Seria o novo Nivus o Honda WR-V da Volkswagen? Quando o WR-V nasceu, veio para “tapar o buraco” na linha entre Fit e HR-V. Foi feito para quem queria um SUV, mas não podia pagar pelo HR-V. Do mesmo modo, o VW Nivus nasce para “tapar o buraco” entre o Polo e o T-Cross. Foi feito para quem quer um SUV, mas não pode pagar pelo T-Cross.

Volkswagen Nivus

Na mecânica e na estrutura, ambos, novamente, têm muito em comum. Estão montados na mesma plataforma dos modelos de origem, inclusive com mesmo entre-eixos.

E ambos também carregam o powertrain de seus modelos de origem, sem mudanças. O Nivus traz o motor 1.0 turbo de 128 cv com o câmbio automático de seis marchas do VW Polo. O WR-V tem o 1.5 aspirado de 115 cv com o câmbio CVT do Fit.

Nas cabines, Nivus e WR-V também são quase iguais aos modelos dos quais derivam. O sistema multimídia VW Play aparece como grande “diferencial”, no caso do Polo. Enquanto isso, no WR-V, não há nada muito marcante para diferenciá-lo do velho e bom Fit.

Até aqui, VW Nivus é Honda WR-V são de fato bastante similares. Ah, e ainda custam o mesmo (claro, até pelo posicionamento já citado): em média, R$ 90 mil, começando na faixa de R$ 80 mil. Poderíamos dizer que, sim, o Nivus é o Honda WR-V da Volkswagen. Mas não é. Porque eles têm diferenças importantes. Vamos lá.

IGUAIS, MAS DIFERENTES

O Honda WR-V vem do Fit. Mas isso fica bem disfarçado: faróis, grade dianteira, capô (mais que no Nivus), lanternas e tampa traseira, para-choques e para-lamas são alterados. E o VW Nivus vem do Polo. Mas isso fica bem disfarçado: faróis, grade dianteira, capô, lanternas e traseira (mais que no WR-V) são alterados… Mas, é nessa última parte que está a maior diferença entre eles.

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Porque o Nivus tem mudanças muito mais profundas na sua própria carroceria – teto, coluna C e outros elementos da parte traseira mudam bastante, como você pode ver nas imagens abaixo. E isso fez uma enorme diferença.

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O design do Nivus é mais autêntico, com uma personalidade mais independente do Polo do qual deriva (embora lembre bastante o dele, principalmente nas partes em que é, de fato, um Polo, como nas portas). O WR-V se diferencia do Fit, também, mas sem a mesma classe. E o mais importante de tudo aparece em uma avaliação mais subjetiva, embora aparentemente quase unânime: se o Nivus é um Polo melhorado, o WR-V é um Fit piorado.

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Por outro lado, o Honda WR-V tem a suspensão traseira com elementos do HR-V, mais altas e robustas que as do Fit, enquanto o Nivus, aparentemente, se mantém mais próximo do Polo (a marca não revelou detalhes técnicos).

Mas essa suposta vantagem do Honda não importa tanto quanto a disputa da beleza, como dita o consumidor, principalmente brasileiro. Em nosso mercado, como diria Vinícius, “as muito feias que me desculpem, mas beleza é fundamental”.

POR UM RESULTADO DIFERENTE

Os resultados de vendas do desajeitado WR-V estão aí para referendar o fracasso do crossover-SUV, e este blog atribui isso, principalmente, à sua aparência. De 15.353 carros no ano do lançamento, 2017, passou a 14.801 em 2018 – pouco mais de 1.000 carros/mês. Em 2019, então, o Honda caiu de vez: foram vendidas só 4.885 unidades dele. Nem 500 por mês.

Então, a Volks fez a aposta certa, criando um produto que atende à necessidade do seu consumidor – um “SUV” nesta faixa de preços em que a marca não atuava, e onde há um legítimo interesse dos clientes. Mas, principalmente, um produto que é atraente visualmente, o tal do SUV cupê.

A beleza do Nivus deve fazer com que ele não repita o fracasso do WR-V. E com que seu cliente não prefira procurar um SUV de outro fabricante, mais acessível que o T-Cross
(e mais bonito que o WR-V). Assim, poderá chegar à liderança de vendas (
leia aqui a análise do blog a respeito).

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