Cada vez mais gente chama os SUVs de "as SUVs". Por que mudaram o gênero dos utilitários esportivos, não sei bem. Saudades das peruas de quem tomaram o lugar?
O SUV ou a SUV? Afinal, SUV tem sexo, ou gênero? Qual é? Cada vez mais (muito mais), as pessoas têm chamado chamado os SUVs de “as SUVs”. “Minha Tiguan está gastando muito.” “Comprei uma Equinox que anda demais.” “Eu tinha uma Outlander.” Ou, ainda, “Estou vendendo uma Compass”. Na verdade, o Compass ainda passa menos por isso, porque é um GPV/”jeep”/jipe. Mas, ainda assim, está cheio de “minha Compass” nas redes sociais.
Até mesmo em propaganda oficial de concessionária (acima) e em comunicado de assessoria de imprensa já vi nome do SUV tratado no feminino. Mas, afinal, quando foi que o SUV mudou de sexo?
Origem
The SUV. O SUV. The Sport-Utility Vehicle. O veículo utilitário-esportivo. Ou até o suve, como chamam os autoentusiastas. De qualquer forma, mesmo senso SUV, é o carro. O automóvel. O veículo. O veículo automotor. Tudo no sexo masculino.
Roberto Assunção
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Jeep Compass: suas vendas diretas são equivalentes à soma das picapes Chevrolet S10 e Ford Ranger nessa modalidade
Por que todos agora chamam um SUVs de uma SUV, eu realmente não sei. Seria saudades das peruas? Porque, afinal, é o que eles (e não “elas”) são. Já faz tempo que os SUVs são as “novas peruas”. Leia mais aqui.
Nivus superou o Renegade e foi eleito o SUV compacto com menor custo no mecânico
Aí tem o SUV-cupê. Mistura de UM suv com UM cupê. O Nivus. Esse, por enquanto, ficou como o Nivus, mas talvez até porque, nos fóruns e grupos onde “as SUVs” dominou, o Nivus é tratado pela maioria como um crossover.
Tem carro que é feminino, sim senhor
Mas, é claro, tem muito veículo que é “a”, sim senhor.
Para começar, a Ferrari. Ok. Não vou discutir. É errado, mas até nós, jornalistas automotivos, na maioria nós sabemos que seria o Ferrari, mas usamos “a” mesmo assim. Uma “licença poética” para a macchina, do italiano.
Tem a picape, também chamada de a caminhonete. São veículos, também, mas aí o “a” se justifica, é uma figura de linguagem, mesmo que a palavra picape esteja omitida. A S10. A Amarok. A Ranger.
Tem também a perua. Cada vez menos, mas tem. Mesmo caso acima. Então tivemos a Elba, que usou a derrubar o Collor. Tem a RS6? Aí eu já não sei. E a perua, mas pode ser o esportivo. Eu uso a RS6. Mas aceito o RS6. Seria um carro não-binário?
As minivans também já dominaram nosso mercado. E, pela mesma regra, também são “as”. A Renault Scenic, mas a da Citroën era normalmente chamada de “o” Picasso, porque… Pablo.
Ainda tem, é claro, a viatura (aqui, diferentemente do que ocorre em Portugal, usamos só para os carros de polícia). E a ambulância.
Mas não “a SUV”, por favor. Porque, sem querer forçar convenções, o SUV não mudou de sexo. Sempre foi masculino e continua sendo.