01/01/2012 - 0:00
EMISSÃO DE CO2 165* g/km MÉDIA
MINI COOPER S JCW
SUGERIDO/A PARTIR DE R$ 149.950 (JÁ CONSIDERANDO O NOVO IPI, MAS VÁLIDO ATÉ 2 DE JANEIRO)
* EUROPA
Todo mundo conhece o Mini Cooper, mas alguém sabe quem é o tal do Cooper? Nesta versão superesportiva do carrinho, o famoso sobrenome aparece duas vezes; na segunda, acompanhado de um nome: John. O inglês John Cooper fundou, em 1948, a Cooper Car Company. Inicialmente especializada em monopostos, em 1961 a empresa transformou um Morris Mini no primeiro Mini Cooper. John morreu no ano 2000, depois de fundar a John Cooper Works (JCW), firma especializada em acessórios para os Mini, e deixou os negócios para o filho. Mas a marca tinha se tornado tão forte que, em 2007, a BMW decidiu comprá-la. Aí nasceu o Mini Cooper John S Cooper Works. Além do S, que já denota esportividade, o modelo carrega duas assinaturas Cooper. Ou seja, é um Cooper elevado ao quadrado!
“Exagerado” é a melhor palavra para descrever o Mini Cooper S JCW. Tudo nele, no que se refere à esportividade, extrapola. E não falo das rodas aro 17 com perfil baixo ou do teto e retrovisores vermelhos, mas das respostas ao acelerador exageradamente bruscas; do pedal de freio sensível a qualquer movimento do pé direito; do ruído do motor que invade a cabine a ponto de tornar difícil até conversar dentro do carro, mesmo quando se viaja a constantes 100 km/h. E o exagero está também na rigidez das suspensões, desconfortáveis e sensíveis a qualquer irregularidade do piso; nos bancos, excessivamente duros e incômodos; e no sistema de direção, rápido e comunicativo com a pista – até demais.
Claro que eu sei que todas essas podem ser características desejadas em um superesportivo. Alguns diriam que até devem, obrigatoriamente, estar presentes. Mas aí tenho que discordar: vivemos em uma época de superesportivos versáteis, de alta tecnologia, de amortecedores ajustáveis, adaptáveis. De carros como Porsche 911 e Mercedes SLS, que podem ser usados tanto em uma pista de competição quanto em um relaxado passeio até o shopping. Ao toque de um botão, eles transformam brutalidade em docilidade. Este Mini não. Ele é sempre arisco, sempre pede mais velocidade, mais curvas fechadas, mais reduzidas, arrancadas… E, de fato, faz tudo isso excepcionalmente bem. Dá até para esquecer que tem tração dianteira.
Abaixo, nos destaques, o eficiente sistema de som Harman Kardon, a alavanca do câmbio de seis marchas com detalhes em vermelho e o pequeno joystick que comanda as funções do sistema multimídia.
O botão sport, que deixa o comportamento do carrinho ainda mais brutal, e o ar digital
Depois de algumas dezenas de quilômetros de estrada, noto o botão Sport, discretamente colocado próximo à alavanca de câmbio. “E ainda há um modo esportivo?”, pergunto a mim mesmo. Pressionado, ele mantém os incríveis 211 cv do motor BMW 1.6 turbo (usado também pela Peugeot, com menor cavalaria), mas aumenta o toque de 26,5 kgfm para 28,6 kgfm, constantes de 2.000 rpm a 5.100 rpm. Sinto o volante mais pesado, o acelerador ainda mais sensível e as respostas mais bruscas. Todo o exagero se torna mais presente. O motor sobe de giro tão rápido que é preciso ter certo cuidado para se entender com as seis curtas marchas do câmbio manual (como deve ser o escalonamento de um bom esportivo, diriam os puristas…).
O ponteiro do velocímetro, como em todo Mini, está no centro do painel. Uma localização infeliz, pois olhar para ele exige quase não olhar para a estrada. Mas é gratificante vê-lo subindo tão rápido. De zero a 100 km/h, são 6,5 segundos; o mais impressionante é que, depois disso, ele mantém o ritmo: 120 km/h, 140 km/h, 160 km/h, 180 km/h… a máxima é de 238 km/h, mas não ousei conferir. Falo de um motor 1.6, lembrem-se! Mais de 100 quilômetros depois, chego, exausto, ao destino. Nunca me senti tão cansado ao dirigir numa distância tão curta. Sem dúvida, um Mini exageradamente esportivo, com o que isso pode ter de bom e de ruim. Para a maioria dos mortais – incluindo a mim – o Cooper S já está de bom tamanho.
O conta-giros no centro do painel (abaixo à esquerda) sobe assustadoramente rápido, assim como o ponteiro do velocímetro (abaixo à direita), que chega aos 100 km/h em 6,5 segundos
Mini Cooper S John Cooper Works
MOTOR quatro cilindros em linha, 1,6 litro, 16V, turbo, injeção direta TRANSMISSÃO manual sequencial, seis marchas, tração dianteira DIMENSÕES comp.: 3,73 m – larg.: 1,68 m – alt.: 1,41 m ENTRE-EIXOS 2,467 m PORTA-MALAS de 160 a 680 litros PNEUS 205/45 R17 PESO 1.215 kg ● GASOLINA POTÊNCIA 211 cv a 6.000 rpm TORQUE 26,5 kgfm de 1.850 a 5.600 rpm (modo sport: 28,6 de 2.000 rpm a 5.100 rpm) VEL. MÁXIMA 238 km/h 0 – 100 KM/H 6,5 segundos CONSUMO cidade: 10,6 km/l – estrada: 17,2 km/l (na Europa) CONSUMO REAL não disponível