01/05/2011 - 0:00
EMISSÃO DE CO2 n/d g/km SEM DADOS
OMEGA FITTIPALDI R$ 128.600 SUGERIDO
A ótima impressão que tive no lançamento desse novo Omega, em dezembro de 2010, se repetiu agora. No interior, não se economizou no uso do couro, os bancos dianteiros são enormes (parecem poltronas) e quem viaja atrás tem ótimo espaço para as pernas, graças ao enorme entre-eixos. Também se repetiu minha decepção com sua lista de equipamentos. Computador de bordo, bluetooth e câmera de ré, entre outros, estão presentes. Mas não consigo entender por que faltam itens encontrados até em modelos inferiores, como faróis de xenônio, retrovisor antiofuscante, banco do passageiro com ajuste elétrico total, memória e aquecimento para os assentos e, o mais grave, airbags de cortina e laterais traseiros.
Ao longo dos dias, a disposição dos comandos também me incomodou. Como ele é importado da Austrália e lá o volante fica do lado direito, sua alavanca do câmbio e os botões do rádio, por exemplo, ficam invertidos. Sentado do lado esquerdo, tudo parece no lugar errado. Vou aumentar o volume e troco de estação; coloco o câmbio no modo sequencial e ela vai para longe de mim…
Na estrada, esqueci essas insatisfações. O Omega é sólido, robusto. Gostei de seu volante “pesado”, melhor que a média (há uma tendência de ajustes leves demais). As suspensões permitem abusos sem sustos. Claro que ele está longe de ser esportivo, mas cumpre seu papel de sedã de luxo, oferecendo muito conforto e total isolamento. Mal se sentem as irregularidades do piso, mal se ouve o ruído dos pneus no asfalto.
Aprovei também o novo motor V6 com injeção direta e quase 300 cv. Não consome muito e, junto com o rápido câmbio de seis marchas, garante ótimo desempenho. Para nalizar, curti a tração traseira, presente nos sedãs alemães e em pouquíssimos de seus rivais diretos. Para a maioria dos motoristas (ou para quem anda com motorista), não faz diferença. Para mim, faz.
Resumindo: o Omega é um sedã espaçoso e agradável de dirigir, mas que peca pela limitada lista de equipamentos. Por R$ 128.600, não foge da média de preço do segmento. Mas, olhando para seus rivais, muitos oferecem relação custo/benefício mais atraente. No m, o maior problema desse Omega são os concorrentes.
No interior do sedã não faltam luxo e espaço para todos os ocupantes. Mas ele deixa a desejar em itens de série, principalmente no que se refere a equipamentos de segurança, como os airbags (só tem quatro dianteiros). Os comandos de rádio e câmbio mantêm a con guração australiana, com volante na direita
Omega Fittipaldi
MOTOR seis cilindros em V, 3,6 litros, 24V, DOHC TRANSMISSÃO automática sequencial, seis marchas, tração traseira DIMENSÕES comp.: 4,89 m larg.: 1,90 m alt.: 1,48 m ENTRE-EIXOS 2,915 m PORTA-MALAS 496 litros PNEUS 225/55 R17 PESO 1.758 kg • GASOLINA POTÊNCIA 292 cv a 6.200 rpm TORQUE 36,7 kgfm a 2.900 rpm VEL. MÁXIMA 235 km/h (limitada) 0 100 km/h 6,8 segundos CONSUMO não disponível CONSUMO REAL não disponível
CONTRAPONTO
• Apesar das suspensões independentes nas quatro rodas, do câmbio automático de seis marchas e do motorzão V6 de 292 cv, o conhecido “Omegão” é conceitualmente antigo. O motor com injeção direta e fabricação em alumínio é grande e pesado, em bom estilo americano. Para que o carro que suave, com o enorme torque do motor (36,7 kgfm), as relações do câmbio são mais longas do que novela de tevê (a 100 km/h, por exemplo, o motor está a pouco mais de 1.700 rpm…). Poltronas em vez de bancos anatômicos, ausência de sensores de estacionamento e de chuva, inexistência de airbags laterais traseiros e de cortina e faróis direcionais de xenônio… Detalhes que denunciam um carro antigo, apesar de sua aparente modernidade construtiva. Se estivesse posicionado no mercado na casa dos R$ 100 mil, algumas dessas falhas poderiam ser perdoadas, mas, por quase R$ 130 mil, o sedã deveria ser bem mais completinho e ter concepção bem mais moderna (motor mais e ciente, direção mais precisa, airbags de cortina, etc.).
Douglas Mendonça| Diretor de redação