Honda City está mudado e certas expectativas dos consumidores foram atendidas, como design, espaço interno, menor consumo e melhor desempenho. São quatro versões: DX (R$ 53.900), LX (R$ 62.900), EX (66.700) e a nova EXL (R$ 69.000). É bem verdade que os preços sofreram uma alteração em relação à geração passada. De acordo com a tabela de preços da Honda, antes o City custava R$ 50.990 na versão DX manual, R$ 60.450 na LX, R$ 64.990 na EX e R$ 56.740 na Sport. Segundo a Honda, o mix de vendas do City 2015 corresponde a 4% para a con guração DX, 36% para a LX, 25% para a EX e 35% para a EXL, topo de linha. 

Essa versão EXL (avaliada) é novidade e traz de série monitor de 5” no painel, câmera de ré com três modos de visualização, airbags laterais dianteiros e ar-condicionado com controles sensíveis ao toque. Embora seja recheada, seu preço de R$ 69.000 a coloca muito próximo de sedãs de categorias superiores, como o Nissan Sentra 2.0 SV CVT (R$ 70.390), VW Jetta manual (R$ 68.720) e até o irmão maior Honda Civic LXS automático (R$ 68.890). Valores à parte, depois de seis anos do lançamento, em 2008, o City ganhou uma bem-vinda injeção de ânimo.

As linhas reformuladas da carroceria projetaram uma personalidade dinâmica ao carro. Enquanto a dianteira foi redesenhada, seguindo o DNA da Honda, batizado de Solid Wing Face, já presente no Fit e no Civic, a traseira recebeu novas lanternas, que até lembram as do BMW Série 3. A carroceria recebeu novas estruturas e o reforço colocado sobre o tanque de combustível ajuda na dissipação de impactos. Maior, nessa nova geração o City cresceu 5,5 cm em comprimento, o entre-eixos está 5 cm maior e a altura espichou 1 cm. A largura é a mesma. 

Com as novas dimensões, o sedã asiático fabricado no Brasil e na Argentina obteve um ganho no espaço interno. Comparado ao City anterior, a cabine oferece 6 cm a mais na distância entre o ocupante dianteiro e o traseiro (de rosto a rosto), além de 6 cm a mais no espaço para as pernas dos passageiros traseiros. A qualidade do acabamento foi aprimorada e a ergonomia do motorista também melhorou com a regulagem de profundidade da coluna de direção estendida em 1 cm (4 cm de ajuste no total). Não é uma novidade, mas o ar-condicionado do City EXL tem comandos sensíveis ao toque. Já o porta-malas foi ampliado para 536 litros (antes tinha 506) e acomoda mais bagagens do que o Ford New Fiesta Sedan (465 litros), um de seus principais rivais. 

O conjunto motor-câmbio é o mesmo do Fit. O motor 1.5 i-VTEC tem tecnologia FlexOne, que dispensa o tanquinho da partida a frio, além de cabeçote retrabalhado, coletor de admissão em plástico (na geração passada era de alumínio) e pistões com revestimento para diminuir o atrito. O câmbio manual de cinco marchas só está disponível na versão DX. Essa caixa teve sua relação encurtada em 5% e a quinta marcha foi alongada em 5% para privilegiar o desempenho. A transmissão CVT (continuamente variável) está disponível nas versões LX, EX e EXL. 

Durante a avaliação feita em Indaiatuba, no interior de São Paulo, cou evidente o ganho em desempenho proporcionado, principalmente, pela caixa CVT. Em relação à geração antecessora, o City está mais esperto e as reações da direção caram mais diretas – graças à maior proximidade do motor elétrico ao volante. As suspensões têm geometria redesenhada e novas peças, como amortecedores com sistema de batente hidráulico. Na dianteira, continua o sistema McPherson, mas com novo ângulo de cáster para privilegiar a estabilidade em curvas. Já a traseira continua utilizando o eixo de torção. O conjunto tem calibração focada no conforto, mas não faz feio nas curvas.

Se mesmo renovado alguém quiser algo mais do City, pode escolher entre dois kits de personalização: um com acessórios mais discretos e elegantes e outro com visual agressivo. É incontestável que a nova foi revigorada e agora tem mais munição para enfrentar a concorrência.