01/07/2011 - 0:00
O piloto Kris Meeke elogia o equilíbrio do modelo em altas velocidades
Quem não se lembra do Mini vermelho com teto branco e número na porta dos ralis europeus dos anos 60? Outubro de 2010: surgem os primeiros boatos de que a Mini retornaria ao mundo dos ralis. O comunicado o cial chegou meses depois: “A partir de 2011 a Mini participará de algumas provas do Campeonato Mundial Rali FIA (WRC) e, em 2012, estará em todas as provas.” O modelo escolhido para a empreitada foi o mais recente da gama, o Countryman ALL4, com tração nas quatro rodas, desenvolvido para a corrida em parceria com a preparadora Prodrive, de David Richards.
Pouco mais de um ano depois, o Mini WRC, um concentrado tecnológico de 400 mil euros, estreou no mês de março, no rali da Sardenha. Até o nal deste ano, serão seis provas. Para conhecer melhor o modelo, saltamos (no real sentido da palavra) a bordo dele. Como todo carro de corrida, o acesso não é dos melhores. Além da altura do solo, você precisa pular a travessa da barra de rolagem e a gaiola para alcançar o assento baixíssimo, estreito e anatômico. Por se tratar de um carro de rali, surpreende o cuidado com o acabamento, com partes em bra de carbono nas portas e no painel.
No posto de comando, o inglês Kris Meeke, que integra a equipe, começa a descrever o carro, resultado da interface entre regulagem mecânica e controles eletrônicos. Com uma mão no volante e outra na alavanca de câmbio, fala das inúmeras funções do computador de bordo e dos numerosos botões. O esterço tem assistência hidráulica e o câmbio é sequencial de seis marchas. “Infelizmente o regulamento não permite borboletas no volante. As trocas poderiam ser ainda mais rápidas”, diz.
A grande arma do Mini, segundo o piloto, está na interação entre piloto e carro, já que o regulamento faz com que todos os modelos tenham motores de rendimento semelhante. “O Mini não precisa ser conduzido com cuidado. Ele é estável, ágil e bem equilibrado também em altas velocidades”, a rma Meeke. Sob o capô, o 1.6 turbo de injeção direta com 300 cv e 40,8 kgfm. “A resposta aos comandos é imediata. O Mini entra nas curvas com facilidade e a impressionante suspensão transmite tudo o que se passa na pista sem perda de aderência”, conclui. Segundo o engenheiro e diretor técnico da Prodrive, David Lapworth, o segredo está no re nado trabalho da suspensão feito em função de cada etapa do rali. “Ela pode ser modi cada facilmente e com rapidez”, a rma. Os técnicos se preocuparam com a redução de peso, o equilíbrio do carro em qualquer piso e a possibilidade de cada piloto acertar o modelo de acordo com seu gosto, logo depois do shakedown (prova em que se testa o carro antes da corrida). Esse trabalho re nado e caro, unido à boa distribuição de peso e ao bom esquema de tração integral, certamente poderá levar o Mini de volta às sua origem de glória nas pistas.
Na apresentação do Mini WRC, realizada em fevereiro em Monte Carlo, o Mini Cooper S 1968 foi colocado ao lado do novo: a diferença de tamanho é notável (à esquerda). À direita, o espanhol Dani Sordo, outro piloto da equipe. Nas outras fotos, o rali da Sardenha, que foi disputado em maio