichello. Este ano, o modelo FW33 deve garantir melhores resultados, mas não estará na briga pelo título. Como companheiro do brasileiro, o estreante venezuelano Pastor Maldonado. O piloto deverá ser bastante útil para a escuderia. Não por seu talento, mas por ser dono do patrocínio da petrolífera PDVSA.

Lotus Renault

O belo modelo acima não será o único Lotus no grid. Apesar de ter adquirido os direitos de uso do nome com o grupo Proton, fabricante dos carros Lotus de rua e sócio da escuderia Renault, a equipe não terá exclusividade. É que a Team Lotus, apresentada no ano passado, continua na disputa. A autorização de uso do nome, no seu caso, foi concedida por David Hunt, dono da antiga Lotus F-1 dos anos 60.

 

As promessas brasileiras para os próximos anos de F-1