25/06/2020 - 8:45
O Fiat Argo Drive S-Design é uma alternativa para desfilar por aí esbanjando um visual esportivo. Mas, como usa motor 1.0 ou 1.3, não tem desempenho de esportivo. É o que chamamos de “esportivado”.
Também disponível no Cronos e na picape Toro, o conceito S-Design veio do mercado italiano, que por lá aparece nos modelos 500X, 500L, 124 Spider, Tipo e Tipo Station Wagon. A letra “S” faz referência a Shadow (sombra, em inglês).
Aqui no Brasil, o pacote S-Design eleva a personalidade ao compacto. O visual mais invocado exibe rodas de 15” escurecidas, badge alusivo nos para-lamas, logotipos em acabamento preto no estilo da Toro BlackJack na grade frontal e na tampa do porta-malas.
Há, ainda, luzes de neblina, frisos laterais “dark chrome”, spoiler traseiro e capas dos retrovisores pintados de preto. Guardadas as devidas proporções é mais ou menos a receita vista no Cronos HGT (confira nosso teste).
A cabine
Internamente, a cabine do Argo S-Design exibe a cor preta dominante, além de oferecer ar-condicionado digital, logotipos da Fiat na pegada do exterior, vidros traseiros elétricos, multimídia UConnect dotado de tela tátil de 7” com Android Auto/Apple CarPlay e retrovisores com função Tilt Down para evitar as incômodas raspadas da roda no meio. Os sensores de estacionamento e a câmera de ré fazem parte do opcional kit Parking (R$ 1.930).
Quanto vale o show?
Antes de contar as impressões ao volante é importante dizer que o pacote S-Design está disponível tanto no Argo Drive 1.0 quanto no Drive 1.3 (avaliado). Ou seja, é um esportivado mesmo, com visual esportivo, mas sem esportividade ao volante.
Na versão equipada com o motor mais potente, o modelo tem preço a partir de R$ 56.590. E para ter os equipamentos e a estética S-Drive será preciso desembolsar R$ 5.850 extras. Afinal, ao optar pelo pacote S-Design (R$ 2.800) é adicionado automaticamente o kit da central multimídia (R$ 3.050), o qual também traz os comandos de rádio/telefone no volante e a segunda porta USB para os ocupantes traseiros.
Com esses itens o preço vai a R$ 62.440 com a pintura sólida, enquanto a carroceria bicolor eleva o valor para R$ 63.390. Se a ideia é escolher pelas tonalidades metálicas ou perolizada o custo vai a R$ 64.240 – ou R$ 66.170 trazendo os sensores de estacionamento e a câmera de ré.
Habitabilidade
A ergonomia é garantida pela boa posição de dirigir e os comandos bem posicionados à mão. Quem viaja atrás encontra bom espaço para as pernas e joelhos graças aos 2,521 m de entre-eixos da plataforma MP1 – a mesma do Punto, porém, com importantes evoluções. Muito embora seja inferior aos 2,551 m do Chevrolet Onix e aos 2,530 m do Hyundai HB20. O porta-malas de 300 litros do Argo é superior aos 275 litros do compacto da Chevrolet, enquanto o HB20 oferece a mesma litragem.
Sem dúvidas, o motor de quatro cilindros 1.3 Firefly é a melhor opção dentro da família Argo por transmitir uma dirigibilidade mais afiada em relação ao proporcionado pelo motor 1.8 das configurações Trekking (confira a nossa avaliação), Precision e HGT.
Um bom motor
O grande atrativo do 1.3 está na força disponível desde os baixos giros garantindo saídas rápidas e permitir deslocamentos urbanos sem pedir constantes reduções para embalar. Também agrada o baixo nível de ruído e o trabalho suave.
Com 1.140 kg e até 109 cv de potência e 14,2 kgfm de torque (etanol), a relação peso-potência de 10,46 kg/cv coopera na desenvoltura. Embora não tenha a cavalaria de 116 cv/16,8 kgfm do Chevrolet Onix 1.0 turbo tampouco os 120 cv/17,5 kgfm do Hyundai HB20 TGDI e os 117 cv/16,5 kgfm do Volkswagen Polo 1.6 MSI. Todos eles, bebericando etanol.
Mesmo assim, o Argo Drive S-Design também vai bem na estrada e dirigindo em velocidade de 80 km/h o ponteiro do conta-giros marca 2.500 rpm ou a 100 km/h a agulha repousa nas 3.000 rpm transmitindo baixo nível de ruídos e bom consumo.
A implementação do bloco 1.0 tricilíndrico turbinado da Fiat está previsto a partir de 2021. No entanto, durante a nossa avaliação, o bloco aspirado 1.3 registrou pelo computador de bordo um consumo de até 17 km/l em trajetos rodoviários e de mais de 10 km/l na cidade utilizando etanol. A crítica fica pelo câmbio manual de seis marchas, que oferece engates longos e não muito precisos – especialmente, o da terceira, da quinta e da ré.
A dinâmica
As suspensões bem calibradas garantem o conforto, que é auxiliado pelos pneus de perfil de 60, além de beneficiar a dinâmica nas curvas, com pouca inclinação nas contornadas mais rapidamente. A direção é leve ao esterço em baixa velocidade e o raio de giro ajuda na saída de vagas e locais apertados.
O pedal do freio do Fiat Argo Drive S-Design possui um acionamento progressivo e bastante diferente do estilo “On/Off” dos modelos Palio e Punto de antigamente. Os controles de tração/estabilidade são encontrados no kit Tech (R$ 1.63), que ainda equipa o Argo com o Hill Holder (assistente de partida em rampas) e o sistema Start-Stop, que desliga o motor brevemente durante breves paradas, como nos semáforos.
No final das contas, o Fiat Argo S-Design é uma opção para quem deseja sair do lugar comum e curte uma estética diferente e descolada do restante da família e menos chamativa que da versão HGT. Com um consumo contido, mas sem emoção ao volante.
FICHA TÉCNICA
Fiat Argo Drive S-Design 1.3 MT
Motor: quatro cilindros em linha 1.3, 8V, comando variável na admissão e no escape
Cilindrada: 1332 cm3
Combustível: flex
Potência: 101 cv (g) e 109 cv a 6.250 rpm (e)
Torque: 13,7 kgfm (g) e 14,2 kgfm a 3.500 rpm (e)
Câmbio: manual, cinco marchas
Direção: elétrica
Suspensão: MacPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: Disco sólido (d) e tambor (t)
Tração: Dianteira
Dimensões: 3,998 m (c), 1,724 m (l), 1,501 m (a)
Entre-eixos: 2,521 m
Pneus: 185/60 R15
Porta-malas: 300 litros
Tanque: 48 litros
Peso: 1.140 kg
0-100 km/h: 11s8 (g) e 10s8 (e)
Velocidade máxima: 180 km/h (g) e 184 km/h (e)
Consumo cidade: 12,5 km/l (g) e 8,9 km/l (e)
Consumo estrada: 14,7 km/l (g) e 10,4 km/l (e)
Emissão de CO2: 99 g/km
Com etanol: zero
Nota do Inmetro: B
Classificação na categoria: A (Compacto)