Conforme antecipamos na reportagem de capa da edição de fevereiro deste ano, a Toyota acaba de lançar o Corolla 2.0 Flex. Com esse motor, o sedã chega ao nível em que sempre deveria ter estado. Não que a unidade 1.8 (que continua nas versões de entrada) seja ruim. É apenas suficiente. As retomadas, por exemplo, se não chegam a assustar, também não animam muito – assim como a aceleração. Esse motor dois litros vai um pouco além, por isso é muito bem-vindo. A unidade, de origem japonesa, faz parte da família ZR. E nem é seu membro mais ilustre.

O interior desta versão top Altis, que substitui a SE-G, tem acabamento que imita madeira, ar-condicionado automático digital e bancos em couro

O top dessa gama é o 2.0 com sistema Valvematic, que, além de controlar a abertura e o fechamento das válvulas (VVTi), comanda também a altura, comandando melhor e continuamente o enchimento dos cilindros – o que se re ete em melhor performance com menor consumo (cerca de 10% menor). Mas o “primo pobre” não faz feio. Confeccionado em alumínio, tem sistema Dual VVTi (o comando variável atua nas válvulas de admissão e também nas de escape) e foi trabalhado de forma competente para a utilização do álcool.

Depois da bem-sucedida adaptação do sistema ex para o motor 1.8, a matriz deve ter permitido um pouco mais de ousadia aos engenheiros brasileiros. A taxa de compressão, por exemplo, passou de 10,0:1 para 12,0:1. O ganho foi grande. A potência cresceu de 143 cv para 153 cv e o torque passou de 19,8 kgfm para 20,7 kgfm. Usando gasolina, os números se mantiveram praticamente idênticos aos do motor original. Segundo testes executados pelo Instituto Mauá e divulgados oficialmente pela Toyota, com álcool o novo Corolla 2.0 acelera de zero a 100 km/h em 11,6 segundos com consumo de 6,2 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada. Claro que esses resultados poderiam ser melhores se o motor contasse com o auxílio de uma transmissão automática de cinco marchas, mas, nesse caso, a marca ainda prefere oferecer “apenas o suficiente”. E, antes que que a dúvida, o motor 2.0 não será vendido com câmbio manual. Mas a caixa de câmbio é nova, está bem acertada e oferece trocas sequenciais pela alavanca ou por borboletas no volante – o que já é um grande progresso.

A transmissão automática, única opção com o novo motor 2.0, continua com apenas quatro marchas. A novidade é a opção de trocas sequenciais por meio de borboletas no volante (à esquerda)

Além do motor, o Corolla teve alterações na carga das molas da suspensão traseira e um ajuste na assistência da direção elétrica para torná-la mais direta. Mudanças quase imperceptíveis diante do já ótimo comportamento dinâmico e que não comprometeram o conforto. Fora isso, não há nada de novo que denuncie a linha 2011. O motor maior ficou para as versões top de linha: Altis (antiga SE-G) e XEi. Os pacotes GLi e XLi mantêm o motor 1.8 e o propulsor 1.6 desaparece. Os preços vão de R$ 61.890 até R$ 89.160. Essa última já na faixa de preços de Fusion, Accord e cia.