Embora o nome Cobalt já tenha sido utilizado em outros mercados, no Brasil, é bem provável que esse novo Chevrolet fique conhecido como uma versão sedã do Agile. Mas não é bem assim. Totalmente desenvolvido no Centro Tecnológico da GM do Brasil e – de acordo com a marca – construído sobre a plataforma do Aveo (adequada ao gosto dos brasileiros) o três volumes sairá da fábrica de São Caetano do Sul (SP) e será comercializado em mais de 40 países da Europa, África, do Oriente Médio e da América do Sul. “O modelo está alinhado com toda a estrutura mundial da marca”, conta Marcos Paiva, diretor de planejamento da Chevrolet. Para preencher a lacuna deixada pelo fim da produção de Corsa Sedan, Astra e Vectra Expression, o Cobalt será vendido em três versões: LS (já com ar-condicionado e direção hidráulica), LT e a topo LTZ. A Chevrolet ainda não revelou os preços, mas garante que ficarão entre R$ 40 mil e R$ 50 mil.

Para enfrentar Voyage, Logan, Fiesta Sedan, Siena, 207 Passion e o recém-lançado Nissan Versa (leia mais nas próximas páginas), um dos grandes trunfos do modelo está no seu interior. Ele é mais espaçoso que alguns sedãs médios e, graças à ótima distância entre-eixos, as pessoas com alta estatura viajam confortavelmente atrás, sem que os joelhos raspem no encosto dianteiro. Segundo Carlos Barba, diretor-executivo de design da GM América do Sul, algumas soluções usadas no Agile também foram aplicadas ao Cobalt, como o desenho “duplo cockpit” do painel.

A qualidade dos materiais empregados agradam, assim como a boa posição de dirigir e o quadro de instrumentos, com mostradores analógicos e digitais. Além disso, há 18 porta-objetos espalhados pela cabine e alguns deles podem comportar até garrafas pet de 1,5 litro. Dependendo da versão, está disponível o computador de bordo e o rádio CD/MP3 com entradas auxiliares e bluetooth (somente na LTZ). A grande surpresa está no porta-malas com capacidade de surpreendentes 563 litros – maior que os 510 litros do Logan, até então, um recorde no segmento.

Por enquanto, o modelo será oferecido só com o motor 1.4 8V EconoFlex (já utilizado no Agile e na Montana). Porém, antes de equipar o Cobalt, a unidade ganhou aprimoramentos no sistema de partida a frio, acelerador eletrônico – que beneficiou as respostas – e um coletor de escapamento produzido em aço inox. Toda a calibração ficou a cargo da matriz brasileira. Para melhorar o consumo (que a marca não divulga), o carro utiliza pneus “verdes”.

Apesar da semelhança com o Agile, a Chevrolet garante que o Cobalt é um carro totalmente diferente. De fato, a dinâmica do sedã revela diferenças em relacão à do hatch

Andando com o Cobalt a impressão é boa: funcionamento silencioso do motor e bom desempenho em baixos giros, já que 90% do torque está disponível entre 2.400 e 6.200 rpm. O câmbio manual de cinco marchas – com componentes de alumínio e plástico para reduzir as vibrações – tem novos seletores de marchas. Com relações curtas, a caixa tem engates bastante macios e precisos. Toda a parte de suspensão foi especialmente desenvolvida para o Cobalt. A calibragem firme transmite segurança e estabilidade mesmo ao contornar mais rapidamente as curvas. É a partir da versão LT que estão disponíveis os freios ABS com EBD (assistência eletrônica de frenagem) e o duplo air bag dianteiro.

Segundo pesquisas feitas pela GM, 40% dos consumidores de sedã desejam um carro automático. Por isso, a partir do ano que vem, chega ao mercado o Cobalt LTZ com motor 1.8 e transmissão automática de seis velocidades. Além disso, a versão se diferenciará pelos faróis e lanternas com máscara negra, contorno cromado das janelas, friso lateral, roda com novo desenho e aerofólio.

Atributos para se consolidar no mercado o Cobalt tem de sobra. Agora é esperar para ver como os consumidores reagem a ele.

ALGUNS DOS PRINCIPAIS CONCORRENTES DO NOVO CHEVROLET

Logan 1.6 – R$ 37.996

Motor 1.6 8V ● 95 cv ●14,1 kgfm (etanol) 0 – 100 km/h 11,8 segundos Velocidade máxima 175 km/h Consumo médio 10 km/l

Era considerado o “grandão” do segmento, mas agora encontrou rivais à altura: Cobalt e Versa. O design é mais controverso

Voyage 1.6 – R$ 41.214

Motor 1.6 8V ● 104 cv ● 15,9 kgfm (etanol) 0 – 100 km/h 9,8 segundos Velocidade máxima 193 km/h Consumo médio 10,6 km/l

O comportamento dinâmico do Volks é semelhante ao do Cobalt, mas, com o entre-eixos menor, oferece menos espaço interno

Fiesta Sedan – R$ 38.861

Motor 1.6 8V ● 107 cv ● 15,3 kgfm (etanol) 0 – 100 km/h 12 segundos Velocidade máxima 170 km/h Consumo médio 9 km/l

Apesar de mais potente, tem o menor espaço e seu desenho foi superado com a chegada do New Fiesta mexicano na versão hatch

Siena 1.6 – R$ 41.729

Motor 1.6 16V ● 117 cv ● 16,8 kgfm (etanol) 0 – 100 km/h 9,5 segundos Velocidade máxima 191 km/h Consumo médio 9,6 km/l

O sedã será atualizado agora que a nova geração do Palio chegou. No entanto, seu acabamento interno é um ponto bem positivo

No painel, contagiros analógico e os demais instrumentos digitais. O acabamento é bom, o ar-condicionado é de série e o espaço interno é maior que o de um Civic

Chevrolet Cobalt 1.4

Motor quatro cilindros em linha, 1,4 litro, 8V Transmissão manual, cinco marchas, tração dianteira Dimensões comp.: 4,47 m – larg.: 1,73 m – alt.: 1,51 m Entre-eixos 2,620 m Porta-malas 563 litros Pneus 195/65 R15 Peso 1.072 kg ● Gasolina Potência 97 cv a 6.200 rpm Torque 12,8 kgfm a 3.200 rpm Velocidade máxima 170 km/h 0 – 100 km/h 11,9 segundos Consumo não disponível Consumo real não disponível ● Etanol Potência 102 cv a 6.200 rpm Torque 13 kgfm a 3.200 rpm Velocidade máxima 170 km/h 0 – 100 km/h 11,5 segundos Consumo não disponível Consumo real não disponível